Ali, entendi que estava o dono ou dona da sensação

Abarrotado de pessoas, a maioria delas, pedindo algum drinque.

Não estava claro o suficiente para notar de fato cada presente,

entretanto, senti-me puxada, como um imã, em direção ao canto

esquerdo.

Ali, entendi que estava o dono ou dona da sensação em

meu corpo. Parei de dançar, e notei, pelo vislumbre de sua

sombra em meio as luzes coloridas, que as curvas pertenciam a

um homem. Resolvi, dar-me uma chance, e entender o que

acontecia. Viver de medo, era sobreviver. De qualquer forma,

avisaria meu irmão ou meu cunhado que estaria fora na noite ou

com alguém. De algum jeito, meu lado protetor insistia no

cuidado. Muitas vezes, proteção não era demais.

Andei dentre as pessoas, e a música ainda explodia ao

redor. Mais alguns passos, e assim que duas mulheres saíram do

balcão do bar, consegui um lugar, e me encostei.

— Uma água sem gás. — pedi em espanhol, e logo o

barman me trouxe uma garrafa.

Senti a queimação ainda mais ardente em meu corpo, e

era como se o homem ao meu lado, pudesse me tocar sem ao

menos sugerir. Talvez aquilo fosse a simples química entre dois

desconhecidos. Nunca fui o tipo de pessoa que acreditara quepodemos amar apenas uma pessoa dentre bilhões. Entretanto,

acreditava que poderíamos confiar em poucos. Nem amor e

confiança estavam em jogo, era apenas uma atração. Uma

atração que nunca senti, e que de alguma forma, acendeu-me

para o desconhecido.

Abri a garrafa de água que o barman me entregou e bebi

rapidamente, sentindo que meu fisiológico parecia completamente

mudado apenas por entrar no jogo. Não sabia ao certo por onde

começar, mas queria entender porque o homem ao meu lado, que

claramente, ainda me olhava, fazia questão de não falar nada.

Levantei meu olhar e finalmente, pude olhá-lo com clareza. Notei

rapidamente, que o conhecia de algum lugar. Abri a boca

surpresa, e então, a realidade caiu em meu colo.

O mesmo cara que estava à frente do restaurante na noite

passada. As coincidências da vida ainda me assustavam. Porém,

não poderia deixar de indagar: seria realmente apenas uma

coincidência?

— Não precisa me olhar assim. — sua voz rouca soou, e o

encarei profundamente, buscando algo que sequer conhecia em

seu olhar. — A cidade é pequena, assim como a maioria das

cidades no interior da Espanha.Ok. — soltei, sentindo-me um pouco sem graça diante

de minha clara desconfiança ao olhá-lo.

— De qualquer forma, não ia abordá-la. — falou, e notei

que não hesitou em momento algum.

Mais uma vez, voltei a uma de minhas atividades

extracurriculares. Aulas sobre leitura do corporal. Não era fácil

identificar padrões. Precisava conhecer a pessoa antes. De

alguma forma, ignorando completamente a ciência, apenas

aplicava o método que conheci durante um bom tempo do curso.

O homem a minha frente não parecia mentir, e sequer expressava

algum gesto corporal que o entregasse.

Para com isso, Jess!

Minha mente brigava com o corpo, que claramente, odiava

o fato de não conseguir manter uma simples conversa. Respirei

profundamente, e recitei mentalmente um dos mantras que trouxe

para a vida: nem tudo, nem nada, apenas eu. Sorri de mim

mesma, e senti meu corpo acalmar. Mal tinha notado a forma

como meu coração batia descompassado no peito. Felizmente,

quase ninguém conseguia observar, ou se dava ao trabalho

daquilo. Sentia-me a beira do colapso, e de repente, encontrava

oxigênio.

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