O CONTRATO

Aquele beijo me colocou dentro de um transe. Era como se o mundo ao meu redor tivesse parado de existir e meu corpo ficou paralisado. Ele desatou o meu avental e começou a tirar minha blusa, enquanto beijava meu pescoço. Mas, a partir desse momento, um sinal de alerta surgiu na minha mente, o que me fez recuperar a consciência e reagir.

Eu: Para… não, o que você tá fazendo…!?

Ele não parava. Então, dei um chute forte com o meu joelho entre suas pernas.

Victor: Ai!

Victor me soltou na mesma hora, se contorcendo de dor. Eu não sou uma pessoa violenta, mas eu não estava preparada para fazer esse tipo de coisa naquele momento, ainda mais com alguém que nem conhecia direito.

Victor: porque fez isso?

Eu: ainda pergunta?

Victor: hurr… eu achava que você estava gostando…

Eu: achou errado. Eu quero ir para minha casa. Não quero mais ficar aqui nenhum minuto, seu canalha!

Depois de dizer isso, saí correndo pela porta, enquanto arrumava minha blusa e meu cabelo bagunçado.

Victor: Isabella! Volta aqui!

Escutei ele gritando meu nome, enquanto eu corria para o salão. Fiquei confusa por ele saber meu nome, eu ainda não tinha dito para ele. Parei em frente a porta do salão, frustrada, pois ela estava trancada. Um certo desespero tomou conta de mim, eu apenas queria ir para casa. Então, vi ele andando até mim normalmente, já recuperado do chute que havia levado.

Victor: Isabela, não seja burra. Já é noite, é perigoso lá fora.

Eu: Como você sabe meu nome?

Victor: tá escrito no seu crachá.

Só nessa hora me lembrei do pequeno crachá que usava em cima do peito.

Eu: porque você se importa comigo!? Tudo o que eu sou para você é um pedaço de carne! Você só quer transar comigo e nada mais! Tá escrito no seu rosto desde o primeiro minuto que você me viu! Mas, eu não sou esse tipo de garota! Se você pensou isso, está muito enganado!

Victor ficou olhando para baixo por alguns segundos, com as duas mãos apoiadas no quadril. Ele parecia estar pensando em algo muito importante. Então, levantou a cabeça e olhando sério para mim, falou.

Victor: quero que seja minha noiva.

Aquelas palavras me deixaram em choque. Eu não sabia se ele estava falando sério ou brincando comigo.

Eu: E-eu não entendi… Isso é uma brincadeira?

Victor: Estou falando sério. Quero que seja minha noiva. Melhor, quero que se case comigo.

Eu: Mas, acabamos de nos conhecer!

Victor: isso não importa. Vamos nos conhecer muito bem depois de casados.

Eu: eu não vou me casar com você!

Victor: porque não?

Eu: porque eu não quero!

Victor: como pode me recusar com tanta facilidade? Você sabe o quão importante eu sou? Você tem ideia da vida que pode ter ao se tornar minha esposa? Eu tenho relógios que valem mais do que você ganharia a vida inteira naquele trabalho medíocre!

Eu: prefiro ganhar dinheiro de maneira honesta…

Victor: Haha, que bonitinho, mas o mundo não funciona assim. Tudo bem, já que não quer se casar comigo pela maneira tradicional, eu vou fazer uma proposta para você.

Eu: que proposta?

Victor: um contrato. Um contrato de casamento.

Ao dizer isso, ele tirou de dentro do bolso do terno, um papel branco dobrado. Ele desdobrou o papel e o entregou para mim. Eu peguei o papel e comecei a ler. Tinha muitos textos difíceis e no final, uma linha em branco para assinatura. Na verdade, eu não entendi muita coisa do que estava escrito.

Victor: eu mandei fazer esse contrato logo depois da morte do meu pai. Ele morreu há algumas semanas.

Eu: eu não estou entendendo…

Victor: ao assinar esse contrato, você concorda em ser minha esposa apenas por um mês e depois, nós nos separamos e estamos livres para sempre um do outro. Obviamente, você vai receber um excelente valor em dinheiro como recompensa e eu vou cumprir o meu objetivo.

Eu nunca tinha escutado algo parecido com aquilo em toda a minha vida. Fiquei imaginando se aquilo se tratava de algum tipo de cilada.

Victor: então? Não vai dizer nada?

Eu: porque está fazendo isso?

Victor: eu nunca me interessei em casamento, mas, depois que meu pai morreu, as coisas mudaram pra mim, por causa de uma tradição que existe na minha família. Pela tradição, nenhum herdeiro pode assumir controle da herança, antes de se casar formalmente.

Eu: você não pode mudar isso?

Victor: ninguém pode ir contra uma tradição da família De Santi. Nem mesmo eu, o primogênito. Isso tem sido feito há gerações. Meus parentes e minha mãe, todos eles esperam que eu me case agora, para assumir os negócios da família. Então, sou praticamente obrigado a me casar.

Eu: caso eu aceite esse contrato, quanto eu receberia?

Victor: $100.000 dólares. É um valor justo, nem mais nem menos.

Eu: isso é muito dinheiro! É muito mais do que eu e meus pais ganhamos durante um ano inteiro!

Victor: eu sei, isso foi um dos motivos de eu ter escolhido você.

Eu: Então, você se aproximou de mim com essa intenção. Você acha que pode comprar tudo com seu dinheiro sujo…

Victor: sujo não, muito bem lavado.

Eu: eu não sei… eu não sei se posso confiar em você, tudo isso parece ser muito complicado e diferente de tudo o que eu já vi na vida…

Victor: Eu também não confiaria em mim se fosse você. Pode ir para casa e pensar melhor no assunto. Fique com o contrato. Eu vou mandar um dos meus motoristas levar você para casa. E caso você recuse, eu não vou insistir.

Eu não pensei em recusar, pois eu não sabia onde estava e não podia chegar em casa sozinha. Então, fui obrigada a aceitar a carona.

No caminho de volta para casa, eu me senti muito sozinha e confusa. Naquela noite, eu descobri um mundo completamente diferente do meu e um homem totalmente diferente também. Aquele canalha mexia comigo, mas de um jeito estranho. Ele se comportava de maneira errada o tempo todo, mas ao mesmo tempo, eu sentia algo diferente quando estava perto dele. Ele me deixava desconfortável e insegura, como se estivesse me desafiando. Um lado meu me dizia para nunca mais ver Victor De Santi novamente, enquanto outro lado ainda sentia o calor do seu beijo na minha boca. Pela primeira vez, eu não sabia o que era certo ou o que era errado.

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Comments

Adriana Santos

Adriana Santos

o casamento na máfia não pode haver separação

2024-11-11

0

Josi Gomes

Josi Gomes

SÓ UM MÊS , ERA PARA SER UM ANO OU SEIS MESES

2024-01-12

8

Celia Ferraz

Celia Ferraz

kkkkkkkk casar com um mafioso milionário hum eu não pensaria duas vezes. os mafiosos são carinhosos e fiéis a suas esposas, muito diferente dos homens comuns que são mulherengos

2023-11-24

0

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