Capítulo 18

Anthony

Saiu do quarto da Lari e corro para o meu banheiro tomo banho e entro no meu closet assim que estou dentro entendo porque Lari não quis que fizéssemos amor em meu quarto, vejo todos os pertences de Anne minha falecida esposa, volto para o quarto e percebo esse quarto ainda é dela tudo aqui é dela os lençóis cor de rosa com fronhas floridas mostram que essa cama é de uma mulher, o porta retrato com a foto do nosso casamento um outro com uma foto nossa de quando esperávamos Anthony e outra de quando esperávamos Ben mostra a história da família que eu e Anne começamos, e qualquer pessoa de caráter faria como Lari fez. É falta de respeito mesmo que Anne não esteja mais entre nós, eu não pensei nisso estava louco de tesão, eu vou mudar isso essa semana vou pedir para Camila vir com alguém á libero da empresa eu não posso e nem gostaria de mexer com as coisas de Anne. Vou guardar a nossa história na verdade guardarei aos poucos também não é tão simples.

Tom entra no meu quarto me tirando de meus pensamentos.

Tom: Oi Dad. (pai).

Ele fala português e as vezes mistura as línguas por causa da Lari, não tem necessidade de ele falar português agora. Pelo menos ele não esquece.

-- Oi filho.

Tom: E dormi. Perde o pula pula?

-- Não ainda está cedo, vamos tomar banho vestir uma roupa bonita.

Tom vai para o banheiro dele e começa a tirar a roupa e eu ligo o chuveiro e vou orientando-o no banho, como o dia terá o passeio que ele mais ama decido sondar como ele está em relação a mãe.

-- Filho você se lembra o que aconteceu com a sua mãe?

Ele demora para responder, percebi que ele pensa em não responder, mas.

Tom: Ela foi morar no céu. Ela não queria só que estava muito doente e não deu pra ficar.

Ele fecha a cara.

-- Me das a mão pra eu pôr o shampoo, você gostaria que fosse diferente né filho.

Ele só balança a cabeça fazendo que sim. Eu sei que a maioria das crianças de quatro anos não entenderiam uma conversa assim, mas Tom é diferente a dor o fez amadurecer seu rosto nas fotos com dias após a morte de sua mãe indica claramente isso se comparada com as de antes. Ele viu a ambulância chegar e levar sua mãe com a sirene ligada viu seu pai chorando com um bebê no colo em instantes minha mãe estava aqui ficou com os dois e eu saí de helicóptero, antes que eu chegasse no hospital voltamos para buscar Ben, minha sogra disse que o filho recém-nascido perto ajuda na recuperação e daria forças para Anne lutar pela vida. Então Tom ficou sozinho. Anne deu à luz em casa em parto humanizado com médicos toda a estrutura necessária, mas algo deu errado. Quando ela deu à luz a Tom mesmo sendo seu primeiro parto deu tudo certo. Com isso Tom cresceu uns três anos em dias.

Tom: Pai quando alguém vai morar no céu nunca mais volta.

Não foi uma pergunta.

-- Só nos nossos sonhos.

Tom: É.

-- Mas filho sabe o que é, ( ele me olha curioso) é que sua mãe não vai mais precisar dessas roupas e de nada que tem aqui podemos doar ou guardar. Você se importa?

Tom: Você vai doar, doa pra Lari assim não precisa tirar de lá.

Ele não quer que tira. Constato.

-- Não faz o estilo dela filho.

Tom: ah.

-Penso em dizer que ele poderia escolher algo. Mas percebo que ele não tem essa capacidade, ele pode estar voltando a ser só um menininho.

-- Tom o papai tem ficado muito triste em todo dia ver as coisas da sua mãe e em lembrar que ela não vai usar, então o papai vai mandar guardar no sótão tudo que for da mamãe.

Tom: Menos eu né pai.

Eu solto uma gargalhada meu menino está voltando.

-- Você é da mamãe né filho. Mas não você eu não vou guardar.

Tom: Pai sabia que eu sou da Lari também.

-- Eu não como.

Tom: Ela quem diz. Esse é o menino da Lari é o Ben ela diz cadê o bebê da Lari e ele está bem na frente dela.

Solto outra gargalhada.

Lari: Parece que temos um dedo duro nesta casa.

Ela diz sorrindo e Tom sorri de volta. Ela pisca para ele.

-- Então o papai vai fazer isso tá filho tudo bem?

Tom: Tudo bem.

Em pensamento peço a Deus para ele não oferecer nada de Anne para Lari.

-- Você tem que vestir uma roupa bem confortável pra você pula né.

Lari: Vou arrumar a bolsa do Ben.

Ela pega uma troca de Tom.

-- Vai levar roupa para o Tom também?

Lari: Sim pode molhar a que ele está.

Talvez eu quem estava tratando Tom como criança mais velha, eu não teria levado. Isso não está fazendo Tom retroceder ele está se sentindo cuidado.

As vezes estamos tão tristes e mergulhados no luto que não enxergamos as coisas com clareza. Ela vai para o quarto do Ben e eu fico com Tom.

Tom: Pai a Lari pensa que eu sou um neném.

-- E você, não é?

Tom: Não pai eu nem uso fraldas

-- E você não vai contar pra ela que, não é?

Tom: Não adianta dizer que não sou neném.

Lari entra e pega Tom dizendo isso enquanto ele vai para cama enrolado na toalha.

Lari: Quem disse? Você é o meu neném sim. (Ela diz isso pegando Tom em seu colo e cobrindo ele de beijos e cosquinhas a toalha dele caiu e ela faz barulhos na barriga dele barulhos como gases(puns) e ele ri até cansar e pede clemencia).

Lari: Então me diz quem é o neném da Lari?

Tom: O Ben.

Lari faz os assopros na barriga dele como puns e ele dá gargalhadas e levanta a mãozinha para ela parar.

-- Você vai matar o menino Lari.

Lari: Me diz Tom Darvis, quem é o neném da Lari?

Tom: O Tom.

Lari: Diga eu EU.

Tom: Eu eu eu eu.

Lari: Um neném muito esperto.

Tom está mais do que feliz eu sei que se sente amado e se sente um neném.

Lari: Anthony você vai escolher a roupa dele.

-- Vou deixar com você hoje.