Capítulo 4

...FILIPE...

Estou em naufrágio, muda minha sorte

Eu sou tão frágil mas tu és forte

Deus já te ouviu! E Deus vai, te socorrer! 🎵

(Música: Naufrágio, Marcela Tais)

Eu já colocava às minhas malas no carro, quando Heitor, diretor da Universidade onde dou aula, apareceu.

— Filipe, preciso conversar com você.

— Eu estou de saída, vou visitar a minha irmã

— Sei que vai visitá-la, Daniel contou-me, por isso corrir para te alcançar, é um assunto urgente e não dá para esperar até a sua volta.

— Então aí! Conversaremos naquela padaria no centro.

Heitor entrou e eu terminei de guardar às malas e comecei a dirigir, de maneira alguma, eu deixaria ele entrar na minha casa, estava uma zona lá dentro, faz dias que não via limpeza.

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— Vou ser direto. Chegou ao conhecimento dos donos da Universidade, que a sua noiva Renata tinha um caso com o seu melhor amigo e engravidou inclusive dele.

Eu não acredito? Quem pode ter contado isso?

— Pamela, a esposa traída contou, ela espalhou a notícia por toda a cidade, inclusive com fotos dos dois na cama, lamento informar, a notícia chegou a notícia aos donos da Universidade, você sabe como eles prezam pelo bom nome da Universidade, a questão é que se você não arrumar uma namorada e se casar, como uma forma de restituir a sua reputação, você será demitido!

— Heitor, eu não acredito! Em que mundo vivemos? Voltamos por século XV? Às pessoas tem que se preocupar mais com a vida delas e, porque eu vou pagar por um erro que eu não fiz? Dá aulas tem feito eu esquecer um pouco da dor, é o meu refúgio desde a morte da Renata.

— A questão é que os seus alunos vão perder o respeito, como eles vão levar a sério um professor que a esposa engana.

— Heitor, entendo o seu posicionamento, mas se quiser preparar a minha carta de demissão, prepare, que quando eu chegar, eu assino,contudo, não vou viver uma mentira! Estou de luto,estou a sofrer pela perda de Renata, não importa o que ela era, não tenho tempo para fingir nada, só estou a sobreviver, o meu coração está quebrado.

— Eu lamento muito Filipe, se fosse algo que estivesse nas minhas mãos, mas enfim, se essa é a sua decisão cara, eu respeito.

Despedir-me de Heitor, fui para a minha antiga casa, onde mora Dan e Jonas, busquei eles e seguimos a viagem, a viagem foi cansativa, passamos dois dias na estrada, foi uma viagem cansativa e longa, pretendíamos hospedar-nos na pensão, mas Pedro, sogro da minha irmã, fez questão que ficássemos hospedados na casa dele.

Chegamos na madrugada, por isso não vimos ninguém e passamos o dia dormindo, cada um ficou hospedado num quarto, dormi o dia inteiro, acordei atrasado para festa, tomei banho e fiz a barba, não tirei a barba inteira, apenas aparei.

Coloquei um ‘smoking’ preto, passei perfume e fui para a festa, de cara avistei Debinha

— Você veio! Mano eu não acredito!

Debinha deu o gato para o marido que estava ao seu lado e abraçou-me.

— Ei, senti muito a sua falta também Debinha, já viu o Dan e Jonas?

— Sim, eles passaram aqui há uns trinta minutos atrás, devem estar, por aí querendo impressionar às moças.

— Qual a novidade que tu irias contar-me?

— Eu e Vítor adotamos essa gatinha, o nome dela é Heloisa.

— Não acredito! Essa era a tal novidade?

— Era! Ela não é linda?

— Cara, eu não sei como tu aguentas ela!

— Ei!

Debinha dê-me uma cotovelada, Vítor apenas rir e beija ela.

— Pois Saiba que eu não aguento, porquê eu amo a sua irmã, cada momento ao lado dela torna-me mais feliz.

— Vocês são muito melosos, credo!

— uuuhh, vá uma namorada para ti e nos deixe!

— Sou capaz mesmo!

Pela primeira vez após a perda de Renata, permitir-me brincar.

Às horas seguintes, transcorreu como o esperado, teve um jantar com todos os adultos, Andreia estava do outro lado da mesa, não tive contato com ela, depois do jantar foi a hora do bolo, Pedro segurou Betânia e Lilian Miguel, todos cantamos parabéns... Após o jantar Lilian e Pedro levaram as crianças para o quarto, Paula e Guilherme também levaram os seus filhos, comecei a socializar e a conversar com os convidados, os caras falavam sobre mulheres, carros e casamento, muito deles fugiam de ter que pedir as suas namoradas em casamento, até que os meus olhos correram pela sala e deparei-me com Andreia conversando com um cara alto, olhos pretos, forte e muito bem-vestido, aquilo incomodou-me, foi como está um soco no meu estômago... ela é só a cunhada da minha irmã, mas mesmo assim a vontade de dá uns, tapas nele, quando ia ao encontro deles, eles já subiam às escadas.

— Andreia, preciso falar contigo!

— Comigo? Agora Filipe?

— Sim, agora! É urgente!

— Nick, dê-me licença um instante.

Sem esperar resposta, peguei-a no colo e subir às escadas.

— desça-me, seu louco, o que pensa que faz? Idiota, idiota.

— Quietinha Princesa, fique quieta!

Chegamos até o meu quarto, entrei com ela e encostei a porta

— O que está fazendo? O que quer?

— Porquê você estava se oferecendo para aquele cara?

— Me oferecendo? Anda-me a vigiar?

— Você estava flertando com ele...

— Escute aqui, o que eu faço ou deixo de fazer não é da sua conta! Se quiser flertar, beijar, transar com ele, não é da sua conta!

— Não você não vai, sua santinha do pau oco, porquê tu és toda minha!

Dá de onde vieram aquelas palavras? Aquele sentimento, eu só sei que quando dei por mim, já estava a beijar Andreia, tomei a sua boca, reivindiquei como minha e Andreia gemia nos meus lábios.

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Acordei por vozes e alguém me pegando pelo pescoço,abrir os meus olhos rapidamente e Pedro logo socou-me no rosto, sem entender a reação dele, me virei para o lado da cama e Andreia estava lá coberta, do meu lado.

— Andreia, acorde!

Ainda sonolenta, Andreia abriu os olhos e espantou-se quanto tanto eu.

— Saia daqui agora! Mãe por favor peça que eles saiam

— Vamos Pedro, Lucas, Vítor, deixemos eles se recompor.

Eu não lembrava de absolutamente nada e agora estavamos encrencados.

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