Capítulo 10

Acordando ao sentir a luz do sol em seu rosto, era uma manhã válida e já se ouvia o som dos pássaros, assim como a agitação das pessoas que começam suas tarefas do dia, olhou ao seu lado e viu um copo de leite, ao pegá-lo ainda estava morno, talvez não faz muito tempo que o trouxeram, provou e tinha bom sabor, até pegou alguns biscoitos. Ouviu alguém bater na porta e uma empregada mais velha lhe diz que a condessa o aguarda para o café da manhã.

- obrigado\, vou me arrumar e descer.

- claro\, jovem Duque. A água está pronta no banheiro.

Livius desce da cama e vai ao banheiro, a mulher se oferece para ajudá-lo, mas ele prefere tomar banho sozinho, mesmo assim, ela fica atrás da porta caso o menino precise de algo. Depois do banho, desce e encontra Doris na sala de jantar, assim que a criança se senta, começam a servir o café da manhã.

- bom dia\, avó. Obrigado por me convidar para o café da manhã.

- você é meu neto\, é claro que o farei.

Livius mostra um leve sorriso, a mulher realmente tem uma gentileza autêntica. Depois do café da manhã, Doris o leva para a biblioteca, menciona que é lá que ele receberá suas aulas assim que os professores chegarem.

- avó\, eu também gostaria de praticar esgrima...posso?

- esgrima? É por isso que você tem feridas?

Livius guarda silêncio por alguns segundos, mas depois acena afirmativamente, não era exatamente isso, mas não é necessário dar detalhes.

- bem\, vou conseguir uma espada que não te machuque.

- obrigado\, avó\, prometo fazer o meu melhor.

- eu sei que você vai\, meu menino.

A mulher bagunça o cabelo dele, para Livius, ela parece não dar importância ao fato de ele ser ômega, ao contrário da reação de seus pais, que o olharam com decepção e pena. Na capital do país, Maximiliam chora nos braços de seu pai, pois já lhe disseram que Livius foi embora.

- não é justo\, papai\, não é justo que o afastem apenas por ser ômega...ele é igual a todos nós...

- Maximiliam\, a sociedade é muito cruel\, mas aquele menino tem a sorte de ter você. Talvez seja só uma questão de tempo\, o Duque disse que descobrir que é um ômega o afetou muito.

- mas...mamãe não quer mais que eu o veja e ficou feliz que ele tenha ido embora.

- sua mãe sempre diz coisas assim\, o importante é que você faça o que acredita ser certo e não se deixe influenciar por suas ideias.

O imperador limpa o rosto de seu filho ao vê-lo cheio de lágrimas e ranho, só espera que o filho do Duque retorne logo, embora seja um problema quando a imperatriz não queira que seu filho se encontre com aquele menino.

Os dias vão passando, Livius vai se adaptando à sua nova casa, sua avó havia arrumado bons professores para ele, exceto um, mas sua avó estava atenta, assim que soube que ele chamou seu neto de "inútil", o demitiu e se encarregou de fazer uma reclamação, foi então que o substituiu, até mesmo o professor de esgrima era bom, dava instruções e, ao praticar, se certificava de não machucá-lo ou ultrapassar seus limites.

Algumas meses depois, o poder mágico de Livius se manifestou, era uma magia negra, ele podia criar relâmpagos negros ou fogo negro, era surpreendente ver que um ômega era capaz de usar magia tão poderosa, poucos herdam a escuridão, a princípio, Doris pensou que seu neto não tinha despertado seus poderes por causa de seu gênero, pois não é algo incomum, mas agora ela estava feliz, porque aquele menino é a prova de que até mesmo um ômega pode ser forte.

- como foi o treinamento hoje?

Doris estava bebendo um suco de limão na varanda e Livius chegou lá.

- é cansativo\, mas eu gosto de treinar\, quero ser o mais forte.

A mulher se alegra ao ver Livius sorrir, pois desde que ele chegou, o viu sério e incapaz de rir.

- você será\, meu menino\, você mostrou muita determinação.

Por outro lado, Maximiliam também começou a se dedicar ao seu treinamento, é importante ser bom espadachim e lutador, já que no futuro ele será imperador, então ele precisa ser bom em tudo. O treinador termina a prática.

- você melhorou muito\, alteza\, meus parabéns.

- é tudo graças a você\, mestre.

- que amável alteza. Retiro-me e vejo-o na sua próxima aula.

Maximiliam despede-se do treinador e depois entra no palácio, enquanto volta para o seu quarto, a imperatriz o detém.

- Maximiliam\, quero que esteja pronto antes do meio-dia amanhã\, teremos uma visita importante.

- Amanhã tenho uma reunião com meu pai\, desculpe\, não posso desobedecer-lhe.

- Falarei com o imperador. Espero você amanhã.

- Mãe\, não entende\, não é? Eu não quero ir à sua reunião\, não gosto de ouvir as amizades dele zombando dos outros.

- O quê? Maximiliam\, não me fale assim.

O príncipe ignora-a e continua o seu caminho, mesmo quando a mulher continua a chamá-lo.

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