Capítulo 5

Toc toc..

Vejo a porta se abrir lentamente.

Roberto - Posso entrar?

Lúcia - Sim!

Roberto - Soube que você desmaiou, como você está se sentindo?

"Ele está preocupado? Claro que não Lúcia, só pode ser coisa da sua cabeça."

Lúcia - Estou melhor, acho que bati a cabeça com muita força quando caí.

Ele me lança um olhar avaliativo.

Roberto - Consegue levantar?

Lúcia - Consigo!

Ele faz sinal para que eu siga e eu o acompanho até a sala. Olho com curiosidade para o homem que está nos esperando.

Roberto - Esse é o Stive, ele é um médico da família Armani.

"Ele trouxe um médico para me examinar?!"

Dr. Adams - Stive Adams, prazer em conhecê-la...

Ele fala estendendo a mão direita em apresentação e eu o cumprimento adequadamente.

Lúcia - Lúcia, é um prazer, Dr. Adams.

Dr. Adams - Sente-se, por favor.

Eu me sento e ele começa a examinar a parte de trás da minha cabeça.

Dr. Adams - Não parece ser nada sério, mas como eu te disse antes Roberto, o indicado é que você a leve até o hospital para que eu possa examiná-la com mais clareza e dar um diagnóstico mais preciso, junto com o tratamento.

Roberto - Fora de cogitação, os Gonzales já sabem que ela está aqui na mansão dos Armani. Se alguém ver eu saindo com ela, vão tentar sequestrá-la.

Eu começo a sentir uma forte dor de cabeça e ao mesmo tempo me sinto um pouco tonta, mas tento não deixar isso transparecer. Afinal, também não seria bom para mim ter que ir ao hospital, não demoraria muito para que eles descobrissem quem eu sou. Quando olho para ele de novo vejo que estão os dois olhando para mim com preocupação.

Roberto - O que você está sentindo?

Minha dor se intensifica e eu coloco as duas mãos na cabeça apertando a com toda a força que tenho e me esforçando para não gritar. Eu me esforço para tentar respondê-lo, mas não consigo dizer nenhuma palavra e acabo perdendo a consciência novamente. Abro os olhos lentamente, sentido incômodo pela luz forte que está no cômodo e quando consigo ver com clareza, percebo que estou num quarto de hospital. Vejo que o Roberto está sentado ao meu lado um pouco sonolento, mas ele abre os olhos bem rápido quando vê que estou acordada.

Roberto - Você acordou!

Ele sai da sala numa fração de segundo chamando pelo Dr. Adams. E volta acompanhado do doutor.

Dr. Adams - Que bom que você acordou Lúcia, seus desmaios têm sido assim tão demorados?

Lúcia - Demorados, quanto?

Dr. Adams - 3 horas

Eu arregalo os olhos, começando a ficar preocupada.

Lúcia - Desde quando acordei só tive mais um desmaio além desse, que durou 2 horas.

Dr. Adams - Entendi, vou te encaminhar para uma tomografia para sabermos definitivamente o que você tem.

Eu afirmo com a cabeça e ele sai da sala.

Roberto - Ainda está doendo muito?

Lúcia - Agora quase não sinto.

"Ele parece aliviado."

Lúcia - Roberto, você sabe porque eles não pediram nenhum dos meus documentos? Normalmente é isso que vem primeiro.

Me arrependo de perguntar assim que termino, ele parece ficar irritado instantaneamente.

Roberto - Conversaremos sobre isso quando voltarmos.

"Droga!"

Eu afirmo com a cabeça sem saber o que dizer e pensando em alguma coisa para mudar logo de assunto e desfazer esse climão.

Lúcia - Lá na sua casa você disse que não poderia me trazer aqui por causa dos Gonzales. Por que mudou de ideia?

Roberto - Eu vi de perto como você estava sofrendo, não poderia deixar você lá daquele jeito.

Lúcia - Você ficou preocupado?

"O quê? Por que eu perguntei isso?"

Ele se espanta com minha pergunta e vira o rosto de lado. Por um segundo acho que vi um rubor em suas bochechas, mas poderia o Chefe do crime corar com algo assim?

Roberto - Claro que não! Eu só preciso saber porque a gangue Gonzales está atrás de você antes que você morra. Vai que é algo que possa ser valioso para mim.

Lúcia - Ah!

"O que é essa tristeza que tô sentindo agora?"

Sem me dar tempo para pensar muito sobre isso, o doutor bate na porta, entra na sala e sinaliza para que eu o siga para fazer a tomografia. Assim que saímos da sala vejo que hospital está cheio de seguranças, a maioria eu nunca vi, mas como alguns são da gangue Armani, eu imagino que todos eles sejam.

"O Roberto trouxe todos eles aqui para me proteger? Não... Não deve ser isso, ele deixou bem claro que não importa comigo."

Quando tudo acaba, o doutor pede para uma enfermeira me acompanhar até o quarto em que eu estava e pede para que eu aguarde. Quando entro no quarto, percebo que o Roberto está um pouco nervoso, tanto que ele nem percebe que já voltei.

Lúcia - Você está bem Roberto? Você parece nervoso.

Roberto - Nervoso? Eu não estou nervoso! Como foi lá? O Stive já te disse o que você tem?

"Ele está nervoso assim por minha causa? Ele nem parece aquele homem frio que falou comigo quando nos conhecemos."

Lúcia - Ele pediu para que eu esperasse pelos resultados aqui.

Ele afirma com a cabeça e parece ficar um pouco pensativo.

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