Capítulo 4

Subimos ela no carro e nos dirigimos ao rio.

Chegamos, abri o porta-malas do carro e lá estava ela, envolta na bolsa, nua. Senti muita pena porque a conhecia desde pequena e realmente gostaria que tudo fosse diferente, mas a vida é assim e hoje me encontro nessa situação. Desfazendo-me do seu corpo já sem vida. Sacudi minha cabeça para parar de pensar no que fiz a Larissa, pedi ajuda e peguei seu corpo para jogar do penhasco.

A maré estava alta, parecia que o rio nos esperava e também esperava que ela se afundasse em suas águas.

Jogamos seu corpo e pude ver como ela afundou.

Esperei alguns minutos para vê-la emergir, mas ela simplesmente desapareceu.

Narra Demir...

Eu já estava na caminhonete depois de ter acabado com o assassino do meu companheiro, agora ele descansará em paz. Peguei meu celular e vi que havia chamadas perdidas de Larissa. Ia ligar para ela, mas seu celular já estava desligado. Então, quando entrei na caixa de mensagens, vi que ela me deixou uma mensagem de áudio. Abri e pude ouvir sua voz desesperada, agitada, pedindo ajuda. Todos naquela caminhonete puderam ouvir sua voz; olharam para mim, que estava em choque.

- Onde está Larissa? eles me perguntaram.

Eu pude ver a localização que ela me deixou naquela mensagem.

- Aqui está a a a dire ção - gaguejei ao dizer.

Nenhuma palavra saía da minha boca, enquanto pediam que mais veículos fossem para o local que ela indicou.

Foram 30 minutos de angústia e desespero até chegarmos lá.

Chegando ao local, eu pude ver que já havia carros de polícia lá e naquele momento pensei o pior. Saí da caminhonete e comecei a correr em direção à área arborizada, onde já havia muitos oficiais procurando por Larissa, mas não havia sinal dela. Tempos depois, começamos a encontrar sapatos, certamente eram dela, e seguindo na direção dos sapatos, pude ver seu vestido rosa; aquele que tanto cuidei, agora estava destruído e ensanguentado. Caí de joelhos no chão, pegando seu vestido, e atrás de mim os policiais começaram a me segurar pelos braços, pedindo para que eu não pegasse nada dali. Sua roupa íntima estava no chão e a apenas um metro dali, havia uma poça de sangue se espalhando em um caminho. Gomez se aproxima.

- Arrastaram o corpo dela\, Demir\, talvez ela não esteja aqui!

- Esse filho da puta matou minha irmã? a mataram? Diga a verdade\, diga! gritei eufórico.

Foi então que encontramos a pedra com vestígios de sangue, rapidamente pudemos deduzir que essa era a arma que usaram para assassinar minha irmã.

Sentei-me no chão e comecei a soluçar.

- Larissa\, eu te abandonei\, minha querida irmã. Não consegui te salvar. Te abandonei\, não te protegi.

Eu fui o culpado por tudo isso.

Peguei minha arma, a coloquei na minha cabeça, eu queria acabar com tudo isso, não conseguia viver pensando no mal que causei à minha irmã.

Rapidamente, todos se lançaram sobre mim para tirar a arma.

- Não\, não! Gritei. Eu fui o culpado\, não mereço viver.

- Não faça isso\, Demir! Não faça isso\, talvez sua irmã ainda esteja viva\, precisamos procurá-la\, não desista - disse Deborah\, uma das minhas colegas que sempre me tratava com ternura.

Levantei-me do chão e comecei a procurar, pedi a todos que me ajudassem e assim todos me acompanharam. O amanhecer chegou, mas ainda não havia sinais dela, e os dias passaram, mas ainda não consegui encontrá-la.

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