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Levanto-me da cama ainda rindo de mim mesmo e vou para o banheiro, tomo o meu banho e faço a minha higiene matinal, após terminar o banho começo a me vestir, como serei o professor por um tempo escolhi um terno e um sapato preto, passo um pouco de perfume, penteio os meus cabelos, após ficar pronto, vou até a pequena cômoda no canto esquerdo do quarto, afasto-a deixando a parede visível, há um cofre e de lá retiro a maleta contendo as vacinas.

John- Que Deus nos proteja, livrando-nos de todo mal.

Falo sozinho enquanto faço o sinal da cruz na minha testa, não que eu acredite nessas coisas, mas meu filho acredita e tudo o que fiz, faço ou farei é sempre pensando nele. Estando com tudo pronto, caminho a passos largos em direção ao nosso ponto de encontro, parece uma quadra de esportes, mas é enorme e possui um pequeno palco.

Ao chegar no local, noto que todos já estão sentados nos seus devidos lugares e conforme o planejado já estão tendo seu sangue coletado, para não tumultuar o local, cada um aguarda a sua vez na sua devida cadeira, cerca de uma hora depois enfim pude começar a minha aula.

John- Bom dia a todos, na nossa aula de hoje começaremos tirando as dúvidas, podem começar.

Assim que termino de falar noto que todos começam a conversar com a pessoa ao seu lado, talvez estejam selecionando as melhores perguntas, algum tempo se passou até que enfim uma loira peituda falou:

Mulher- Professor, nos explique a questão dos hemisférios e por que o senhor não avisa as autoridades competentes, talvez haja uma solução, né?

Após ouvir aquelas palavras, tossi levemente e logo falei:

John- Os invasores do mundo não possuem uma boa base sobre localização, dividiram o planeta Terra somente em hemisfério Norte e Sul,  o primeiro será tomado por uma escuridão durante um ano, as criaturas das trevas são carnívoros e tentarão a qualquer custo devorar os habitantes, já no Hemisfério Sul o sol nascerá tão quente que matará todos carbonizados, as pessoas que lá vivem não terão a menor chance de sobrevivência.

Dou uma pausa, tomo um gole de água e logo continuo:

John- Avisar as autoridades competentes só nos traria problemas, pois eles não acreditariam e tentariam nos impedir, avisar ao pessoal do Hemisfério Sul também não é recomendável, porque eles viriam para cá causando o inchamento das cidades, causando escassez de alimentos e aumento de doenças.

Após terminar de falar, sento-me num pequeno banco e fico observando os meus alunos, uns assustados, outros riem da minha cara, isso né deixou irritado, me levantei e falei sinceramente.

John- Vejo que ainda há pessoas que duvidam das minhas palavras, uma frase, a porta da rua é serventia da casa. Quero deixar claro que aqueles que tomarem a vacina não poderão mais desistir, caso insistam terei que matá-los, essa é uma oportunidade única, se vocês não quiserem eu tenho certeza que o pessoal do Hemisfério Sul receberão de bom grado essa “árdua missão”.

Não tem espelhos por aqui, mas tenho certeza que a minha aparência se alterou um pouquinho, esses moleques me irritam, dá vontade de deixá-los morrer e salvar somente o meu filho, mas eu não posso fazer isso, porque o meu Ed se sentiriam tão sozinho e isso me deixaria muito triste, admito que quando eu soube da sua existência eu amaldiçoei a sua origem e a sua existência, mas após a morte de Eliana comecei a cuidar dele e o meu coração se encheu de um amor avassalador, sinto a necessidade de protegê-lo e, eu vou, custe o que custar.

Permaneço em silêncio olhando para os meus alunos, nem um se levantou, então volto a me sentar e aguardo por mais perguntas, algum tempo depois vejo que o meu filho levantou a mão indicando que queria falar, assenti e ele logo perguntou:

Ed- Como o senhor sabe de tudo isso?

Após ouvir aquelas palavras cheias de dúvidas, dei um suspiro longo, chegou a hora da verdade, pigarrei algumas vezes e logo comecei a falar:

John- Eu não sou humano, esse amontoado de pele não me pertencem, serve apenas para camuflar o meu verdadeiro eu.

Faço uma pausa só para observar a reação dos meus alunos, vejo que quase todos parecem horrorizados, mas apenas a reação de Ed me chamou atenção, suas expressões são indecifráveis, não sei dizer ao certo, mas acho que ele não acreditou nas minhas palavras, dou de ombros e volto a falar:

John- Vim do planeta  Trevirstruns, o meu povo não suporta a luz do sol e há  30 anos eles tentam buscar um meio de destruir o Sol e mudar-se  para Terra, tornando-o um planeta de trevas assim como Trevirstruns, eu era um cientista lá e descobri uma maneira de mudar o nosso organismo nos tornando “normais", mas por algum motivo desconhecido eu acabei sentindo empatia pelos terráqueo e após usar um pouco do antídoto que me protege do sol, destruí a fórmula e fugi para cá.

Eu tenho total convicção de que as minhas palavras parecem loucura, na época eu tinha apenas 802 anos,  eu tinha acabado de atingir maior idade no meu planeta, quando cheguei aqui eu cometi o erro mais lindo de minha vida, engravidei Eliana, ela foi a primeira pessoa que eu encontrei, nós temos muitos defeitos, mas o pior deles é o libido demasiado, temendo atacar as mulheres e sair fazendo filho por aí eu tomei a pior decisão de minha vida, cortei o meu pênis, parece loucura eu sei, mas quem garante que eu ia ter a mesma sorte que eu tive com o Ed? Um filho que não herdou os meus genes, meus defeitos e minhas necessidades macabras.

Tomo alguns goles de água e depois continuo falando:

John- Bem, vocês devem estar se perguntando como eu sei desse ataque, o tempo no meu planeta é contado de outra forma, bem lenta por sinal, dessa forma tem apenas poucas horas que seu sai de lá, eles virão atrás de mim, por isso eles escolheram o Hemisfério Norte para transformar em trevas, porque eles querem ter o prazer de me matar com as próprias mãos.

Após alguns minutos em silêncio enfim alguém mostrou sinal de vida e logo falou:

Homem- Professor, o senhor está tentando nos dizer que aquelas criaturas horrendas são capazes de pensar, falar esse tipo de coisa?

Depois de alguns segundos eu respondi:

John-Isso mesmo, eles falam um idioma diferente, mas não se preocupem eu irei ajudá-los com isso, os trervianos são muito inteligentes e cruéis, mas terão uma grande surpresa quando chegarem aqui.

Assim que termino de falar, caminho até a pequena mesa, pego a maleta e desço do palco,  enquanto caminho na direção dos meus alunos começo falar:

John-Agora vamos por partes, primeiro vocês irão tomar a vacina, eu mesmo irei aplicar, antes de começarmos quero pedir algo a vocês.

Dei uma pequena pausa, respirei fundo e falei novamente:

John- Aqueles que forem vacinados retornem para o seus respectivos quartos imediatamente, ao chegar lá quero que feche a porta e jogue a chave por debaixo da porta, depois de 3 horas eu irei soltá-los, não fiquem assustados isso é apenas uma precaução.

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