SOZINHO EM CASA

O que você quer, Elisa? 

Desci com meu carro até o estacionamento do condomínio fechado, enquanto atendia uma ligação da Elisa, minha noiva. Ela já estava me ligando há duas horas, mas só depois que saí da agência pude falar com ela, pois estava em uma reunião importante. 

Como assim, "o que você quer"!? Sabe há quanto tempo eu estou tentando falar com você, Alex? - respondeu ela, transtornada. 

É só um modo de falar. Dá pra contar logo o que aconteceu? - respondi, um pouco impaciente, tentando encontrar o melhor lugar para estacionar.

Olha aqui, Alex, o seu jeito de falar comigo realmente está me incomodando! Eu percebo quando você está escondendo algo de mim, ok? 

Elisa, eu… eu não estou escondendo nada de você, você está sendo dramática novamente…

Não fale isso! Você sabe que eu odeio quando você fala assim, eu não sou dramática! Sabe, é que a sua mãe veio aqui e perguntou quando vai ser o nosso casamento. Eu realmente queria dar uma resposta para ela, mas por sua causa, eu não soube dar nenhuma! Fiquei sem saber o que dizer e quando ela saiu, comecei a chorar! Você nunca liga para o nosso casamento e isso parte o meu coração! Quando vamos marcar nosso casamento, querido?

Elisa, existem outros horários para discutir isso, não agora…

Olha só, é sempre assim! Eu sabia que você ia inventar outra desculpa! - choramingou ela, com uma voz chorosa. 

Em outro momento nós falamos sobre o nosso casamento, agora não. Hoje foi um dia muito agitado, não estou com cabeça para falar disso agora. Vou ter que desligar, nos encontramos mais tarde. - falei, antes de desligar o celular e jogá-lo no banco ao meu lado. 

Pela insistência de Elisa, achava que devia ser algo mais grave e por isso, atendi sua ligação, mas era apenas mais um dos seus ataques de vitimismo. 

Na verdade, Elisa sempre demonstrou um comportamento temperamental, desde o início da nossa relação há dois anos, mas por algum motivo, ultimamente, eu estava achando cada vez mais difícil suportá-la. 

Depois de estacionar minha Lamborghini preta, caminhei até a rua do condomínio. Decidi caminhar os trinta metros do estacionamento até a minha casa todos os dias, para manter um estilo de vida mais saudável. 

Cheguei em frente ao jardim da minha casa. Fazia um calor infernal e no meu relógio de pulso marcava três horas da tarde. 

Oi, Sr. Alexandre, boa tarde. - cumprimentou o jardineiro João, aparecendo com uma mangueira na mão. 

Olá, João, como vai? - cumprimentei. 

Muito bem, obrigado. Agora a pouco saiu daqui um jovem meio estranho num carro amassado, dizendo que é o seu irmão…

Giovani? O que ele queria? 

Ah, ele disse que queria falar com o senhor, mas como ninguém aqui, conhecia ele não deixaram ele entrar. Então, ele ficou querendo arrombar a porta, gritando… parecia que ele não tava muito bem das ideias, não… 

Fizeram bem em não deixar ele entrar. Os outros empregados chamaram a polícia? 

Não, não precisou. Ele foi embora antes. 

Se ele aparecer aqui de novo, não hesitem em chamar.

Sim, senhor, vamos sim. - confirmou João. 

Girei a maçaneta da porta e entrei em casa. Saber que Giovani tinha estado ali na minha casa não me agradou nada. Eu sabia muito bem que ele não queria apenas rever o seu irmão mais velho e sim, extorquir o meu dinheiro para comprar drogas. Ele era um viciado e portanto, alguém não confiável. Mas, depois que o pai e a mãe o tinham deserdado, ele parece ter piorado. 

Subi até o meu quarto e fechei a porta. Então, tirei o meu paletó, minha gravata, minha camisa, minha calça, meus sapatos e minha cueca. Joguei toda a minha roupa em cima da cama e fui até o banheiro. Como tinha pedido ainda no caminho, a banheira estava pronta, cheia de espuma, do jeito que eu gostava. 

Então, entrei na banheira e comecei a aproveitar o meu banho, com uma taça de champanhe puro. Mergulhei a cabeça na água e levantei. Respirei fundo tentando relaxar. Eu não tinha mais nenhum compromisso pelo resto do dia, mas por algum motivo, eu não sabia o que fazer. Eu poderia me encontrar com Elisa e jantar fora, mas só em pensar na pressão do casamento me deixava nervoso. 

Eu não queria me casar com Elisa, essa era a verdade. Namoramos por tanto tempo e agora, essa pressão estava me deixando louco. Tomei um gole do champanhe, enquanto pensava em uma forma de adiar o casamento com Elisa. Ela teria que entender.

Sai da banheira e amarrei uma toalha na cintura. Liguei minha SmartTV de cinquenta polegadas e comecei a secar meu cabelo. Até que olhei para a cama e vi a pasta com as fotos dos modelos recém chegados, caindo para o lado. 

Uma das fotos era daquela garota Olivia que eu tinha entrevistado há algumas horas atrás. Peguei a foto dela e encarei aquele lindo rosto sem nenhuma imperfeição, de olhos castanhos e expressão leve e natural, olhando para mim, como se estivesse me seduzindo. 

Coloquei a foto de volta na pasta, tentando afastar os pensamentos impróprios que surgiram na minha mente. Eu tinha que controlar os meus desejos, eu seria o chefe dela, nutrir qualquer outro sentimento por ela, seria antiético. Mas, porque ela tinha que ser tão deliciosamente linda? 

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Comments

Cida Silva

Cida Silva

Já ñ gostei😳.. ele tem namorada e ainda por cima já é noiva🤔.. isso ñ vai prestar.. mas vamos ver onde vai dar...😉🤭

2023-02-08

1

Adriane Alvarenga

Adriane Alvarenga

Eita....que essa noiva vai dar problema.....

2022-12-04

0

Jarlene Albuquerque

Jarlene Albuquerque

a chapa vai esquentar kkkkk

2022-12-01

0

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