No escritório, Gael e Aretha sentam no mesmo sofá e eu sento numa poltrona a frente.
Vejo que ele está nervoso, assim como eu. Gael esfrega os dedos na palma da mão, limpa o suor dela, no tecido da calça.
Aretha olha para ele, faz o aceno de cabeça como se estivesse dizendo que ficará tudo bem e depois segura as suas mãos.
_ Gael, vejo que você está com receio dessa conversa, como também estou. Vou ser sincera, em nenhum momento pensei omitir algo de você. Tudo aconteceu muito rápido nesses seis dias. E depois do rumo que estava tomando a conversa na sala, há pouco, percebi que não dá mais para esperar.
_ Vivi, você tem razão. Estou, sim, com receio. Mas o que a conversa de agora tem a ver conosco?
_ Eu vou te explicar. Saiba que já sofro, por saber que vou magoar você, que vou lhe fazer sofrer, mais uma vez.
_ Quando ouvi sem querer, naquele dia na cozinha, que queria ir embora daqui porque descobriu que sou apaixonado por você... Eu fugi. Mantive-me longe para que não saísse da minha vida. Por favor, não faça isso.
_ Gael, ouviu também a história do crush, não foi?
_ Sim. Os meninos contaram. Mas antes, escutei a Aretha dizer que foi apaixonada por mim e que depois me esqueceu ao começar um novo amor.
_ Sim. É por causa desse novo amor que eu não tenho como lhe dar esperanças.
_ Você não quer esquecê-lo ou decidiu voltar para ele?
_ Não, para as duas perguntas.
_ Então, não entendo, por que quer tirar a minha esperança?
_ Gael, ver você pessoalmente há 3 anos, foi o melhor dia da minha vida. Conversar, estar perto, ter a mão segurada por você, receber um beijo na testa ou no rosto, ganhar um abraço foi muito mais que sonhei. Você, sempre será especial no meu coração. Mas não passaremos desse ponto.
_ Vivi, vocês têm tudo para serem felizes, mas até agora, não disse o real motivo para querer afastá-lo. _ Aretha diz.
Respiro fundo, as lágrimas rolam pelo meu rosto...
_ No dia que você foi ao meu apartamento, antes de receber o pedido de divórcio, eu havia preparado tudo para comemorar o aniversário de um ano de casamento e também para dar um presente ao Dylan. _ Respiro fundo e falo com a voz trêmula pelo choro: _ Eu entregaria o meu exame de gravidez.
Gael fica pálido, solta as mãos que estavam no colo de Aretha, passa pelo rosto e pelos cabelos.
_ Desculpe decepcionar-lhe mais uma vez... Não tenho volume no abdômen ainda, mas estou grávida de quatro meses. Perdoe-me, por fazer você sofrer de novo.
Eu choro até soluçar, Aretha vem me abraça.
_ Não fique assim. Gravidez é uma benção.
_ Eu sei. Preciso ficar bem por esse bebê. _ as lágrimas teimam em cair, passo a mão para secá-las, mas continuam descendo.
Observar a expressão confusa do Gael, me deixa mais triste e apreensiva.
_ Por isso disse, que após a nossa conversa, eu pediria para sair da minha vida? _ Gael fala com voz embargada.
Confirmo com um sinal de cabeça.
_ O que pretende fazer a partir de agora? _ Aretha pergunta.
_ Quero ter essa criança em paz. Para isso, não quero que o Dylan saiba de nós. E muito menos, a Kimberly, pois eu lhe conheço o suficiente para saber que ela é capaz de tentar fazer algo ruim comigo ou com o bebê, se pensar que seremos uma ameaça aos seus planos.
_ Não vai contar para ele? _ Gael.
_ Sei que, é direito dele, mas ele não se preocupou comigo para assumir um suposto filho.
_ Por que você, diz suposto filho? _ Aretha pergunta.
Gael levanta, pega um whisky e se serve. Fica em pé, de costa para nós.
_ Porque há três meses, eu vi de longe, uma pessoa parecida com a Kimberly no Laboratório e ela aparentava assustada ao ler um diagnóstico. E o Dylan, disse-me que a primeira vez que ficaram juntos de novo, foi há dois meses.
_ Contou isso para ele? _ Gael
_ Por que eu contaria? Ele chegou dizendo que ela estava grávida e que estavam juntos há dois meses... Não me traiu uma única vez, ou seja, não foi um deslize, um erro. Enquanto, eu estava me mantando de trabalhar, ele estava, há mais de 60 dias, curtindo um caso extraconjugal com o consentimento da família dela.
Respiro algumas vezes, olho para as costas do Gael e depois para Aretha que ainda me abraçava. As lágrimas voltam a rolar pelo meu rosto.
_ Quando ele estava saindo do apartamento, eu não aguentei e disse que se o filho dele nascer com menos de 9 meses era para fazer um exame de DNA. E se não for dele, não era para me procurar.
_ Você fez certo. _ Aretha diz.
_ Quem mais sabe? _ Gael.
_ Só vocês.
_ Não contou para os seus amigos? _ Gael.
_ Ainda não. Conhecem o Alexis. Eu adoro ele, mas não sabe manter segredo. Por isso, eu decidi... não aceitarei a sua proposta de emprego ou participarei do concurso. Só peço por tudo mais sagrado, se for possível que mantenha a oferta dos meus amigos. Esses dias que estou aqui, já fiz algumas pesquisas de algumas cidades, vou embora assim que conseguir um lugar para ficar.
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Atualizado até capítulo 70
Comments
Elenice Martins
que chato autora, ela não podia estar grávida
2025-03-22
0
TRAIÇÃO NÃO TEM PERDÃO
Não Conta Fds Ele
2024-10-12
0
Ana Lúcia De Oliveira
a decisão tem que ser dela
2024-07-01
1