Julia olhava pela janela observando a paisagem mudar, percebeu que se afastavam do centro da cidade tentando imaginar para onde Leandro estaria a levando.
_ Para onde estamos indo? Perguntou ao entrarem em um condomínio fechado onde ela pode ver varias mansões luxuosas.
_ Não se preocupe, não estou te levando para nenhum lugar perigoso. Disse com um sorriso no rosto. Julia percebeu que o humor e a personalidade de Leandro eram totalmente diferente naquele momento.
_ Você não parece a mesma pessoa do trabalho. Comentou fazendo ele rir.
_ No trabalho eu estou concentrado em fazer o melhor, quero ser o melhor para a empresa, não decepcionar a minha mãe. Agora não tenho reunião para comandar, documentos e análises para fazer, não preciso tomar nenhuma decisão que pode afetar o futuro da empresa.
_ Entendo, mas seria bom que conciliasse esses dois lados. Leandro já tinha escutado algo semelhante do irmão, e agora de Julia e essa questão ficou em sua mente.
Julia viu quando a garagem de uma das casas se abriu e Leandro estacionou dentro.
_Onde estamos?
_ Na minha casa. Disse Leandro saindo do carro e abrindo a porta para ela descer.
_ Eu não vou descer, você pode me levar de volta para o centro da cidade, por favor. Pediu sem sair do carro
_ Ah Julia, não tenha medo, ou você desce sozinha ou eu te tiro do carro. Ameaçou com um sorriso se aproximando. Julia pensou que ele a pegaria no colo e então resolveu sair, sabia que a proximidade de Leandro provocava sensações que ela ainda não consegui entender.
_ Está bem, mas a sua namorada não vai gostar nada de saber você me trouxe aqui, pode interpretar mal a situação.
_ Namorada? Pergunta. _ Se estiver falando da Paula, não se preocupe, nosso relacionamento terminou há muito tempo e eu estou solteiro.
_ Mesmo assim, e eu sei não o que viemos fazer aqui, disse que me levaria para almoçar.
_ Você não quis me dizer o que queria comer, então eu vou cozinhar para você, para me desculpar pelo ocorrido. Disse entrando e Julia não teve outra opção a não ser acompanhá-lo. Era a primeira vez que entrava em uma casa como aquela, o ambiente amplo, com moveis refinados e decoração impecável.
_ Você mora sozinho? Perguntou pois não viu sinal de outra pessoa na casa.
_ Sim.
_ Mas precisava de uma casa tão grande quanto essa? Leandro sorriu com a pergunta. Ele não considerava a casa grande, principalmente se comparasse com a casa da mãe que era o dobro do tamanho da sua.
_ Para uma pessoa sozinha, talvez a casa seja grande, mas para uma família não. Respondeu e Julia deduziu que um dia ele pretendia se casar e morar naquela casa.
Leandro já estava sem paletó e tirou a gravata abrindo os primeiros botões da camisa, dobrou as mangas até a altura do cotovelo e foi em direção a cozinha. Julia o seguiu e ficou impressionada com o tamanho da cozinha e da sala de jantar, caberiam duas quitinetes da que ela morava naquele ambiente e sobraria espaço.
_ Sente-se. Disse puxando a banqueta da bancada na ilha da cozinha. Julia sentou-se, sentia algo diferente em relação ao que estava acontecendo, não conseguia parar de olhar para Leandro, ele estava diferente ao seu olhar, gostava de vê-lo agir com naturalidade, com a roupa ligeiramente bagunçada.
_ Você sabe cozinhar? Perguntou de forma tímida
_ Um pouco, sei fazer o básico e alguns pratos fáceis de preparar.
_ Nunca imaginei que você poderia fazer algo como cozinhar.
_ Poucas pessoas sabem. Disse pegando alguns ingredientes na geladeira. _ Eu fui obrigado a aprender cozinhar na época que fiz intercâmbio nos Estados Unidos. Depois do ensino médio, Minha mãe queria que eu fizesse faculdade no exterior, mas eu queria ficar apenas um ano fazendo intercâmbio. Como não concordávamos ela não quis financiar apenas o intercambio, eu economizei o dinheiro da minha mesada na época, e consegui juntar o suficiente para para seguir o meu plano, e mesmo com a resistência da minha mãe, fiz o intercambio. O dinheiro era contado e eu não poderia viver comento apenas fast food, então aprendi a me virar na cozinha. Pode ficar tranquila, não farei algo tão ruim que não consiga comer. Disse sorrindo para Julia que olhava encantada para ele.
_ Quer que eu te ajude ? A inquietação que Julia sentia aumentava com o passar do tempo, o que acontecia não comum para ela, ninguém nunca havia se preocupado em lhe preparar uma refeição, era algo inédito e por isso ela sentia certa ansiedade com a atitude de Leandro, mesmo que fosse por culpa por ela ter desmaiado, essa situação mexia profundamente com ela.
_ Não, você é minha convidada. Eu só preciso saber de uma coisa, como não disse o que gosta de comer, poderia me falar o que não gosta.
_ Ehh o que eu não gosto… Julia ficou sem palavras, além de cozinhar para ela, Leandro estava preocupado em preparar algo que ela gostasse.
_ Isso, o que você não gosta de comer? Insistiu.
_ Eu posso comer de tudo.
_ Serio? Pergunto incrédulo com a resposta dela.
_ Sim. Julia não entrou em detalhes, mas a verdade era que desde criança aprendeu que deveria comer qualquer coisa em sua casa, não que faltasse comida, mas porque sempre era ignorada por sua família. Chegou a passar fome esperando que alguém lhe preparasse qualquer coisa para comer, e sempre era a ultima a se servir, comia o que sobrava nas panelas, por isso não era exigente com a comida, ninguém nunca havia preparado uma refeição pensando nela.
_ Sei que deve estar com fome, vou fazer algo simples e rápido. Pode comer algumas castanhas enquanto aguarda. Disse Leandro colocando uma vasilha com um mix de castanhas próximo a ela . Julia comeu duas ou três unidades, sem parar de observar Leandro trabalhar na cozinha, começando a sentir o cheiro gostoso da comida tomar o ambiente.
Quarenta minutos depois, Leandro finalizava o preparo da comida, dispondo as panelas na bancada e preparando um prato para Julia,
_ Aqui está, coloquei uma pequena porção e você pode se servir do que mais gostar depois de provar a comida. Leandro preparou uma salada colorida com folhas, legumes e frutas, fez arroz branco, um purê de batatas e filé grelhado. Julia olhava para aquele prato cuidadosamente servido para ela, parecia saboroso só de olhar.
_ Espero que você goste do que eu fiz, vamos prove. Incentivou Leandro. As mão de Júlia estavam frias ela tentava conter a emoção que sentia, aquele gesto significava muito para ela. Tentou manter as mãos firmes enquanto segurava os talheres para evitar derramar a comida. Após sentir o gosto delicioso da comida, ela não conseguiu segurar, e uma lagrima rolou em sua face. Leandro não entendeu o que estava acontecendo.
_ Você não gostou da comida Julia? Eu posso fazer outra coisa ou pedir ...
_ Não é isso, não se você entenderia se eu dissesse o porquê estou assim. Disse tentando conter as lágrimas.
_ Você se emociona toda vez que alguém cozinha para você? A pergunta de Leandro deixou Julia de certa forma triste, ela estava chorando justamente por ser a primeira vez que alguém cozinhava algo especialmente para ela.
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Atualizado até capítulo 89
Comments
Roseli Barros
coitada da Júlia
2024-06-02
0
Michelly De Jesus
coitada da jullya
2024-05-01
1
Eliana Gomes
meu deus
2024-04-04
0