Essa História Está Muito Estranha

POV: DYLAN

Meu assistente veio até o meu apartamento para trazer um contrato que esqueci e precisava analisar para dar um parecer no primeiro horário, durante uma reunião com a diretoria da empresa. Resolvo descer com ele até o térreo do prédio, pois, ainda tinha algumas orientações para dar.

Após despedir-me dele, o porteiro chama pelo meu nome:

_ Sr. Dylan há quatro dias a Sra. Victoria deixou essa chave na portaria, como tem entrado direto pelo elevador da garagem, a mesma ficou aqui.

_ Sam, era você que estava aqui quando ela entregou?

_ Sim, senhor.

_ Como ela estava? _ pergunto.

_ Senhor, ela não parecia bem. Estava com cara de quem chorara muito, parecia fraca... Inclusive, foi amparada por um proprietário de apartamento do prédio.

_ Proprietário de apartamento? Sabe o nome dele.

_ Não senhor. Ele tem um apartamento aqui há um ano e veio poucas vezes. No registro, consta informação sigilosa.

_ Estranho. Foi ele que ajudou com as malas?

_ Acho que não. Chegaram seis homens, pareciam seguranças. Todos trajados de terno preto, subiram até o seu apartamento e desceram sozinhos com as malas. Minutos depois ela desceu e em seguida o morador que falei.

_ Qual o apartamento dele?

_ Acredito que não vai ajudar. Ele colocou-o à venda há 3 dias e não voltou mais. Antes que me esqueço, tem uma correspondência para o senhor. Só um instante. Aqui está.

_ Obrigado.

Pego o envelope e vou em direção ao elevador.

'Essa história está muito estranha. Victoria não conhecia os nossos vizinhos. Mal parávamos em casa e sempre estava comigo. Deve ser uma coincidência.' _ penso.

Os homens que buscaram as malas, também não tenho mínima ideia de quem possa ser, talvez amigos dos assistentes dela.

Pego o telefone e ligo para Victoria. Como já era esperado, não atendeu a minha ligação.

'Essa falta de notícia dela está acabando comigo.'

Assim que tiver um tempo, vou até o apartamento dos seus amigos. Eles terão que dizer qual o novo endereço de Victoria.

Tenho certeza que lá, ela não está. Pelo que comentou, os três moram num apartamento de quarto e sala, não daria para 4 pessoas morarem.

O dinheiro que dei a ela, não será suficiente para pagar um hotel por muito tempo. Por mais que tenha conseguido um emprego, deve receber o salário só daqui a 30 dias. Sendo assim, só resta uma opção para ela: mudar para o apartamento que lhe dei.

Alguns dias já se passaram... Ela deve ter acalmado, com bastante lábia, sei que posso convencê-la a ficar comigo.

Esses quatro dias sem ela, foram terríveis.

O meu apartamento não parecia mais o meu lar. A decoração foi mudada e particularmente, detestei.

A empregada que contratei até faz o serviço direito, mas a comida não me agrada.

Kimberly quer sair quase todas as noites após o trabalho. Até agora, não vi nenhum esboço seu. Com o prazo de entrega tão apertado, não trouxe trabalho para casa...

'Será que ela tem uma coleção pronta?'.

Enquanto estou no elevador, como estava sozinho, abro o envelope. Lá estava o contrato do apartamento, as chaves e o cartão da conta bancária.

Victoria devolveu tudo.

Isso não poderia ter acontecido. Quando pedi o divórcio, acreditei que não me deixaria. Lembro que no dia, ela disse que eu não lhe perderia e que me amava...

Isso só tinha um significado: ela não aceitaria continuar comigo, não queria ter qualquer vínculo.

'O que eu fiz?'

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