A espera do encontro

O sonho foi muito agitado, estávamos novamente na faculdade e eu via o Alê de longe conversando com os amigos da turma, mas por mais que eu tentasse não conseguia me aproximar, uma multidão me impedia de atravessar o corredor que nos separava, eu tentava chamar a atenção dele, mas não conseguia uma resposta, então começava uma espécie de dança e um som alto fazia com que nada mais fosse ouvido. As pessoas começavam então a se mover e levavam-me com elas para uma espécie de avenida onde todos estavam protestando contra algo que eu não conseguia entender muito bem, estavam todos pintados de vermelho e gritavam palavras de ordem como Fora e basta!

De repente ouço um barulho de algo caindo e alguém sussurrando, mas não era mais no sonho, desperto com Gi que entrou em casa aos beijos com um desconhecido e derrubou um vaso pequeno que fica na prateleira de entrada. Ela então me vê para de beijar e pede-me desculpas.

- Aí amiga te acordei?! Escusa(desculpa)!

- Oi Gi! Não tem problema estava tendo um sonho não muito bom!

- Entendo, esse é o Fran!

- Plaisir ma belle( prazer bela)

- Prazer Fran. Podem continuar de onde estavam vou voltar a dormir.

Então fecho a porta do meu quarto de tento pegar no sono novamente, mas, fico refletindo sobre o sonho e os seus significados, nessas horas sinto muita falta da minha terapeuta que ficou no Brasil, ela iria ajudar-me bastante nessa volta repentina do Alê, afinal foi ela que me ajudou a superar o fim do relacionamento.

Eu e Alê namoramos durante 4 anos no período da faculdade e depois dela, então tivemos um relacionamento a distância, já que ele ganhou uma bolsa para estudar em Portugal, que entre idas e voltas durou mais 1 ano. Nesse período perdemos o contato e depois de 1 mês sem notícias entendi havermos terminado, porém, não foi tão fácil processar esse fim, já que tinha certeza que iríamos casar e havíamos planejado um futuro longo pela frente, na época também estava formada e sem rumo por não saber exatamente o que fazer com o diploma, já que não era exatamente o curso que desejava ter feito, mas sem coragem para começar outro fiquei enrolando por algum tempo, nessa época tive uma depressão que me levou a procurar ajuda psiquiátrica, então fui a Dr.Dilza que me recomendou a terapia e foi uma excelente opção, ajudou-me bastante a resolver várias questões.

De volta ao presente, depois de algumas horas consigo novamente pegar no sono e dessa vez não tenho sonhos perturbadores, acordo com o despertador me lembrando da aula que preciso dar a May, filha de uma colega de curso que estava tendo dificuldades com o inglês.

Apronto-me rápido e quando estou saindo dou de cara com o Fran na cozinha só de cueca bebendo água, nos comprimentos um pouco constrangidos, mas como estava em cima da hora eu só pego uma maçã e saiu sem mais diálogos.

A aula acontece sem surpresas, a May apesar de dispersa é uma boa aluna e com o tempo desenvolvi um bom método para ensina-lá, propondo a ela pequenos desafios que a mantém atenta e está dando bom resultado.

Depois sigo para Universidade onde o meu orientador me espera para revisão de mais um capítulo da tese, apesar de caxias e bastante criterioso o Peter é um ótimo orientador, um dos melhores professores do curso e sei que com ele tenho a garantia de entregar um trabalho bem-feito, além de já garantir créditos para um possível doutorado, como ele vem falado há um tempo. Hoje ele faz algumas observações sobre alguns autores em cujas teses eu poderia aprofundar-me mais, e me recomenda outras leituras, tento não reclamar muito apesar de pensar onde arrumarei tempo para ler tanto, já que preciso dar aulas, fazer todo o serviço da casa e escrever.

Após 1h acaba então a reunião e vou-me encontrar com a Gi para almoçarmos, ficará de ajudar ela a encontrar uma roupa para o casamento de uma amiga que se aproxima, também resolvo procurar algo leve para vestir no meu encontro com o Alê,  já que há tempos não compro nada novo para mim e as minhas roupas têm andado muito escuras ultimamente.

Nos encontramos então no « La Maison de Verlaine” que nós gostamos e fica perto da Universidade.

- Princesa, o Fran disse-me que esbarrou em você na cozinha quando estava bebendo água, ele ficou todo sem jeito.

- Diz a ele que não tem problema, estava tão apressada que nem reparei nele direito.

- Que bom então, mas me conta em que pé está a situação com o Alê ?

- Bom ele me ligou ontem a noite e marcamos de sair hoje no fim da tarde para tomarmos um café e botarmos os papos em dia.

- aaaiii, precisamos encontrar algo melhor para você vestir então.

- Uê, minhas roupas estão feias por acaso?

- No ma belle( não minha bela), pero você precisa de uma cor nesse seu looK sempre Black and White( preto e branco)

- Tudo bem, já havia pensado nisso também. Tem uma loja naquela galeria da esquina que vi algumas coisas bonitas na vitrine e estou querendo dá uma olhada.

- Então ótimo, vamos comer e seguimos para lá.

Pedimos então os nossos pratos, eu uma salada orgânica com molho de gorgonzola e a Gi um risoto de frutos-do-mar, dividimos uma jarra de vinho da casa e fomos as compras.

Primeiro entramos em uma loja de vestido de festa para Gi escolher o vestido do casamento, ela prova alguns e decide por um vermelho lindo com uma fenda lateral que ficou maravilhoso no seu corpo e contrasta com a sua pele alva e cabelos negros. Ela fica muito bonita e vai arrasar no casamento.

Depois vamos à loja que vira antes, vejo alguns conjuntos, mas nada muito diferente até que vejo um cardigan vermelho muito bonito que vai combinar bem com uma calças preta justa que ganhei de uma colega no meu aniversário, resolvo então pegar um par de brincos dourados para combinar e a Gi vê um conjunto azul que também irá ficar bem em mim, provo e resolvo pegar mais uma peça para finalizar, acho uma saia amarela com laranja bem bonita e com uns desenhos de flores que gosto.

Termino as minhas compras a tempo de mandar mensagem para o Alê com a localização do café que fica próximo a minha casa e que eu adoro.

- Oi! Ainda está de pé o nosso café?

- OI Anne, tá sim, bem na hora, manda aí a localização que te encontro lá!

- Segue aí então, até já!

Despeço-me da Gi que se encarrega de levar as compras para casa, deseja-me Boa sorte e sigo em direção ao café, vou caminhando devagar já que presumo estar mais perto do que  o Alê, no caminho até entro numa livraria para ver se tem alguma novidade que chame a minha atenção, encontro um livro de poemas renascentistas que pode servir-me de referência também para tese e sigo para o meu tão esperado encontro.

Continua...

Fran:

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Comments

Paty Helena

Paty Helena

tô gostando 🌹

2022-10-10

2

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