Cap. 18- Tentativa de assalto

Isabelle- É muito dinheiro Tony! – Comenta admirada, mas ao mesmo tempo apreensiva, afinal nunca em sua vida viu tanto dinheiro assim em espécie e ainda mais tocá-lo.

Anthony- Só tem 100 mil dólares aqui, nas minhas contas bancárias tem bilhões. – Assegura orgulhoso.

Isabelle- Por mais que seja um ricaço que nunca viveu em escassez financeira, não podemos usar todo o seu dinheiro. Eu não quero ser presa.

Anthony- E não vai! Eu também já passei por muitas dificuldades, antes de me tornar o grande CEO. E como disse antes, sou bem cauteloso e calculista. Então não se preocupe, eu já tenho um plano em mente.

Isabelle- Por que tem uma arma aqui? - Questiona ao ver uma arma de calibre 38 e uma cartela de balas.

Anthony- Faz parte dos meus planos. Um homem de negócios tem sempre muitos invejosos ao seu redor, esse era um plano de emergência caso algo acontecesse comigo. Eu tinha que estar sempre precavido, e mesmo assim ainda fui morto.

Isabelle- As crianças não podem ver isso. Não quero que elas saibam que o pai tem uma arma, porque para elas você sempre será, não importa a alma aí dentro do corpo.

Anthony- E não vão. Assim que dona Rose for enterrada, vou ver o que a Rebeca vai querer fazer de sua vida e então vamos para a fazenda. Minha avó Daiana vai amar vocês, principalmente as crianças. Ela sempre puxava as minhas orelhas querendo que eu me casasse, formasse minha família. E as crianças vão poder viver uma experiência com uma avó de verdade, que gosta de fazer bolos e tem muito amor e carinho para dar.

Isabelle- Espero que ela acredite em você, porque é difícil. Agora com essa prova posso dizer que você definitivamente não é o Tony por quem me apaixonei na adolescência.

Anthony- Mas serei com quem você vai viver os melhores dias de sua vida. Ainda estava duvidando que eu sou um grande CEO?

Isabelle- Isso é surreal! Se fosse outra pessoa para quem contasse com certeza colocaria você em um hospício.

Anthony- Isso é verdade. Fico feliz que acredite em mim e não me aprisiona em um lugar desses. Agora vamos! Preciso preparar o almoço das crianças.

Isabelle- Vamos!

Anthony coloca o dinheiro em duas mochilas porque a maleta com certeza atrairia curiosos, principalmente pelo estado em que estava, todo machucado. Ao sair do daquele lugar com as duas mochilas, o casal logo chama a atenção, afinal as mochilas são novas e de aparência chamativa. Antes de chegarem no ponto de táxi, três homens cercam Isabelle e Anthony e um deles que está com um cigarro aceso e soltando fumaça todo orgulhoso, pega uma faca e mostra para Anthony. Isabelle ao ver fica apavorada.

Bandido 1- Passe essas mochilas se não quiserem morrer! – Ordena.

Anthony- Acho melhor vocês nos deixarem em paz e irem pelo mesmo caminho de onde vieram. – Declara de maneira calma.

Bandido 2- Está querendo dar uma de destemido, gorducho? Já está todo quebrado. Quer mais um tratamento especial? – Diz a sorrir debochado.

Isabelle- Tony, acho que isso é um mal sinal. – Exprime de maneira assustada e gruda no braço de Anthony. - Parece que que a gente nunca...

Anthony- Calma Belle! - Interrompe Isabelle antes de ela entregar que estão com dinheiro, e complementa: - É um mal sinal para eles! – Pronuncia de forma determinada.

Anthony analisou os três patetas e por mais que estivessem com facas, elas não seriam suficientes para detê-lo. Apesar de não ter muito movimento na rua, alguns carros passavam, mas ninguém parava para dar atenção. Viu uma viatura ao longe e teve uma ideia brilhante. Fitou seus olhos de maneira sombria para o cara que estava com a faca a amostra e disse:

Anthony- Viemos comprar coisas para nossos filhos.

Bandido 1- Sério? Conta outra!

Anthony- Não estou mentindo! Não tenho por que mentir. Vocês babacas não estão colaborando. Fechar a nossa passagem não foi uma boa ideia. Acho que vocês não deveriam querer assaltar um policial, não é mesmo?

Bandido 3- Policial? Quem iria acreditar?

Anthony retira sua arma que estava guardada em sua cintura e mostra para os três.

Anthony- Quer mais um motivo? Não sou do tipo bonzinho. E vocês não são páreos para mim com essa faca!

Bandido 2- Eita! Calma aí policial! Era só uma brincadeira! - Os três saem apavorados correndo e gritando um com o outro.

Bandido 3- Idiotas! Quem ia querer roubar a polícia?

Bandido 1- Como eu ia saber?

Anthony e Isabelle respiram aliviados depois que os bandidos somem das suas vistas.

Isabelle- Tremi de medo! Eu realmente pensei que iríamos ser roubados.

Anthony- Seria muito azar pra gente.

Isabelle- Com uma dessas, eu preciso ir no banheiro. Toda essa emoção me deu vontade de fazer xixi.

Anthony sorri da declaração sincera de Isabelle e diz:

Anthony- Se eu não estivesse colocado a arma na minha cintura, provavelmente estaríamos sem nada agora, porque na minha condição não iria conseguir lutar contra os três. E não gosto de pensar na possibilidade de ver você ferida.

Isabelle- Vamos embora logo daqui antes que eles voltem com reforços, e descubram que você não é um policial e nos ataquem e levem as mochilas.

Anthony- Não quer ir no banheiro antes!?

Isabelle- Consigo aguentar até chegarmos em casa e precisamos pegar as crianças.

Um táxi pára e os dois entram comunicando o endereço para onde precisam ir. Anthony olha para Isabelle e pede de maneira carinhosa:

Anthony- Poderia me ajudar com a questão do funeral de dona Rose? Não conheço o plano funerário dela, se ela realmente tem, não sei como proceder.

Isabelle- Claro que te ajudo. Você pode ficar com as crianças enquanto eu saio para organizar. Você precisa de descanso.

Anthony- Obrigado, Belle! Você é a terceira pessoa em minha vida com quem eu sinto que realmente posso contar.

Isabelle- Obrigada. E quem são as outras duas? - Indaga interessada.

Anthony- Minha avó Daiana e seu marido, que se tornou como um avô para mim. Pensou que eram namoradas?

Isabelle- Eu não disse nada. Só fiquei curiosa.

O táxi para em frente a casa de June, Isabelle toca a campainha e June a atende:

June- Isa? Tudo bem? – cumprimenta e ao ver Anthony fecha a cara.

Isabelle- Oi June! Tudo bem, sim. E as crianças?

Ayla- Mamãe? Cadê o papai? – Pergunta eufórica ao abraçar a mãe.

Anthony- Oi princesa!

Ayla- Papai! – Corre para abraçá-lo.

Anthony- Calma! O papai está dodói agora, não vou poder te pegar no colo. Você já está uma mocinha muito forte.

Ayla- Papai, por que está assim? Você não vai morrer, vai?

Anthony- Não meu tesouro. – Afirma com seu jeito carinhoso e convicto, se abaixa e dá um beijo na bochecha da filha. – O papai vai estar sempre com vocês.

Zayan- Papai! – Grita feliz, saindo pela porta e indo de encontro ao pai.

Anthony- Calma campeão! Você não pode correr assim.

Zayan- Estava com saudades.

Anthony- Eu também. Agora vamos para casa que o papai vai fazer uma comida bem gostosa para vocês comerem.

Ayla e Zayan- Ebaaa! – Gritam felizes em uníssono.

June- Ele está diferente...

Isabelle- Está sim, e obrigada por cuidar dos meus filhos.

June- Pode contar comigo quando precisar.

Isabelle- Obrigada.

A família sai toda feliz rumo à pensão da Loretta. Anthony está com as mãos ocupadas segurando as mãozinhas dos filhos. Na frente da pensão a figura mais repudiante os aguardam, mas o semblante no rosto de todos é de desgosto.

Louise- Tony!

Anthony- O que está fazendo aqui, veio me aborrecer de novo? Ou seu marido veio me pedir para voltar para aquele emprego medíocre?

Louise- Não é isso. Sinto muito por sua mãe. Soube que ela morreu ontem. Onde será o velório?

Anthony- Minha esposa cuidará disso!

Louise- Esposa? Que esposa? - Pergunta com desdém.

Anthony- Isabelle. E eu não quero mais olhar para essa sua cara desagradável. Não venha mais importunar a gente. – Diz de forma agressiva.

Louise- Não precisa ser tão rude, seu...

Anthony- Já disse o que tinha que dizer. Saia da nossa frente! – Ordena. – Vamos meu amores, o papai está atrasado para preparar o almoço.

Ayla- A sua barriga já está roncando, papai! – diz sorrindo inocentemente.

Anthony- É verdade.

Isabelle não se pronuncia, e nota o olhar de desaprovação de Louise para ela. A família entra na pensão e vão direto para o quartinho.

Isabelle- Vamos lavar as mãos para comer uma frutinha, enquanto o papai prepara o almoço?

Ayla e Zayan- Sim, mamãe!

Anthony- O que as crianças querem para o almoço?

Zayan- Macarrão!

Anthony- De novo?

Ayla- Sim!

Isabelle- Eles sempre vão escolher comer macarrão, Tony.

Anthony- Então vou preparar com acompanhamento diferente de ontem. Farei macarrão com verdurinhas.

Isabelle- Capricha chefe! – Diz dando uma piscadela para Anthony e leva as crianças para o banheiro para lavarem as mãos.

Anthony- Pode deixar comigo.

Enquanto Anthony faz a comida, Isabelle dá as frutas para as crianças e diz;

Isabelle- Vou atrás do funeral da dona Rose.

Ayla- O que tem a vovó, mamãe?

Anthony- Ela foi morar no céu princesa.

Ayla- E ela volta quando?

Isabelle- Ela não vai mais voltar filha.

Anthony- Mas em breve vocês vão conhecer uma vovó muito legal! Ela ama cozinhar e faz bolos maravilhosos!

Ayla- Sério? Que legal! A vovó Rose não sabe fazer bolo e a bisa, quer dizer a velha, não dava bolo para a gente quando vamos para a casa da vovó.

Anthony- Mas essa vovó é bem diferente.

Isabelle- Até mais amores! A mamãe volta logo.

Anthony- Pega uma quantia de dinheiro que dê para pagar tudo.

Isabelle- Está bem Tony.

Ayla e Zayan- Tchau mamãe!

Isabelle- Volto logo amores e se comportem.

Isabelle pega uma quantia de dinheiro e coloca em sua bolsa e sai para organizar o funeral. Anthony termina de fazer o almoço e ajuda as crianças a comerem. Isabelle corre para todos os lados providenciando cada detalhe do funeral da ex-sogra. Por volta das duas horas da tarde, Isabelle retorna com tudo já definido.

Isabelle- Voltei! Nossa! Estou morrendo de fome. E já está tudo pronto Tony. Já avisei a todos e só não conseguir ver a Rebeca, mas creio que ela já tenha ido para o velório.

Anthony- Obrigado Belle.

Isabelle- Só vou almoçar para a gente ir para lá, tudo bem?

Anthony- Tudo bem.

A família depois de se organizarem, pega um táxi para ir até o local e quando chegam lá, algumas pessoas já estão reunidas prestando condolências. Laura está abraçada ao Enzo chorando horrores enquanto Rebeca está debruçada sobre o caixão da mãe inconsolada. Anthony ao ver a velha chorando, logo percebe que são lágrimas falsas, se aproxima dela e diz autoritário:

Anthony- Ninguém acredita nessas suas lágrimas de crocodilo!

...Continua......

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