...ANDREIA...
Olho para o meu quarto tão bem decorado, com flores desenhadas na parede e com retratos de mim com a minha família, com Augusto e sozinha, abro a gaveta e tiro de lá a caixinha de memória que eu tenho escrito para Augusto em todos esses anos da sua morte.
Pego a caneta e começo a escrever mais uma carta habitual
...Querido Augusto, hoje é aniversário dos bebês, quero voltar a estudar, estaria feliz se estivesse aqui, sempre me lembro de ti , com muito carinho, mas chegou o momento de seguir, chegou o momento de amar novamente, de sonhar, de viver novamente, não sei onde está…, mas espero que entenda que amor também é deixar ir, sei que já partiu fisicamente, faz um tempo; contudo só agora estou-te a deixar partir do meu coração e deixando-lhe apenas nas minhas memórias e lembranças, foi o meu primeiro amor, mas não o AMOR para a minha vida… sou grata por você ter sido meu, pelo pouco espaço de tempo em que tivemos, prometo voltar nessa caixinha, sempre para lhe atualizar à minha vida, mas no futuro… talvez eu jogue essas cartas que lhe escrevo no mar, amo-lhe Augusto....
Olho o vestido longo vermelho com decote e de cetim, tomo um banho, ouvindo música e em seguida visto ele e coloco uma jaqueta por cima, prendo os cabelos num rabo de cavalo, passo um batom vermelho e máscara de cílios.
- Querida, eu posso entrar?
- Sim, mãe, pode.
a minha mãe entra, com o cabelo feito no coque e com um lindo vestido azul, apesar dos anos… o tempo foi bom para ela.
— Mãe, eu quero ir para faculdade, quero fazer o curso de história, quero tirar das gavetas os meus sonhos e vivê-los.
A reação inicial da minha mãe é de olhar-me admirada, em seguida ela sorrir lentamente até se tornar um sorriso longo, ela segura nas minhas mãos e abrace-me afetuosa, abraço-a de volta.
— Estou tão feliz meu bebê que tu vais se permitir viver novamente, deixe eu acompanhá-la até a faculdade para fazemos a sua matrícula na segunda e...
— Mãe, a senhora não entendeu! Eu quero sim, estudar história, mas não aqui na cidade, quero mudar de cidade, construir a minha vida, começar a trabalhar, ser independente, eu não posso passar a vida inteira nas costas de vocês, eu quero recomeçar num novo lugar.
— Andreia, já tivemos essa conversa, eu não quero a minha bebezinha longe de mim, o seu pai também não quer, você está em casa, com a sua família, pode estudar e todo o conforto e independência que quiser, eu e Pedro podemos apoiar-lá no que você quiser.
— Mãe, agora a senhora tem bebês para cuidar que realmente são nenês, Betânia e Miguel... mãe, a senhora tem que entender que eu sou uma mulher adulta de 25 anos, faço 26 daqui algumas semanas, eu preciso desse espaço para...
— A minha resposta é não! Não, Andreia, imagine todos os riscos que pode correr… nunca foi fácil ser mulher, ainda mais morando em outra cidade e sozinha, minha querida, não tem ideia da maldade do mundo!
— Como eu vou crescer mãe? Quando a senhora e papai-me trata como se eu fosse uma criança?
— Chega desse assunto! Agora eu vou buscar os gêmeos para levá-los para baixo, quer me ajudar querida?
— Não mãe, eu vou dá uma volta pelo jardim.
— Tudo bem, não fique chateada comigo, eu amo-te e só quero o melhor para você.
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Desci às escadas e sair a andar, sem cumprimentar os convidados, eu precisava de um momento para respirar e chorar, mas no meio do caminho, esbarrei no meu pai, que pela minha cara deve ter percebido algo.
— O que foi minha bebezinha?
— Pai! Não me chame bebezinha na frente dos seus amigos e não foi nada.
Eu continuei o meu caminho até que o meu pai alcançou-me.
— Andreia, filha, conte-me, o que houve? Venha, sente-se aqui nessa poltrona e eu sentarei nessa outra, quer comer algo enquanto conversamos?
— Tudo bem, mas não quero comer nada, pai eu conversei com a mãe sobre voltar a estudar, fazer faculdade em outra cidade e ter a minha independência financeira, mas ela não me permitiu. Pai eu sou uma mulher adulta, tenho direito de refazer a minha vida, estou cansada!
- Meu bem, sei que estás cansada, contudo, concordo com a sua mãe, não acho o momento ideal… talvez daqui uns 3 anos, querida queremos tê-la por perto quando Augusto se foi, você também se foi, só agora temos o nosso bebê de volta, não nos peça para te deixamos ir.
Chorei e abracei o meu pai, porque pela primeira vez, percebi que a perda de Augusto não destruir só a mim, mas que também trouxe sofrimento para os meus pais.
— Se sente melhor?
— Sim, pai, mamãe deve está-te a procurar.
— Vamos entrar?
— Vá à frente papai, eu vou dá uma volta pelo jardim ainda, preciso absorver tudo.
— Se precisa de algo, estou aqui meu bebê.
— Eu amo-te, pai.
— Também amo-te, filha.
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...Veja como o céu é bom...
...De notas tristes, vem, insiste até eu mudar o tom...
...Veja como o céu é bom...
...Do meu silêncio, fez dele um lindo som 🎵...
(Música: Partir, Marcela Tais)
— Oi, Andreia!
— Oi! Paula e às crianças onde estão?
— Estão com o Gui, eu estava-te a procurar, porque está com o rosto tão triste?
— Eu quero voltar a estudar
— Isso é bom, ótimo!
— Tu não entendes Paulinha, eu quero ir morar fora, ter a minha própria independência, tenho 25 anos, quase 26 preciso recomeçar, assumir às minhas responsabilidades.
— Fico feliz em ouvir isso, penso da dor que deve ter sido para ti, perder o teu noivo.
— Sim, a questão é que os meus pais não querem deixar eu ir morar fora para estudar e alcançar a minha própria independência. Não sei o que fazer!
— Andreia, se você… se casar... os seus pais te deixaria?
— Penso que sim, mas como eu...
Foi então que tive a ideia que mudaria radicalmente a minha vida.
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Atualizado até capítulo 52
Comments
Fátima Ribeiro
ohh céus!!
o que vai aprontar, não tem ideia de como será difícil...
2025-03-25
1
Conceição Moreira
menina já estou te vendo com Filipe.
2025-02-13
1
Priscila Silva
Andreia Andreia oque você vai aprontar hein garota
2022-09-23
5