Capítulo 4

Eu entro na biblioteca, fechando a porta atrás de mim, e nossa, esse lugar realmente grande e muito atrativo, vou em direção às prateleiras. A verdade é que queria ver quais são os tipos de livros que eles tem por aqui, mas tenho certeza que ele irá perceber se eu ficar andando de prateleira em prateleira então tento pensar em alguma coisa para ler por enquanto, como se ele tivesse percebido a minha dúvida, ele pergunta sobre que tipo de livro eu tô procurando.

"Eu tenho que usar isso ao meu favor, que tipo de livro será que ele gosta de ler?"

Nesse momento eu percebo que ele tá lendo um livro clássico de ação.

Lúcia - Eu estava pensando em ler alguma coisa que tenha ação e suspense, sabe? Você pode me dizer em qual prateleira fica os livros nesse modelo?

A sombra de algum sentimento passa pelos olhos dele rápido demais para que eu decifre.

Marco - Ficam na segunda prateleira à esquerda.

Lúcia - Obrigado!

Tendo em mente o livro que ele está lendo, eu procuro algo que tenha pelo menos um pouco a ver, mas eu não conheço nenhum dos livros que estão por aqui, então pego um que tem ao título parecido e torço para que ele conheça. Eu ando pela frente dele tendo o livro aberto em minhas mãos e vou folheando as páginas lentamente, e bingo...

Marco - Você lê muito esse tipo de livro?

"Não!"

Lúcia - Bastante! Ultimamente tenho estado muito nesse clima.

Marco - haha eu também estou sempre mudando o meu estilo de leitura, às vezes eu tô mais no suspense  às vezes mais na ação, terror e de vez em quando vou até para o romance.

Lúcia - (sorrindo) É muito bom finalmente encontrar alguém que seja tão confuso quanto eu, não que isso seja uma coisa ruim, na verdade é muito bom estar sempre inovando.

Marco - (sorrindo) Sim!! Você... Já estava indo para o seu quarto? Se quiser você pode ficar aqui e a gente conversa um pouco sobre os livros que a gente gosta.

Lúcia - Eu adoraria.

Nós ficamos conversando por um bom tempo sobre livros e gêneros que gostamos, até surgiram algumas brincadeiras no meio de tudo isso, foi tudo bem leve e bem espontâneo. Eu nem sei se acredito que ele é um dos homens mais perigosos da cidade porque realmente não parece, na verdade ele parece ser bem atencioso e atento aos detalhes. Estavamos num joguinho de adivinha quando eu de repente começo a me sentir um pouco tonta.

Marco - Tá tudo bem?

Eu tento responder, mas sinto que estou perdendo a consciência e desabo. Quando eu acordo estou deitada no meu quarto e ele está sentado numa cadeira ao meu lado.

Marco - Você está bem? Está sentindo alguma coisa? Tem quase 2 horas que você desmaiou.

Lúcia - Minha cabeça dói muito. Espera, você ficou aqui por 2 horas?

Ele desvia o olhar e eu tenho a impressão de ter visto um rosado em suas bochechas.

Marco - Claro, se acontecer alguma coisa com você o chefe me mata.

"Ah, claro, no que eu tava pensando?!"

Marco - Já que você já acordou e está bem, eu vou aproveitar para ir fazer algumas coisas.

Lúcia - Certo, e...

Ele vira para olhar para mim novamente.

Lúcia - Obrigado por ficar comigo até que eu acordasse.

Ele desvia o olhar, como se estivesse envergonhado.

Marco - Não precisa agradecer, eu só estava fazendo o meu trabalho.

Com isso ele sai, me deixando sozinha com meus pensamentos.

"Nada aqui é como eu imaginava, se eu não tivesse ouvido falar antes e não estivesse investigando sobre eles, eu realmente não acreditaria que eles são da máfia. Na verdade, o Roberto até parece um pouco, com aquele jeitão dele de chefe e superior. Mas o Samuel é tão fofo e o Marco tão atencioso que..."

Uma batida na porta interrompe os meus pensamentos.

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