Você deve estar se perguntando quem é que começa a contar uma história pelo final não é mesmo? E a resposta é ninguém, porque se eu não contar o início talvez você não consiga entender porque aquele era o meu fim também.
Eu chamo-me Gabriela tenho vinte e nove anos, e uma carga de vida de uns cem anos. Sem exageros, mas minha vida daria uma boa novela de drama.
Família pobre, pai alcoólatra e falecido, bullying na escola, abuso sexual na adolescência, abandonos, transtornos piscicologicos, família dilacerada... Em fim sou mais uma típica favelada brasileira.
Mas eu vou falar aqui de uma história de amor, a minha história de amor. O ponto alto da minha vida! Sabe? Parece que vive todo esse tempo esperando por isso, e finalmente aconteceu.
E sim eu preciso falar um pouco do que deu errado para você entender o que deu certo.
O meu primeiro relacionamento de verdade começou quando eu tinha 19 anos, ele foi o primeiro em tudo! Morávamos no mesmo bairro, então eu já o conhecia de vista, mas foi somente pela Internet que eu realmente comecei a conversar com este homem.
Ele era muito bonito, o que chamava atenção de todas as mulheres, de alguma forma que eu não sei explicar ele começou a gostar de mim também, marcamos de nos encontrar no ‘shopping’ da nossa cidade, e depois deste dia começamos a namorar.
Namoramos por cerca de 3 meses até que ele me pediu em casamento. Eu era uma menina boba e inocente nessa época e aceitei, fomos morar juntos e casamos-nos no fim de 2012.
Nos primeiros anos ele era um marido normal, havia muitas brigas por ciúmes, mas eu sempre pensava que eu realmente dava motivos para isso.
Eu passei a usar mais calças jeans porque ele não gostava que eu usasse short, camisas largas para não marcar o corpo. limitei-me a uma ou duas amizades.
Era do trabalho para casa, mal visitava os meus parentes.
O ciúme dele foi aumentando tanto que estava-me a sufocar, mas eu amava-o. Havia momentos bons e eu não poderia deixá-lo.
Em 2014 as nossas brigas eram tantas que um dia ele me bateu, sim ele me bateu. E daí em diante eu apanhava em qualquer discussão.
A minha família morava no mesmo bairro do que eu. Mas não havia contato ou conversas. Eu ajudava-os quando eles pediam, mas era limitado a isso.
Desde que eu me lembro a minha vida foi assim! Sozinha. Então eu já estava acostumada a guardar tudo para mim.
No ano de 2018 decidi que iria voltar a estudar, fazer uma faculdade. Eu convenci-o de que era o melhor, e com isso eu encontraria um emprego bem remunerado, ele concordou e eu comecei a cursar direito empresarial.
Nessa altura já tínhamos o nosso carro e a nossa casa própria. Morávamos numa linda casa e havia mais um imóvel que alugávamos para um casal.
Eu trabalhava como caixa num supermercado local, o trabalho era ótimo, mas eu não tinha interesse em continuar ali por muito tempo. Havia um grupo formado e as hipóteses de crescimento eram zero.
O meu marido continuava-me agredindo frequentemente quando ele estava com ciúmes, e uma ou duas vezes ao mês eu ficava em casa por conta de algum machucado decorrente das agressões.
Eu não tinha amizades, saía com algumas colegas do trabalho, mas ele estava sempre junto.
Na faculdade além de direito empresarial eu cursava duas cadeiras de línguas, inglês e turco.
Participava de alguns fóruns internacionals, eu era simplesmente apaixonada por direito empresarial.
Em novembro de 2018 após ter o meu braço quebrado numa briga, recebi a permissão para ir num fórum internacional. Seria num hotel na cidade vizinha.
Chovia muito eu peguei um táxi até o hotel. Eu estava com gesso no braço quebrado para dificultar.
no táxi eu tentava esconder o roxo do meu olho direito com maquiagem, nessa época eu estava a pesar cerca de 120 kg. Não havia nem uma vaidade em mim, apenas o desejo de esconder-me do mundo.
Eu vestia uma calça, jeans azul-escuro, uma camisa social larga para não marcar o corpo e ténis. Estava com uma bolsa branca e um computador portátil que usava para estudar.
Ao entrarem no hotel fiquei surpresa com o tamanho do salão. Era um hotel fino, e claramente eu não estava vestida conforme as demais pessoas que ali estavam. Eu encontrei uma cadeira vazia na última fileira e fiquei aliviada por isso, O fórum finalmente começou e estava muito animada.
A primeira pessoa a falar foi um advogado argentino. Chovia muito naquele dia, então estavam presentes apenas metade dos palestrantes previstos.
Ao lado de cada palestrante havia um tradutor para que todos pudéssemos acompanhar o raciocínio. Eu assisti a muito empolgada, o último a falar subiu no palco.
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Atualizado até capítulo 47
Comments
Adriane Alvarenga
Começando....04/06/2023
2023-06-05
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