Novo trabalho

Solange narrando

A Inês me leva até a cozinha da mansão, e minha nossa, que cozinha maravilhosa, enorme, tem duas Ilhas no meio da cozinha, os eletrodomésticos são de excelente qualidade, não é uma cozinha profissional obviamente, mas é perfeita demais. Ai como eu queria ter uma casa com uma cozinha assim.

Lá estavam o chef Márcio e mais 5 cozinheiros. A equipe era muito boa, dava pra sentir o profissionalismo deles no ar.

_ Inês — Chef boa noite, trouxe uma amiga para o senhor conhecer.

_ Márcio — Boa noite Inês, espero que o jantar esteja do seu agrado, eu informei aos cozinheiros que tínhamos o desafio de cozinhar para a chef de partida do Ilusions.

_ Inês — Ora chef, imagina, sua comida é divina.

_ Márcio — E a sua amiga?

_ Inês — Essa é a Solange, ela é cozinheira no Ilusions.

_ Márcio — Nossa! Tinha mais um cozinheiro aqui? Agora a senti a pressão.

_ Sol— Imagina Chef, o senhor é muito bom no que faz e sua equipe exala competência. O jantar foi maravilhoso, meus parabéns.

_ Márcio — Muito obrigado. Vindo de cozinheiros de um restaurante com 2 estrelas Michelin. É muito gratificante.

É, as vezes eu esqueço como o restaurante do Ilusions é bem qualificado, um restaurante de hotel ter 2 estrelas Michelin é pura ostentação. As duas estrelas foram conquistadas pelo chef Alan, o que prova que ele é extremamente competente. Eu tive a honra de estar no momento em que conquistamos a segunda estrela.

_ Sol— Eu admiro muito o seu trabalho chef, inclusive gostaria muito de trabalhar como personal chef, essa era a minha ideia quando fiz a faculdade. Mas acabei desistindo por falta de oportunidades.

_ Márcio — Realmente não é fácil conquistar uma clientela boa. Eu lutei muito e dei muita sorte também, hoje tenho um nome consolidado. Mas eu poderia te ajudar, se você quiser.

_ Sol— Me ajudar? Como?

_ Márcio — Você trabalha no Ilusions, o que já diz que certamente cozinha bem. Eu posso te oferecer uma parceria. Trabalhe comigo em alguns jantares, te apresento clientes e quem sabe você conquista o gosto de alguns deles.

_ Inês — Não tem medo que ela roube seus clientes?

_ Sol— Inês!

_ Márcio — (risos) Não, eu tenho muitos clientes, tantos que nem dou conta. Seria bom ter um parceiro pra dividir. O que me diz?

_ Sol— Eu aceito, com certeza!

_ Márcio — Toma aqui o meu cartão. Me liga e marcamos uma reunião pra acertar a nossa parceria.

_ Sol— Muito obrigada chef, o senhor não vai se arrepender.

Saio da cozinha radiante e vou correndo contar pro Dan!

_ Dan— Serio? Ele te convidou assim de cara?

_ Sol— É, me convidou por causa do Ilusions né, eu sabia que trabalhar lá ia abrir o meu caminho.

_ Dan— Nossa Sol, é a chance de você ter o seu próprio negócio, quem sabe evoluir pro seu restaurante.

_ Sol— Ai Dan, já imaginou!

_ Dan— Vai dar certo meu amor!

Saímos da mansão

Molina e voltamos pra casa do Dan.

Dias depois.

Hoje é o dia que a minha mãe vai sair do hospital. Eu e o Dan pedimos licença no trabalho e fomos busca-la. Eu e a Maria, esposa do Fábio, arrumamos a casa e fizemos uma recepção pra minha mãe, com flores, chamamos as suas amigas e fiz alguns dos petiscos que ela gosta, adaptados a nova dieta dela é claro.

Quando chegamos em casa ela ficou radiante com a surpresa.

_ Sandra— Ai minha nossa! Que lindo, obrigada meus amores. Eu nem sei como agradecer tudo que estão fazendo por mim. Eu me sinto como se tivesse renascido, mesmo tendo que usar essa bolsa de colostomia, eu me sinto ótima e viva.

_ Dan— E vai continuar assim, por muitos anos ainda minha sogrinha. E vamos pegar no seu pé viu, a partir de agora qualquer dor, ou desconforto é pra avisar viu.

_ Sandra— Pode deixar meu lindo!

_ Sol— Isso mesmo mãe, não dá mais esse susto na gente.

Passamos a tarde rindo e conversando, a minha mãe tava tão feliz assim com as amigas dela. Que alegria ter minha mãezinha de volta em casa.

No dia seguinte marquei uma reunião com o Chef Márcio, pra falar sobre a parceira, saí do trabalho e fui até o escritório dele.

_ Márcio — Boa tarde Solange, como vai?

_ Sol— Boa tarde chef, vou muito bem, obrigada.

_ Márcio — Bom, vamos falar de negócios. O serviço de personal é bem intenso e nem sempre é confortável. As vezes temos que trabalhar em cozinhas bem mal equipadas, pequenas, quentes, enfim. Está preparada?

_ Sol— Acho que não existe cozinha mais quente, e mal equipada que a da minha casa. Então estou preparada pra tudo.

_ Márcio — (risos) Casa de ferreiro, espeto de pau.

_ Sol— Bem isso chef, infelizmente não ganho o suficiente pra montar a minha cozinha dos sonhos.

_ Márcio — Normal. Então amanhã tenho o jantar de um senador. Vai ser na casa dele, aqui mesmo no Centro. Pode vir e participar, vai ser um evento pequeno então vai ser bom pra você, ver a dinâmica e conhecer a equipe.

_ Sol— Certo.

_ Márcio — Esteja aqui amanhã nesse mesmo horário.

No dia seguinte

Trabalhei bem ansiosa hoje, geralmente o dia passa super rápido, mas hoje parecia uma eternidade.

_ Caio— Menina você hoje tá a mil por hora hein.

_ Sol— É que hoje vou trabalhar com o chef Márcio, tô muito ansiosa.

_ Inês — Amiga relaxa, você é muito competente, vai dar tudo certo. Em breve eu e o Henrique vamos estar contratando a sua empresa para os nossos jantares.

_ Caio— Vai casar e largar a cozinha amor?

_ Inês — Vou sim, o Henrique quer que eu cozinhe só pra ele.

_ Caio— E por que ainda ta aqui? Aliás porque já não se mudou pra mansão? Já que quer tanto uma boa vida!

_ Inês — Quero sim, mas tenho que ser inteligente. Ele me chamou pra morar lá e disse que não precisaria voltar pra cá. Mas eu disse que não, que só moraria com ele depois de casada, e que ia trabalhar porque não quero o dinheiro de um namorado.

_ Caio— Olha ela, bancando a honesta.

_ Inês — Claro amor!

_ Sol— E o que ele disse?

_ Inês — Insistiu muito, mas eu fui firme. Ele disse que se era assim, então nos casaríamos em breve. Ela já me apresenta como noiva. Mas eu disse que não tinha um anel no meu dedo.

_ Caio— Você é ridícula.

_ Inês — Meu amor! Pode apostar, estarei noiva em menos de 1 mês.

_ Sol— Louca.

Finalmente acabou meu expediente, tomo um banho e corro pro escritório do chef Márcio.

_ Márcio — Solange, chegou bem na hora, vamos.

Chegamos na casa do senador. É uma casa enorme, não como a mansão Molina, mas é bem espaçosa e elegante. Fomos direcionados até a cozinha, era grande, e tinha bons eletrodomésticos, os que faltavam o chef trouxe pra completar.

A esposa do senador já havia escolhido o cardápio. Seria duas entradas, uma salada niçoise e uma vichyssoise. Antes disso teria alguns canapés pra servir de aperitivo. O jantar seria em dois pratos principais um com filet ao poivre e outro de Cassoulet. E sobremesa seria petit gâteau e paris brest.

O chef já traz algumas coisas pré-prontas como a paris brest, os recheios o sorbet para acompanhar o petit gâteau, as carnes já porcionadas entre outras coisas.

Como já estou acostumada com carnes, vou ajudar na preparação da filet e dos molhos. É uma loucura fazer preparações tão complexas numa cozinha doméstica, ainda mais numa cozinha que você nunca viu, que não sabe onde ficam os utensílios, é muito louco. Mas deu tudo certo e todos amaram o jantar.

_ Márcio — E aí o que você achou? Quer mesmo trabalhar com isso?

_ Sol— Eu amei, foi muito louco. Com certeza quero fazer isso.

_ Márcio — Você é das minhas. Gostei muito do seu trabalho e a equipe também. Acho que podemos trabalhar juntos.

_ Sol— Muito obrigada chef. O senhor não vai se arrepender.

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