Capítulo 15

O dia amanhece, Alicia acorda com o peito cheio, sua tosse parece ter piorado. Ela olha para os lados, tudo parece estranho, embora tenha dormido bem, ela estava acostumada com o "seu quarto", seus móveis e sua cama.

Se levanta, faz sua oração, sente uma leve angústia tomando conta de seu coração, então ela se lembra da canção que aquela velha senhora a entregou no Hotel e coloca a tocar no celular.

São 07:00, Alicia começa se sentir melhor, vai até o banheiro, faz sua higiene e desce para ajudar Wilma a preparar o café da manhã.

Ao chegar na cozinha, Wilma já havia adiantado tudo com a ajuda de Lívia, elas preparam a mesa, assam pão de queijo e fritam alguns bolinhos de chuva. Alicia aproveita o forno ainda ligado para assar um bolo de churros invertido. É o seu favorito! Elas prepararam tudo com amor e carinho.

Em meia hora Clarice chega com Breno, Antony e Anna.

Alicia: Ai que bom, que vieram mamãe! Bom dia papai!

Breno: Bom dia meu anjo!

Clarice: Filha, não consegui tomar café sem você, enquanto esteve viajando foi diferente, agora sabendo que está na rua de cima de casa eu não consegui sentar a mesa.

Alicia: Ah Mamãe, confesso que acordei um pouco angustiada hoje, mas ao fazer a minha oração, Deus tirou aquele aperto do meu peito, eu tossi muito essa noite, preciso ficar repousando conforme orientada.

Ah papai, Dr. Francisco mandou lembranças.

Breno: Lembro-me dele, eu o conheci na Fundação.

Clarice: Hoje você vai ficar o dia todo na cama mocinha, daqui a pouco vou buscar a Elis e todo mundo descansando hoje.

Anna: Tata, você fez bolo de doce de leite?

Alicia: Tata fez, olha só que delicia, come.

Os homens descem as escadas e todos se sentam a mesa...

Lucca: Quê delicia, muito bom Wilma. Gostei desse bolo, eu amo doce de leite. Lucca fala pegando mais uma fatia do bolo.

Wilma: Essa delícia aí, foi Alicia quem fez, é o preferido dela também.

Lucca a olha com um sorriso de lado

Lucca: Delícia. Na verdade, não era apenas o bolo que ele estava se referindo.

Alicia disfarça fingindo não ter entendido

Lucca: Parabéns Alicia, não sabia que tinha dotes culinários.

Alicia: Obrigada.

Luiz Fernando: Amor, arrume as malas que voltaremos hoje para o Brasil.

Breno: Quê é isso Fernando? Fiquem mais hoje!

Luiz Fernando: Preciso trabalhar a todo vapor agora para a expansão dos negócios por lá.

Breno: Tá certo, então vamos...

Eles pegam suas maletas, cada um beija sua esposa.

Lucca e Alicia observam.

Antony, Bruno e Lucca vão juntos em um carro, Breno e Luiz Fernando em outro.

Clarice separa um pouco de coisas que havia sobrado para levar para Elis.

Clarice: Filha cuide da Anna por favor!

Alicia: Tudo bem mãe.

Clarice: Meninas, se eu demorar um pouquinho, ajudem a Wilma com o almoço.

Lívia: Pode deixar Clarice, fique tranquila.

No caminho Clarice passa em uma cafeteria, compra mais alguns itens e monta uma cesta para levar para Elis.

Ao chegar, Carlos estava saindo.

Carlos: Bom dia Clarice! Muito obrigada por ter vindo!

Clarice: Bom dia Carlos, vai dar tudo certo!

Carlos: Fique a vontade, Elis está no quarto.

Clarice sobe as escadas, bate na porta do quarto, está trancada.

Elis: Papai, estou bem!

Clarice: Meu amor, sou eu, abra a porta por favor!

Elis ouve a voz de Clarice, e começa a chorar.

Elis: Tia, tá tudo bem, só quero ficar sozinha! Ela fala chorando.

Clarice: Prometo não incomodar, apenas gostaria de tomar um café com a minha filha, abra a porta, por favor?

Ao abrir a porta, Clarice se emociona em vê-la naquela situação.

Elis havia emagrecido um pouco, estava abatida, com a pele amarelada, os olhos inchados cheios de olheiras, toda descabelada e entregue a depressão.

Clarice: Eu acho que alguém tá precisando de um colinho de mãe. Ela fala colocando a cesta em cima do criado mudo, sentando- se na cama, puxando Elis para seus braços.

Elis chora, chora muito, fazendo com que Clarice chore juntamente com ela. Elas passam um tempinho assim, Clarice a beija e acaricia os seus cabelos tentando acalmá-la.

Clarice: Olha princesa, eu vou te contar um segredo, que eu nunca contei pra ninguém, nem ao seu pai. Esse segredo eu guardo comigo há quase 14 anos.

Promete guardar segredo?

Ninguém nunca soube, nem mesmo o Breno. A sua mãe pediu para eu nunca contasse.

Elis: Guardo tia.

Clarice: Sua mãe, estava saindo do consultório médico "naquele dia", ela estava tão feliz, extasiada de alegria... Clarice fala chorando.

Ela me chamou para ir com ela, em uma consulta de rotina no Ginecologista, e ao chegarmos na sala, o Dr. constatou que ela estava grávida de 3 semanas, ela não se continha de felicidade. Ela queria fazer uma surpresa ao Carlos.

Elis: Grávida tia?

Clarice: Sim meu amor, ao sairmos do consultório, iríamos para o shopping comprar uma roupinha de bebê, ela entregaria a seu pai para contar a notícia.

Ao atravessarmos a rua, um carro vinha em nossa direção, passando pelo sinal vermelho quando a atropelou, o motorista estava alcoolizado, dirigindo sob alta velocidade. Seu pai conseguiu que ele pegasse prisão perpétua, mas nada poderá trazer Sophia de volta. A Minha melhor amiga, morreu nos meus braços me pedindo para eu cuidar de você. Clarice chora desesperada.

Ainda ouço sua voz agoniada me pedindo "cuida da minha princesa. Por favor Clarice não deixe que a maltratem, não deixe que ninguém a faça sofrer... Seja a ela, a mesma mãe que será para Alicia. Por favor Clarice cuide da Elis eu te imploro, eu confio em você! Não conte ao Carlos sobre o bebê, ele sofrerá ainda mais."

E assim ela se foi, sem que eu pudesse impedi-la, ela se foi ali, nos meus braços, sem que eu pudesse fazer nada... E Hoje, vendo você sofrendo assim, eu me sinto uma fracassada, incompetente, por não saber cuidar de você como ela me pediu.

Elis: Não fala isso tia, você sempre deu o seu melhor por mim, nunca me tratou com indiferença, seu amor por mim sempre foi de igual para igual, e eu te amo como uma mãe ! Elis fala beijando-a, a consolando.

Clarice: Pois então, você vai se levantar dessa cama, vai se arrumar, tomar um café da manhã comigo. Vou leva-la para a casa da Alicia, e vai me deixar cuidar de você! Se é verdade oque acabou de dizer, você vai se levantar, e não quero te ver sofrendo pelo Antony nem por homem algum neste mundo, por mais que você o ame, você precisa se amar em primeiro lugar, homem nenhum merece o nosso sofrimento. Você tem uma bíblia por aqui?

Elis: Sim tia, Alicia me deu uma. Ela fala se levantando para pegar a Bíblia.

Clarice: Pois preste atenção no que diz, você acredita na Bíblia Sagrada?

Elis: Sim.

Clarice: I Coríntios 13:4

"O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará; porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos. Quando, porém, vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado"

Clarice: Esso é o verdadeiro amor filha, é o verdadeiro amor que Deus nosso Pai tem para nós. Se você o ama, você vai esperar pelo tempo que Deus quer.

Elis: Quê lindo tia onde aprendeu isso?

Clarice: Houve um certo dia que eu passei por tudo isso que você esta passando, e a minha mãe leu esse versículo para mim, e eu soube valorizar essas palavras, eu confiei em Deus e esperei o tempo Dele.

Elis: Mas eu o amo tia!

Clarice: Eu acredito no seu amor, e acredito no amor que ele disse que sente por você também. Não estou pedindo para esquecê-lo, mas nessa situação você não pode ficar.

Elis: Ele disse que me ama tia?

Clarice: Sim minha princesa, tudo vai ficar bem, irão ficar juntos, mas primeiro nós vamos causar um pouquinho de ciúmes. Alicia e Lucca conheceram um amigo em Cancún, vamos bolar um plano. Às vezes os homens precisam levar um susto para aprenderem a valorizar, agora eu só preciso que você se levante dessa cama e vá comigo.

Elis se levanta rapidamente, toma um banho enquanto Clarice arruma a sua cama, prepara pelo café, arruma algumas peças de roupas e um look para ela.

Elis

Após tomarem café, Elis já animada pega as suas coisas e vai para a casa de Alicia/ Lucca.

Durante o Caminho Clarice liga para Alicia.

📲Chamada on

Alicia: Oi mãe

Clarice: Filha eu preciso que ligue para o Bruno e peça para ele... Elas bolam um plano.

Alicia: Ok mãe, beijos.

📲Chamada Off

Por dentro Elis estava despedaçada, seu coração estava quebrado, mas ela decide confiar no plano de Clarice.

Elas chegam, Elis leva suas coisas para o quarto de Alicia, pois, os demais quartos estão ocupados.

Ela cumprimenta Lívia, todas se juntam a preparar o almoço.

Na empresa tudo corre bem, os sócios não questionam sobre a decisão de Breno e Carlos, afinal os dois são Sócios majoritários do grupo, os demais possuem apenas uma pequena porcentagem nas ações.

Contratos assinados, retornam todos para casa de Alicia/Lucca.

Ao chegar Antony cumprimenta Elis com um beijo no rosto, ele fica impressionado em ve-la tão linda. De cara já percebe os olhares de Bruno sobre ela.

Carlos: Bom dia Filha! Carlos está feliz em ver que Clarice conseguiu tirar a sua filha daquele sofrimento.

Elis: Bom dia papai! Fala toda sorridente.

Alicia: Bruno vem aqui, quero apresentar uma pessoa especial.

Antony observa cada movimento.

Alicia: Amiga, esse aqui é o Bruno que havia falado, você precisa conhecê-lo.

Bruno: Putz que gata Alicia, você tinha dito que era muito bonita, mas não disse que era linda!

Elis: Prazer Bruno, sou Elis, oque essa doida falou?

Bruno: Falou que queria apresentar uma amiga muito bonita, e agora vejo que além de linda é simpática.

Elis: Essa Alicia!

Clarice: Meninas venham ajudar a colocar a mesa!

Antony chega até Alicia.

Antony: Alicia que porr@ é essa? Sabe que Eu e Elis...

Alicia: Que foi Antony? Você pediu um tempo, vocês não tem mais nada.

Antony: Achei que torcia pela minha felicidade.

Alicia: Torço, mas torço pela felicidade dela também. Você fica fazendo "cu doce", a fila anda irmãozinho... Alicia fala debochando.

Mesa posta...

Alicia: Mãe, Elis, tá dando certo, Antony tá possesso de ciúmes... Fala rindo

Clarice: Muito bem, vamos continuar.

Breno: Hum, essa comida está maravilhosa.

Wilma se sente melhor, mas nada a tira da cabeça que Lívia é a sua filha!

Antony está sentando de frente com Elis e ao lado de Bruno.

Bruno a olha o tempo todo, fazendo com que Antony se sinta incomodado.

Elis age discretamente, ela não quer passar a impressão de que está dando mole e fazer Antony pensar que ela está se atirando ao primeiro que aparece.

Clarice: É uma pena que tenham que ir embora, é tão bom estarem conosco.

Livia: Voltaremos em breve minha amiga.

Alicia: Espero que voltem mesmo, em dois meses é meu aniversário, vou dar uma festa e quero vocês todos aqui.

Bruno: Será um prazer, acho que tenho motivos de sobra para querer voltar! Ele fala ao olhar para Elis, que timidamente abaixa a cabeça sorrindo.

Clarice: Porque não fica uns dias a mais conosco Bruno? Assim poderá conhecer melhor os negócios por aqui, ajudando melhor seu pai quando voltar pro Brasil.

Bruno: Pensando bem, eu acho uma excelente ideia, vou ficar! Fala olhando para Elis.

Antony irritado se levanta da mesa.

Antony: Com licença, estou satisfeito!

Clarice: Oque houve filho? Clarice fala o acompanhando até a porta.

Antony: Será que já se deram conta, que estão empurrando o Bruno para a Elis o tempo todo? Sabem que a amo!

Clarice: Você não sabe, a situação que a encontrei quando entrei naquele quarto, ela não pode viver daquela maneira, acho melhor tomar uma atitude ou vai perdê-la.

Antony: Já tomei mãe, vou pedi-la em namoro hoje a noite, você me ajuda?

Clarice não se contenta de alegria, ela o abraça dizendo:

Clarice: Mas é claro que sim meu filho, conte comigo.

Antony: Então... eu pensei em ...Ele conta seu plano a ela.

Clarice: Sua irmã não pode sair filho, qualquer friagem ou sereno que tomar pode piorar a pneumonia.

Antony: Vamos fazer aqui então!

Clarice: Ok, combinado... Fala lhe dando um beijo em seu rosto.

Antony se despede de todos e sai.

Elis: Tia, acho que agora o perdi de vez, ele nem me deu tchaw, ele achou que tava dando mole pro Bruno, não deu certo tia. Fala com lágrimas nos olhos.

Clarice: Calma! não se precipite, ele está sim muito enciumado. Mas confia em mim!

Elis: De tudo errado tia, eu vou ligar pra ele.

Elis liga, mas Antony não atende.

Clarice: Eu pedi para confiar em mim, será que pode confiar?

Elis: Vou subir um pouco.

Clarice: Eu não quero te ver chorando!

Elis se despede de todos e sobe para o quarto de Alicia, triste e decepcionada.

Na sala todos se despedem, Luiz Fernando, Lívia e Bruno retornam ao Brasil.

Lucca, Carlos e Breno retornam para a empresa.

Antony passa o dia fora preparando a surpresa.

Elis liga por várias vezes, mas Antony não atende. As meninas da limpeza já limparam e trocaram as roupas de cama dos quartos de hóspedes. Elis então pega suas coisas que estão no quarto de Alicia e vai para um deles.

Alicia passa o resto do dia deitada, sua tosse está persistente, começando a deixa-la preocupada.

Clarice parece não querer ir mais embora, a casa de Alicia/Lucca estava com leveza, ela se sente muito bem estando lá. Ela coloca um desenho na TV da sala e Anna fica assistindo.

Clarice: Quantas emoções Wilma! Essa família virou do avesso de uma hora para outra.

Wilma: Alicia veio a este mundo para trazer amor aos corações Clarice! Você já percebeu que tudo que a cerca, no final acaba bem?

Clarice: Eu não posso imaginar o dia em que ela nos deixar! Começa a chorar...

Wilma: Não podemos pensar assim Clarice, temos que enxerga-la como um anjo enviado de Deus, com uma missão nessa terra. Ela trouxe a minha filha de volta, isso não é coincidência é obra do Altíssimo!

Agora só me resta saber se ela irá me perdoar! Wilma chora.

Clarice: Como você tem certeza que é a Lívia Wilma?

Wilma: Coração de mãe não se engana!

Eu a reconheci quando olhei dentro dos seus olhos. Os mesmos olhinhos que me olhará ao nascer... Se pudesse voltar atrás eu faria tudo diferente.

Clarice: Se Deus permitiu que você a reencontrasse é porque você é merecedora de conquistar pelo amor dela!

Wilma: Ainda me lembro como se fosse hoje... eu tinha 15 anos, era uma menina virgem e inocente quando aquele "filhinho de papai" me estrupou. Eu era linda, tinha uma vida toda pela frente, e ele acabou com os meus sonhos, acabou com minha vida. Wilma chora desabafando, colocando para fora aquele aperto que estava em seu peito.

Clarice: Chora amiga, chorar alivia a alma!

Wilma: Eu passei aquelas 40 semanas de gestação, sofrendo, jogada nas ruas, muitas das vezes pedindo um pedaço de pão para comer, meus pais me colocaram para fora de casa, pois não acreditavam que havia sido estuprada.

Morava em Niterói nessa época.

Dormindo no banco de uma praça, em um dia de Domingo eu comecei a sentir as dores do parto, não havia ninguém ali para me ajudar. Foi quando passou uma senhora muito elegante e me colocou dentro de um carro. Apesar de morar na rua eu tomava banho nos albergues, não era sempre que havia vagas disponíveis para dormir, mas ali naquele momento ela não sentiu nojo de mim... ela me abraçou dizendo que Deus a havia enviado.

Chegando no Hospital, ela pagou por tudo! Honorários Médicos, o parto, anestesista, pagou pela equipe toda. Após tudo pago ela foi embora e nunca mais a vi.

Clarice: Eu acredito em anjos amiga!

Wilma: Não tem outra explicação!

Minha filha nasceu, mas eu não conseguia olhar para ela, sem me lembrar que aquela criança, era fruto de um estupro, eu era muito jovem para entender certas coisas na vida, eu poderia ter sido forte.

Mas ao mesmo tempo, eu não tinha nem onde morar, oque seria de mim e daquela criança?

Eles a levaram para limpá-la, e ao trazê-la até mim, vejo ao lado da minha maca uma mãe que chora desesperadamente, pela filha que havia nascido morta.

Clarice: Meu Deus Wilma, que sofrimento!

Wilma: Sim Clarice, foi então que sem pensar duas vezes eu dei minha filha a ela!

Era um casal jovem, cheios de sonhos, planos, o quartinho da criança pronto a esperando, eu sabia que a minha filha seria amada, e teria tudo que naquele momento eu nao poderia dar, nem mesmo amor! Pode nos faltar tudo nesse mundo, só não pode faltar amor!

Vânia era de uma família nobre do Rio de Janeiro, seu marido possuía contatos e influências que o ajudariam na adoção daquela criança. Só pedi a ela que contasse a criança que a mãe biológica havia morrido durante o parto, e assim eles fizeram.

Naquela época não haviam os meios de comunicação que há hoje em dia, e eu não quis saber nada, não queria notícias, eu só sabia que minha filha teria uma família para amá-la e que estaria muito melhor do que se estivesse comigo.

Naquele dia após receber alta eu fui embora para a capital Rio de Janeiro, houve dias em que desejava por notícias, mas ao procurar pela enfermeira que me havia me ajudado, ela me contou que o processo da doação havia dado certo, mas que a família havia se mudado para Minas Gerais.

Depois disso eu não sabia mais como procurá-los, consegui emprego em uma casa de família, essa família me ajudou muito, os anos se passaram, consegui concluir meus estudos, me formei em enfermagem, tudo isso trabalhando como doméstica, meus pais morreram sem me perdoarem... Até que conheci você, e a tenho como a filha que nunca tive, você me deu os netos que nunca tive, e sou feliz em tê-los em minha vida.

Clarice: Eu te amo tanto Wilma, você se tornou uma mãe pra mim e para as crianças. Nós vamos fazer os exames que precisaren serem feitos e contaremos a verdade para Lívia, ela irá perdoá-la.

Elas se abraçam chorando. Ficando ali por mais um tempinho.

Clarice: Bem, agora tenho uma surpresa a preparar, Antony irá pedir Elis em namoro hoje.

Wilma: Quê alegria, esses jovens, hoje em dia eles se amam, mas ficam dificultando tudo... Alicia e Lucca estão apaixonados já percebeu?

Clarice: Breno não pode nem sonhar, aí meu Deus, eu já não aguento mais afrouxar aquelas gravatas... Fala rindo.

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