Contrato feito!

Jeferson vai até a casa de Aurora, João o convida para tomar uma bebida. Aurora está ao prantos arrumando a sua mala, Marta está ajudando-a.

- Mãe\, se é um casamento por contrato por que não posso ficar aqui.

- Eu também queria saber\, seu pai não me fala nada direito! - diz Marta chorando.

Marta segura nas mãos de Aurora.

- Senta aqui filha! - diz Marta apontando para a cadeira.

Aurora senta de frente para a penteadeira. Marta começa a escovar os cabelos de Aurora.

- Eu não fui uma boa mãe\, me perdoa! Eu devia ter sido mais presente na sua vida e na do seu irmão! Eu deveria ter dito não várias vezes\, eu falhei como mãe! - Marta lamenta.

- Não fala isso mãe!

- Eu falhei como mãe\, sim! - diz marta chorando.

Aurora abraça a mãe, mas João as interrompem.

- Vamos Aurora. Jeferson está lá embaixo! - João diz apático.

Aurora pega somente sua bolsa e desce com amargura. Jeferson está sentado no sofá, ele olha para Aurora e se levanta para cumprimenta-la.

- Boa tarde\, Aurora! - diz Jeferson com um aperto de mão.

- Boa Tarde.

Aurora senta no sofá, João e Marta se juntam ao futuro casal. Thomas começa ler o contrato, antes que o Juiz chegue para oficializar a união.

- Na cláusula 1\, diz que em hipótese nenhuma\, Aurora poderá viajar para fora do país\, sem autorização de Jeferson...

- Virei prisioneira? - bufa Aurora.

João olha para Aurora com repreensão.

- Jeferson terá obrigação de dar tudo o que Aurora precisar\, assim como\, medicamentos\, vestuário\, alimentação\, entre outra coisas. E também...

- Como seu eu não pudesse trabalhar para viver! - Aurora o interrompe.

- Aurora! Não o interrompa! - João a repreende.

Thomas finaliza a leitura do contrato, dizendo:

- Aurora deverá morar na casa de seu futuro marido. Os dois terão participação ativa\, nos negócios de família\, porém\, será opcional para ambos. Assuntos familiares não poderão ser divulgados nem durante e nem depois do fim do casamento. Aurora e Jeferson deveram ficar\, no mínimo 24 meses\, ou seja\, 2 anos casados.

Jeferson assina todo o contrato e entrega a caneta para Aurora. Ela resolve ler o contrato novamente, o que deixa João muito zangado.

- Assina logo\, Aurora.

Aurora assina em lágrimas. Jeferson sente um leve desconforto, pois ele esperava ver Aurora ansiosa, já que ela herdaria muita grana e casaria com uns dos homens mais desejados da cidade.

- Então é isso. Vamos Aurora? Eu preciso trabalhar! - diz Jeferson muito seco.

Aurora consente com a cabeça e abraça sua mãe, que estava em lágrimas. Aurora finge estar forte, para sua mãe não se sentir tão mal. Ela nem olha para João. Jeferson a observa e se sente mal por estar a levando embora da casa dos pais contra sua vontade.

- Luís\, leve as malas de Aurora para o carro\, por favor? - pede Jeferson\, para um de seus empregados.

-Sim, senhor!

Jeferson vai na frente, Aurora se despede de suas duas ajudantes, que foram maravilhosas com ela. Aurora se dirige ao carro. Ambos ficam em silêncio o trajeto todo. Quando estão aproximando da casa de Jeferson ele diz:

- Aurora\, minha mãe está com um quadro sério de depressão.

- Sinto muito!

- Não precisa sentir! - Jeferson foi grosso.

- Não precisa ser grosso!

- Desculpa! Eu passei os últimos meses dizendo para ela que estava com alguém\, que eu estava feliz\, só queria deixá-la tranquila. Gostaria de pedir para que você possa fingir que já era minha namorada a 6 meses.

- Está me pedindo para mentir para sua mãe? - Aurora diz inconformada.

- Não é isso! Não quero que ela saiba sobre esse casamento por contrato\, ela não iria ficar feliz\, sempre quis que eu me apaixonasse por alguém\, mas isso nunca aconteceu e nem vai. Mas enfim\, posso contar com você?

- Eu vou odiar fazer isso\, mas fazer o que? Já estou fazendo o que eu não quero.

- Somos dois! - diz Jeferson.

Aurora entra na casa de Jeferson, no mesmo instante ela sente uma falta enorme da sua casa, dos seus móveis e do seu quarto.

- Pode ir com a Jaqueline\, ela vai te ajudar a se acomodar no seu quarto. Mas tarde te apresento minha mãe e meu irmão! - diz Jeferson.

- Tudo bem!

Jeferson vai para o escritório, Aurora sobe para o quarto. Aurora olha para o quarto fazendo uma análise por todo o ambiente.

- Que bom ver que o senhor Jeferson\, arrumou alguém tão educada e generosa\, como a senhora! - diz Jaqueline sorridente.

- Obrigada querida! Muita gentileza da sua parte.

- Tudo o que precisar é só me procurar! Estarei as ordens! - diz Jaqueline.

- Muito obrigada! Você é um doce!

- Obrigada senhora! Com licença!

Jaqueline sai do quarto. Aurora vai tomar uma ducha, e ali não consegue segurar as lágrimas, o medo e a falta que sua mãe e Lucas a fazem sentir.