Isadora Santos/Elis Kurwell (Parte 2)

Os dias passam e levo Penny a diversos lugares e noto que está se desenvolvendo maravilhosamente bem muitas vezes a vi sorrindo e seus olhos brilhavam, cada vez ficava mais apegada a ela e ficava muito feliz por ver que ela estava realmente feliz.

Certo dia já estávamos concluindo a aula, ouço gritos e tive a impressão de ouvir tiros, os alunos se agitam e correm se escondendo como podem. Homens armados entram na sala, Penny corre até mim e eu a protejo, meu extinto materno fala mais alto me fazendo colocá-la atrás de mim, tentam puxá-la de mim, eu a empurro mais para o canto e a escondo o máximo que posso com meu corpo, mas tenho apenas 1,50 de altura e peso 60 quilos, Penny apesar de ter somente 14 anos já é mais alta do que eu, e aqueles homens truculentos eram duas vezes maiores que meu frágil corpo, tanto em tamanho quanto em largura.

Arrancam ela de mim, eu agarro e mordo o braço do homem que a segura, ele me bate e eu caio, ela vem ao meu encontro, me ajuda a levantar e ela só diz que vai sem reclamar se não me machucassem, eu digo que só a levariam sobre meu cadáver, mas em seguida imploro que me levem junto pois sei que preciso protegê-la, o que vou fazer? não sei, mas sei que não a deixarão, vieram para levá-la, então só me resta ir também.

Batem em minha cabeça e tudo fica escuro.

Acordo com Penny me chamando.

- Estou aqui criança - falo\, ela chora e me abraça.

Ela diz que aqueles homens são da máfia russa e que são de uma máfia inimiga da de seu pai. MÁFIA, COMO ASSIM? Não tenho tempo para mais indagações, a porta é estourada e lá está ele, lindo, vestido todo de preto o que deixa com ar mais austero, com uma arma em punho. Ele corre para Penny e a examina a procura de ferimento, depois de um minucioso exame em Penny ela me olha e diz com sua voz de trovão: - Finalmente nos conhecemos pessoalmente professora, sou Donminik Kurwell.

Pega minha mão e me levanta em um único puxão, ao sair da cama sinto uma dor muito forte na perna esquerda e caio novamente na cama sem forças para sustentar meu corpo.

- NÃO - grita Penny - Papai ela está machucada\, eles a feriram. Ela não deixou eles me machucarem\, então a machucaram.

Então nos braços fortes daquele homem sou tirada dali e as memórias começam a vir, e me lembro dos momentos vividos naquele pequeno quarto que tinha apenas uma pequena cama, que dividia com Penny, e um minúsculo banheiro.

Não sei quantos dias ficamos ali, pois no quarto não tinha janela para me guiar, também não sei quantas vezes fui torturada. Mas não podia deixar nenhum deles encostar, violentar ou bater nela. Quando eles vinham eu pedia para que ela virasse para a parede e sufocava meus gemidos de dor quando me batiam ou me machucavam, não queria que ela sentisse culpa, ela não tinha ninguém ali para defendê-la além de mim e NÃO, NÃO PODERIA deixar uma menina que não tinha conhecido o amor fosse torturada e estuprada, NÃO EU NÃO PODERIA.

Depois de saber de tudo o que tinha acontecido Don me informou que não poderia mais fiar no Brasil que me levaria para Rússia e casaria com ele, pois se ficassem sem proteção não somente eu sofreria mas toda a minha família, ah eu me submeti a dores horríveis para salvar a vida da filha de um desconhecido, faria muito mais para salvar os meus.

E assim parti junto com aquele homem quem mal tinha visto, e a partir daquele dia morreu Isadora Santos, professora de Línguas Estrangeiras, brasileira e nasceu Elis Kurwell, russa e a dama do submundo.

Aos 42 anos me casei com Don, que na época tinha 47 anos, e fui muito bem cuidada por ele.

Don assumiu a máfia dos Kurwell aos 20 anos após a morte de seu pa; sua mãe ele nunca conheceu e seu pai jamais falou dela. Me contou que seu pai foi um homem muito mal e cruel, inclusive com ele, qualquer deslize era motivo para castigos físicos e psicológicos.

Don nunca me tocou, pois quando cheguei na Rússia ele me disse que era gay e que Penny tinha nascido de uma inseminação artificial, mas na máfia ninguém poderia saber.

A mãe de Penny era lésbica e sua melhor amiga. Ela desejava ser mãe, ele precisava ser pai para firmar seu poder na máfia, todo mafioso precisa de um herdeiro. Então fizeram um acordo, ele doaria o semên e registraria a criança e assim provaria para a máfia seu valor e ela teria seu desejo realizado.

Assim Penny foi concebida.

Vivemos juntos por 7 anos e tivemos uma linda amizade, mas nem eu nem ele podíamos ter ninguém pois se a máfia nos pegasse em uma "traição" a punição seria a morte. Então nossos dias eram regados a tiros, torturas, bebidas e muitas risadas pois quando estávamos em casa tentávamos levar a vida o mais leve possível.

Don me ensinou a ser quem eu sou e tudo  o que aconteceu comigo nos dias de cativeiro me transformou em uma mulher fria e sem compaixão com meus inimigos.

Então fomos emboscados e Don foi morto e como havia provado meu valor para a máfia durante esses anos, fiquei com o título e tudo o que vem com ele.

De dama da máfia me tornei A CHEFE DA MÁFIA.

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Comments

Lena Macêdo E Silva

Lena Macêdo E Silva

nada é por acaso, o que tivermos que viver, viveremos com ou sem nosso consentimento, as consequências de nossos atos vem seja eles bons ou ruins...

2023-11-03

3

Nice Ribeiro

Nice Ribeiro

mulher forte hein 🤔

2023-04-15

0

Quase cinquentona🥴🥺😔😩

Quase cinquentona🥴🥺😔😩

E os filhos dela ? Sabem da nova vida da mãe, ou acham que morreu ?

2022-11-18

0

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