Acontecimentos anteriores até o primeiro dia de aula.
Daniel.
Como a maioria dos brasileiros eu sou de classe média baixa em uma das capitais estaduais de nosso enorme país, mas dei a sorte de ter uma família bem estruturada, um pai presente na medida do possível e uma ótima mãe que sempre fez tudo que pode por nós todos. Havia um irmão mais velho, mas ele faleceu há três anos e também tenho um irmão mais novo que está no primeiro ano do ensino médio.
Sobre meu falecido irmão, ele se arriscou em uma viagem e foi vítima de um acidente fatal.
Enfim, essa é minha família. Sempre fui cobrado por eles para estudar muito, porque eles sempre me diziam que não teriam dinheiro para uma faculdade particular e o plano funcionou bem, criaram um garoto esforçado e inteligente que passou na federal em um dos primeiros lugares do curso que escolhi.
Sobre esse curso, pra mim, foi um tormento ter que escolher. Por que temos que tomar decisões tão importantes sem ter a maturidade necessária? Eu não sabia o que queria fazer no futuro, só sabia o que não queria ser. Não queria ser médico, tem que estudar muito e eu gosto de ter um tempo só pra mim. Não queria ser advogado, defender bandidos está fora de cogitação e ter que conviver com pessoas corruptas me dá enjoo só de pensar. Não queria nenhum curso que tivesse uma matemática pesada demais. Não queria nenhum curso de letras, pois não me considero bom o bastante. Não queria um montão de outros cursos e, especialmente, não queria ficar de fora da Universidade Federal, pois sei bem como é difícil viver só com um trabalho de nível médio, então escolhi Ciências Biológicas. É uma matéria escolar que eu sou bom.
Só depois eu me dei conta que assim eu me tornaria um professor. Putz, mas já foi. E olha que nem é a matéria que tiro as melhores notas, mas estava mais ou menos confiante que poderia ser esse meu futuro. Já ensinei meu irmão mais novo algumas vezes, acho que vou saber fazer funcionar quando chegar a hora, mas o curso só termina com quatro anos.
Tudo correu bem nas provas e todos da minha família ficaram bem animados, mas eu tava mais empolgado com a campanha do meu time que qualquer outra coisa, admito. Sempre gostei de futebol e, na juventude, escolhi torcer pelo Santos por conta de Pelé e agora via os primeiros passos de um tal de Neymar Júnior. Quem viu, viu.
Os dias foram passando e finalmente chegou o dia de ir pela primeira vez para a Universidade Federal (vamos simplificar as coisas e chamar de facul daqui pra frente, ok? Mas é uma das melhores Federais do país). O primeiro dia é bem frustrante, um monte de desconhecidos juntos e buscando algum encaixe e umas dezenas de veteranos nos zoando. Por sorte só me pintaram um pouco o rosto e pelo meu porte físico e expressão facial séria e raivosa eles não me perturbaram tanto, tudo que eu queria.
E é só isso no primeiro dia. Logo que acabou a “festa”, tratei de ir embora, já tinha as informações que eu queria, que era o horário das aulas e as matérias. Comecei com cinco cadeiras obrigatórias, como todo mundo, ao que soube depois.
Segundo dia de facul e tudo começa a ficar mais interessante...
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Atualizado até capítulo 28
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