IRMÃO CAÇULA

Era difícil para mim aceitar que eu estava dentro da mansão de uma das maiores máfias da Itália. Assim que me vi sozinha no meio daquele luxo todo, fiquei andando meio tímida pelo salão.

Bem na minha frente, havia uma enorme escada com corrimão de ouro e tapete de veludo vermelho, que poderia fazer parte de algum filme do 007. Os móveis, a decoração, o piso, as janelas… tudo parecia ter sido tirado de cenários de filmes de Hollywood e eu estava ali, ainda vestida com o meu uniforme de garçonete e com o cabelo preso em um rabo de cavalo assanhado. Obviamente, eu não estava combinando com o cenário. 

Comecei a querer explorar o que tinha ao meu redor, até que uma música de piano muito bonita começou a ressoar pelo ambiente, vinda de algum lugar perto dali. 

A música era muito bonita, mas tinha uma certa tristeza em sua melodia. Fiquei querendo saber de onde estava vindo aquele belo som. 

"Isabela, o que você está fazendo? Não se esqueça que você está dentro de uma mansão da máfia!" Pensei comigo mesma, fazendo eu me lembrar onde eu estava. Mas, não parecia haver ninguém e aquele lugar era tão enorme, que eu achei difícil me esbarrar em mais alguém, então, resolvi bisbilhotar só um pouquinho. 

Conforme eu andava para a frente, mais o volume da música ficava alto. Até que eu avistei uma porta aberta. Me aproximei da porta e descobri a origem da música. Havia um jovem rapaz tocando piano sozinho, no meio de uma sala muito elegante. 

Ele tinha feições jovens e suaves e tocava o piano com perfeição, de olhos fechados, como se estivesse sentindo a música invadir sua alma. 

Aquele rapaz me deixou meio hipnotizada. Ele era muito bonito. Eu apenas continuei parada vendo-o tocar. Até que, para meu desespero, ele abriu os olhos e me viu. A música parou abruptamente e ele me olhou com um olhar de "o que essa garota está fazendo aqui?"

Camilo de Santi (21)

Eu fiquei vermelha de vergonha, pois além de não conhecê-lo, eu estava o observando sem permissão. Desejei ter o poder de ficar invisível naquele momento. 

Camilo: quem é você? O que faz aqui?

Eu: me desculpe, mas é que a porta estava aberta e eu comecei a ouvir você tocando… Mas, eu já estou de saída, me desculpe…

Camilo: você não me respondeu. Quem é você?

Eu: meu nome é Isabella, eu sou garçonete no cassino do centro da cidade.

Camilo: cassino? Então você trabalha para ele, né. 

Eu: ele? Quem? 

Camilo: Victor, meu irmão.

Aquela informação me surpreendeu. Eu não imaginava que aquele jovem pianista fosse o irmão de Victor De Santi, ele era tão diferente dele.

Eu: não, eu não trabalho para o seu irmão, eu trabalho no cassino.

Camilo: aquele cassino é dele, tudo lá pertence a ele. Você trabalha para ele, sim.

Eu: sério? Eu não sabia disso…

Camilo o que faz aqui?

Eu: eu estava trabalhando, até que começou um tiroteio no cassino. Então, seu irmão me salvou e me trouxe até essa casa.

Camilo: então, eles não estão mais se contentando em atacar somente criminosos, agora pessoas inocentes também…

De repente, ele parecia estar falando sozinho, como se eu não estivesse mais ali.

Eu: eles? Quem?

Camilo: os bandidos dos Petrovic, foram eles os responsáveis por esse tiroteio, é óbvio. 

Eu: Petrovic? O seu irmão também falou deles…

Camilo: é tudo culpa dessa guerra inútil que não leva a nada. Ninguém está seguro aqui. Ninguém. Eu odeio tudo isso…

Nesse momento, uma mão grande e quente pousou em meu ombro. Era Victor. Ele olhou para Camilo, com uma expressão sarcástica. 

Victor: como vai, irmãozinho? Não cansa de tocar as mesmas músicas idiotas?

Camilo lançou um olhar sombrio para Victor, assim que o viu chegar. Depois, sem mais olhar para ele, levantou-se do seu assento e fechou o piano. De repente, o clima começou a ficar tenso na sala. Havia, claramente, uma distância estranha entre aqueles dois irmãos.

Camilo: vou sair, não volto antes do anoitecer. 

Victor: o vovô quer todos juntos no jantar, você sabe. 

Camilo: eu sei. 

Camilo passou por mim e Victor e saiu da sala, sem dizer mais nada. Eu estava muito confusa. Enquanto Victor tinha aquele jeito sarcástico e autoritário, Camilo parecia ser sério e calmo. Dois extremos que não combinavam muito bem.

Após Camilo sair, Victor foi em direção a uma estante com bebidas e colocou um pouco de uísque em um copo de vidro e bebeu. 

Naquele momento, ele parecia um personagem do filme "Poderoso Chefão". Suas roupas eram tão elegantes, combinavam perfeitamente com o ambiente ao seu redor. Mas, apesar da sua incontestável beleza, eu tinha de me lembrar que ele era um mafioso, alguém que não se pode confiar tão facilmente. 

Victor: o que vocês dois estavam conversando?

Eu: na verdade, eu estava o vendo tocar piano, o seu irmão toca muito bem, parabéns. 

Victor: hum. 

Eu: eu achei incrível, ele deveria ser um músico profissional. 

Victor: ele é, faz parte de uma orquestra.

Eu: sério? Isso é demais!

Victor: tá, já chega. O que mais falaram?

Eu: ele também me falou que você é dono do cassino em que trabalho. Isso é verdade?

Victor: sim, é verdade. Você não sabia, não é?

Eu: não, eu nunca imaginei que aquele cassino era controlado por uma máfia…

Victor: muitas pessoas sabem, você que é muito ingênua. 

Eu: então é por isso que você me tratou daquele jeito…

Victor: que jeito? 

Eu: daquele jeito arrogante, como se fosse o dono de tudo. 

Victor: mas eu sou o dono de tudo. Só estava agindo como deveria agir.

Eu: eu sei que ainda não nos conhecemos direito, mas você não deveria agir assim com as pessoas, é errado. 

Victor: quem é você para me dizer isso? Eu tenho certeza que você gostou, só não quer admitir…

Eu: porque acha que eu gostei daquilo?

Victor: porque todas gostam. 

Eu: pois eu não gostei e não estou gostando agora!

Victor: mentirosa. 

Enquanto dizia isso, Victor se aproximou de mim de forma intimidadora, sem me dar chance de defesa. Ele ficou tão perto que eu pude sentir sua respiração quente em meu rosto. Ele rodeou seu braço musculoso ao redor da minha cintura e me puxou para perto dele, amassando meus seios contra o seu peito. Ele me olhava com um desejo ardente nos olhos, um olhar que me deixou sem reação a não ser fazer o que ele queria. Ele então, tocou os seus lábios nos meus e começou a me beijar ardentemente, pressionando sua mandíbula rígida contra minha boca e meu rosto. 

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Comments

Leoni Gonçalves

Leoni Gonçalves

O que q ela vai fazer agora

2023-09-25

5

Geli Oliveira

Geli Oliveira

Esse homem é um demônio

2023-03-22

0

Néia Lima

Néia Lima

Ele logo estara aos pés dela kkkkk esses arrogantes quando se apaixonam viram um docinho 🥰😍😘

2023-01-06

7

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