Era Para Ser Amor

Julia

Julia estava feliz, completou dezoito anos e já estava na faculdade. Era inteligente e assim que terminou o ensino médio, conseguiu no primeiro vestibular entrar no curso que tanto sonhava. Estava no primeiro período de Design, sonhava em trabalhar na maior empresa de jóias exclusivas do país, a Ayos joias.

_ Um dia, serão as minhas criações que estarão nesta vitrine. Falou Julia olhando para a vitrine de uma loja de jóias exclusivas da marca Ayos, antes de ir para a faculdade

Morava em uma casa simples em um dos bairros mais pobres da cidade com sua avó, uma tia que era casada e tinha dois filhos. O marido de sua tia ficava vigiando Julia, a importunando querendo se aproveitar dela, que era uma jovem muito bonita. Ela não via a hora de sair de casa e começar a vida longe do tormento que era morar com sua família. A avó só cuidava dela por causa da sua guarda que o pai de Julia tinha deixado, e sempre jogava na cara de neta que ela era filha de uma prostituta que acabou com a vida do seu filho, que por causa da mãe de Julia, acabou se envolvendo com drogas e morrendo de overdose. Ouvir as palavras ofensivas da avó sempre a deixava triste.

Julia estudava a noite e sempre que chegava um pouco mais tarde, era questionada por sua avó se estava fazendo o mesmo que sua mãe. E foi o que aconteceu naquela noite.

Já esteve com quantos homens hoje? Perguntou ao ver Júlia entrar na casa por volta de meia noite. Já que deve ganhar muito dinheiro, porque ainda insiste em ficar aqui?

Vó eu já te disse que estou estudando, não estou fazendo nada de errado. Ela tentou se defender. Eu perdi o ônibus e o próximo só passava depois das onze da noite.

_ Você acha que eu não sei que é uma puta igual a sua mãe, que engravidou e meu filho acreditou que você era filha dele. Um idiota que morreu por causa dela e me deixou o peso de criar você. As palavras cruéis de sua avó feriam cada vez mais o seus sentimentos, cresceu ouvindo essas palavras serem desferidas diariamente. Por isso desde cedo trabalhava com babá e posteriormente como garçonete para quando completasse dezoito anos deixasse para trás os que não a queriam por perto. Tinha algumas economias o que daria para ela se virar até conseguisse um trabalho que pagasse suas contas.

_ Não se preocupe vó, amanhã eu estou saindo da sua casa, e a senhora não me verá nunca mais se assim decidir.

Você está falando a verdade? Vou fazer uma festa para comemorar. Falou dando as costas para Julia e indo na direção para o quarto Espero que cumpra sua palavra e não esteja aqui na hora que eu acordar, será um dos dias mais felizes da minha vida. Falou a avó fechando a porta do quarto.

_ Não se preocupe, será um livramento para nós duas.

Julia foi para o seu quarto e começou a fazer a mala, não tinha muitas coisas. Assim que terminou, foi para a sala e aguardava a o dia clarear para sair daquela casa e começar uma nova vida.

Acabou cochilando enquanto aguardava, e acordou com as mãos do tio tocando seu corpo e ele tentando beijá-la, pelo cheiro, sabia que mais uma vez ele estava bêbado.

_ Para… Julia começou a lutar com ele, não era a primeira vez que o marido de sua tia tentava se aproveitar dela, e sempre que bebia, acabava por ir atrás dela sem medo de ser pego em flagrante.

_ Não seja má, todos sabemos que você é igual a sua mãe, então porque não pode se entregar a mim, vai gostar do que eu posso fazer com meu amiguinho aqui. Disse tirando seu órgão para fora e começando a rasgar a roupa de Julia que ficou desesperada.

_ Não me toque. Os dois caíram no chão e Julia conseguiu se levantar e pegou sua mala e sair correndo da casa. Sabia que com o barulho da queda, os demais moradores da casa iriam acordar e a culpa cairia em suas costas.

Começou a chorar depois daquela situação, odiava quando isso acontecia, odiava não ter ninguém para protegê-la. Sentia medo das ruas escuras, mas o que ela podia fazer era seguir em busca de uma vida melhor. Vestiu um blusão sobre a blusa rasgada e tentou se animar.