Como previsto o Alê ainda não chegou, então converso com a May dona do estabelecimento que tem umas mãos de fada e acabou se tornando uma amiga também após tanto frequentar o local, ela faz papel de mãe também às vezes me aconselhando a sorrir mais e sair para me divertir quando me vê muito centrada só nos estudos e trabalho, o que realmente estou precisando fazer, já que faz tempo que não dou uma esclarecida, quem sabe agora com a volta do Alê isso não mude? Estou perdida nesses pensamentos quando o vejo atravessar a porta a minha procura, então aceno e espero ele se aproximar!
— Bon Après-midi ma belle (boa tarde bela)
— Bom après-midi Beau Garçon ( Boa Tarde belo rapaz) kkkkkkkkk
— Ai Anne como senti saudade dessa sua risada
— Foi ? Que bom então, também senti a sua falta.
Então nós abraçamos, e eu senti que podia ficar ali naquele abraço por horas, dias e meses, quase tenho vontade de chorar e perguntar-lhe por que demorou tanto tempo para voltar, mas devido ser sensata, nos afastamos e sentamos para conversar.
— O que você indica para beber e comer aqui?
— Hum… Como eu sei que você é formiguinha igual a mim o " Pain au chocolat " daqui é divino
- Ótimo, então vamos pedir. Quero um café para acompanhar. Ainda não sei falar direito, pede para gente?
Fazemos então os nossos pedidos e sentamos para colocar os papos em dia.
O Alê então me conta o que aconteceu anos atrás, deu uma pane enorme no sistema do computador dele, provavelmente provocado por um vírus e ele teve que rezetar tudo e com isso ele perdeu boa parte da pesquisa dele assim como todos os contatos e e-mails, como naquela época não existiam ainda as redes sociais e não tínhamos mais amigos em comum ele não conseguiu o meu contato, ainda teve esperança de conseguir um tempo depois quando houve um encontro da faculdade, mas ninguém da minha turminha apareceu e os que foram não sabiam nada de mim, realmente sempre fui discreta, nunca falei da minha vida para muita gente e tinha poucos amigos na faculdade. Contei-lhe que depois de um tempo de formada parei de trabalhar na área também é resolvi mudar de profissão, indo cursar letras, mudando de cidade e tudo e que agora estava aqui para conclusão do mestrado sanduíche em parceria com a Universidade do Brasil, ele ficou muito feliz em saber que finalmente eu havia me encontrado profissionalmente, já que naquela época ele sabia das minhas dúvidas e anseios em relação a isso e tudo. Então contei tudo da vida aqui e como estava bem agora realmente trabalhando com o quê sempre amei fazer e perguntei como andava a vida dele e o que ele viera fazer aqui.
— Então, não sei se você lembra da Lúcia... (claro que eu lembrava, eles eram amigos, mas sempre tive ciúme dela, por que sabia que se ele desse (chance) ela namorava ele)
— Lembro vagamente, não era uma magrinha que namorava o Inácio?
— Simmm... Ela mesma, já tinha esquecido do Inácio... Então, reencontrei com ela lá em Portugal e começamos a trabalhar juntos, na verdade, ela me indicou para uma vaga na empresa que ela trabalhava e eu acabei sendo contratado. Depois de um tempo começamos a ficar e fomos nós apegando, até que decidimos morar juntos, então entramos em uma rotina e estávamos nos desentendendo muito, conversamos sobre ficar um tempo separados para ver no que dava, até que eu vi um curso de verão de gastronomia aqui e resolvi tirar umas férias acumuladas e vim para cá dá um tempo, para ser mais exato são 3 meses de curso e começa na próxima semana, resolvi vim antes para ambientar-me com o local e descansar um pouco também, já que faz mais de 4 anos que não tiro férias, ser imigrante não é fácil, ficamos sempre querendo mostrar serviço e acabamos nos mergulhando em trabalho.
— Sei bem o que é isso, as minhas amigas sempre falam que preciso relaxar mais, me divertir e etc., mas sinto que foi tão difícil chegar aqui que não posso perder tempo agora.
— É isso, exatamente essa a sensação, lazer se torna perda de tempo quando você tem tantos objetivos para cumprir e tantos sonhos para serem realizados ainda.
— É a tal da vida adulta não é mesmo? Damos uma risada lembrando que falávamos sempre isso durante a faculdade quando algo dava errado ou não saia como planejávamos.
— Poxa Anne! Como foi bom reencontrar-te, nem sabia que estava com tanta saudades suas. Ele me puxa e me dá um abraço apertado, nessa hora o meu coração quase sai pela boca, a minha vontade era grudar nele, dizer para ele esquecer a Lúcia, que ela não era mulher para ele e que eu estava aqui disposta a tudo, que com ele eu topo tudo, que devíamos voltar a fazer os nossos planos e viver a nossa vida com o sempre sonhamos, mas infelizmente a realidade é outra.
Conversamos por mais alguns minutos E nos despedimos, ele refez o convite para que eu entrasse no curso, mas dei a desculpa que precisava ver os meus horários, pois estava dando muitas aulas e com a tese ainda pendente, tinha os encontros com o orientador e tudo, ele entendeu e pediu-me para fazer um esforço já que seria ótimo completarmos aquela meta juntos, eu disse que sim e fui para casa com a cabeça cheia e o coração pesado por mais essa decepção, cheguei com tantos planos e tantas esperanças que agora daria certo que não sabia mais o que pensar. Decidi ir para casa esfriar a cabeça e quem sabe conversar com a Gi que me ajudaria a decidir se seria bom ou não entrar no curso.
Quando cheguei a Gi não estava em casa, então resolvi encher a banheira e tomar um banho relaxante ouvindo uma boa música e tomando um boa taça de vinho, o que sempre me ajudava a refletir melhor.
Continua...
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Atualizado até capítulo 38
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