Tentando me aproximar

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Estou deitado na minha cama com um sorriso de orelha a orelha. Destiny é maravilhosa. Apesar de ter certeza que ela também não conseguiu dormir ainda, não há resposta para minha mensagem, para ser sincero, eu não esperei que fosse ter mesmo.

Lembro das palavras da mãe dela mais cedo no meu escritório.

"... eu vou te ajudar senhor Rivers, mas eu juro por Deus que se Destiny sair machucada desse jantar eu esqueço quem eu sou e quem o senhor é, e venho aqui arrancar a parte que eu tenho certeza que o senhor mais usa do seu corpo."

Tem razão dela ser assim, Joy também não é fácil. Mas toda essa proteção me leva a pensar em quanto a morena sofreu quando foi abandonada grávida.

Com muito custo eu consigo fechar os olhos e dormir, espero que pra sonhar com ela.

*******

Chego na empresa e antes de mais nada peço a Ellen que chame alguém da correspondência interna. Escrevo um bilhete para a senhorita Adams.

📝 - Almoço hoje aqui no meu escritório?

Quem vem buscar o bilhete para entrega é Bryan, ele tem um leve deficiência motora.

- Bom dia senhor Rivers. Vim buscar a correspondência.

Ele é jovem e tem um sorriso sincero no rosto.

- Bom dia Bryan. Está gostando do trabalho?

Pergunto enquanto entrego o envelope de papel pardo pequeno a ele.

- Muito. O senhor não pode nem imaginar como é importante para mim ser independente dos meus pais.

-Ah, eu imagino. E fico feliz por isso.

Ele me agradece e em seguida pergunta onde deve entregar o bilhete.

- No departamento de marketing, para a senhorita Destiny Adams.

Ele assente e sai da sala, volta em dez minutos com o mesmo envelope nas mãos e me entrega, eu o agradeço e ele sai novamente.

💭Vamos ver se ela aceita meu convite💭

Dentro do envelope meu bilhete e o dela em outro pedaço de papel.

📝 - Me desculpe senhor Rivers, já tenho planos.

Faço uma careta. Pego o telefone e chamo Ellen até minha sala. Depois de me ajudar a repassar a agenda do dia, e ela me lembrar que às quatorze e trinta, Stéfano e Don vêm para a entrevista com o jornalista da Forbes, eu peço que ela chame Joy até minha sala novamente.

Quando a mãe de Destiny entra, ela não parece brava comigo.

💭Graças a Deus...💭

Ela se aproxima e eu faço um gesto para que ela se sente.

- Bom dia Joy.

- Bom dia senhor Rivers.

Balanço a cabeça em negativa.

- Quero que você me chame de Apollo.

Ela assente concordando.

- O que o sen... quer dizer, o que você deseja?

Abri um sorriso porque ela também está com um no rosto, e isso é um excelente sinal.

- Te chamei aqui porque preciso saber o que Destiny disse sobre nosso jantar de ontem. Ela não respondeu a minha mensagem e acabou de recusar um convite pro almoço.

- Ela está fingindo que está brava comigo e a melhor amiga dela, a Candice, elas vão almoçar juntas hoje. No fundo Apollo, ela está balançada. Eu tenho que admitir, você está fazendo bem a ela, só que ela está fazendo um esforço enorme para não deixar isso transparecer. Continue insistindo e logo a barreira cai.

Respiro aliviado.

- Pode deixar que é o que vou continuar fazendo.

Joy se retira para voltar ao trabalho e eu mergulho nos meus compromissos do dia. Stéfano chega às duas, pontualmente. Ele está na sala de Don, que hoje está ocupadíssimo adiantando ao máximo todo o trabalho do dia. Amanhã ele tem uma audiência dos casos que atende particularmente e não vem na empresa. É um criminalista e tanto, mas se mantém longe dos casos de estupro, pedofilia, feminicídio e agressão contra idosos e crianças.

Quando saio da minha sala e passo por Ellen, faço um pedido a ela.

- Por favor, ligue e peça para entregarem uma caixa de bombons Godiva para a senhorita Adams, lá no setor de Marketing.

Ela me responde pegando o telefone e dando um sorriso.

- Agora mesmo.

Sigo para a sala de reuniões e quando chego, vejo os meus amigos com um sorriso amarelo. Antes que eu possa perguntar, vejo o motivo. A pessoa que eles mandaram para entrevistar nós três, foi Samantha Clark, a prima igualmente interesseira de Jéssica, a ex de Stéfano. Ela faz tudo que pode para chamar minha atenção, mas sinceramente, farejo a intenção dela de longe. É uma mulher maçante, igual a prima, e nunca me despertou interesse. Ainda mais agora que eu conheci Destiny.

Ela ronrona numa tentativa ridícula de me seduzir enquanto estende a mão para apertar a minha.

- Boa tarde Apollo.

É uma mulher bonita e tem o cabelo com reflexos cor de avelã perfeitamente penteado, mas a postura que ela tem a faz ser só um rostinho bonito.

Abro meu sorriso mais falso.

- Boa tarde Samantha.

Vejo os meninos escondendo o divertimento que eles têm ao me ver lidar com ela. Eles sabem o quanto ela me irrita.

Ela então assume o controle da situação e nos pede para sentar.

- Vamos começar. O meu editor chefe já disse que é pra matéria principal da próxima edição essa entrevista?

Stéfano responde.

- Sim ele avisou as nossas assistentes.

Ela balança a cabeça de um jeito afetado.

- Nós queremos destacar os homens bem sucedidos que vocês são, não só no mundo dos negócios mas na amizade também. E mostrar como essa parceria de vida, contribuiu para que vocês atingissem o topo da escala mundial do mundo business.

Vejo Don revirar os olhos disfarçadamente. Stéfano faz uma careta e percebo que ele está engolindo em seco para não dar uma má resposta depois dessa demostração de puxa-saquismo.

Antes que ela se arraste mais nisso, eu digo.

- Então por gentileza, prossiga Samantha.

Uma hora e meia depois a entrevista acaba. Assim que Samantha vai embora, nós três vamos até meu escritório para beber uma dose de qualquer bebida forte que tiver. Don está repuxando os lábios em uma careta, botando para fora todas as expressões faciais que ele teve que segurar para aguentar a conversa.

Ele não resiste a oportunidade de zoar a mim e a Stéfano.

- Olha que legal vai ser a vida de vocês depois que se casarem com elas.

Ao ouvir isso, Stéfano, que já tinha pegado um copo para se servir decide virar o Armagnac direto na boca. Don e eu damos uma risada e ele continua.

- Ainda bem que eu já tenho Kyoko. Ela é infinitamente mais interessante.

Stéfano bufa.

- Olha só quem fala, quase caiu nas garras da Tânia. Amiga íntima de Jéssica e Samantha.

Dou um gole no meu Scotch.

- Uhum, tá aí se vangloriando não sei porque. Além disso, eu nunca nem beijei Samantha, desse trauma eu estou livre.

Don me olha e então solta.

- Estou te sentindo diferente Rivers. E já desconfio o porque, minha japa girl vai me contar hoje, nem que seja sob tortura.

Stéfano dá uma risada.

- Kyoko conhece a mulher que disse não para o garanhão aqui? Estou curioso para vê-la.

Don faz um gesto de vitória.

- Eu sabia, é Destiny não é?! Kyoko não me diz nada, eu estou em tempo de surtar querendo saber.

Reviro os olhos e não digo nada.

- Ah, o nome dela é Destiny?

Stéfano continua bebendo da garrafa. Don então diz:

- Ela trabalha lá no décimo quarto, quer ir conhecê-la?

Antes que eu possa falar algo os dois saem correndo da sala, Stéfano saiu até com a garrafa na mão que era pra não perder tempo. Eles entram e um elevador e eu não consigo alcançar. Entro no outro e quando chego lá a garrafa está na mesa de Kyoko e ela está estreitando os olhos.

- O que é que vocês três estão aprontando Apollo?

Eu digo ajeitando o cabelo.

- Seu namorado e o amigo dele querem destruir minha moral.

Ela balança a cabeça e eu sigo atrás dos dois pelo setor de Marketing. Encontro os dois conservando com Bonnie e Destiny. Ela está linda hoje, mas isso pra mim não é novidade.

Ela veste um conjunto de blazer e saia preta que vai até a panturrilha, é justa e deixa o corpo dela mais bonito que já é, nos pés um scarpin preto. A cintura está marcada por um cinto e os cabelos pretos e grossos, estão presos em um rabo de cavalo alto.

Stefano e Don agem com naturalidade e eu também, embora esteja com vontade de esganar o dois.

- Oi Bonnie, boa tarde.

Ela estreita os olhos para nós três. Sabe que tem algo por trás dessa visita.

- Os três mosqueteiros juntos, o que vocês estavam fazendo?

Stéfano fala com todo o charme do sangue italiano que corre pelas veias dele.

- Estávamos em uma entrevista para a próxima edição da Forbes e viemos aqui para que eu pudesse matar a saudade de você.

Ela não cai na conversa, o coquetel de pré venda da marca da marca de roupas de Beverly foi na semana passada. Todos nós estávamos lá.

- Vou fingir que acredito Germanotto. Apollo, precisamos nos sentar para acertar os últimos detalhes da campanha da coleção Nature, as fotos estão perfeitas. Pode ser amanhã?

- Infelizmente não Bonnie. Amanhã eu não estou na empresa, e na quinta é a sessão de fotos para a revista.

Don faz uma gracinha.

- Vai ser a melhor edição de todos os tempos da Forbes, nós três na capa.

Ela dá uma risada.

- Uhum, vai ser campeã de vendas.

Digo a ela para subir comigo na tentativa de acabar com aquele momento. Mas Stéfano resolve dificultar as coisas para mim.

- Essa é sua nova assistente?

Ele aponta para Destiny, e ela dá um sorriso.

Ao ver meu desespero, Bonnie cruza os braços e a expressão no seu rosto é de quem entendeu tudo.

- É sim. Essa é Destiny Adams, Destiny esse é Stefano Germanotto. Um dos três mosqueteiros, ou cavaleiros do caos como eu também gosto de chama-los.

Don está usando uma das mãos para esconder o divertimento. Desconfio que ele quer dar uma gargalhada. Stefano pega a mão que Destiny estendeu para o cumprimentar e beija, em uma tentativa deliberada de me irritar.

Preciso intervir antes que ela me faça passar vergonha.

- Agora chega de graça Stéfano, vamos deixar elas trabalharem.

Empurro os dois pelos corredores, e quando estamos na recepção, Kyoko me entrega a garrafa que Stéfano deixou lá. Ela olha para Don com um olhar que diz que ele tem muito o que explicar depois.

Assim que consigo fazer Stéfano ir embora e Don voltar a trabalhar, eu volto para minha sala e sento na minha mesa. É só aí que percebo um envelope da correspondência interna me esperando.

É de Destiny.

- Obrigada pelo mimo.

Resisto a tentação de ligar para ela. Tenho muito trabalho para fazer e não quero que ela se sinta pressionada.

Quando o expediente acaba, não sei porque, mas alguma coisa me diz para descer pelas rampas de incêndio. Para minha alegria encontro Destiny saindo por lá no momento que eu passo pelo décimo quarto.

- Ora, ora. Se fosse planejado não daria tão certo.

Ela está segurando uma sacola de papel pardo com a logo da Godiva.

- Oi. Obrigada mais uma vez pelos bombons.

Ela faz um gesto levantando a sacola.

- Posso te levar em casa?

Ela olha pro chão.

- Hum, acho melhor não Apollo.

- Por favor...

Digo com a melhor expressão que tenho.

💭Tudo que eu faço com essa mulher é implorar. Ela me tem na mão, mas parece não se dar conta disso💭

Ela passa a língua nos lábios e eu faço um esforço enorme para não agarra-la.

- Você vai querer me beijar denovo.

- E qual o problema nisso?

Ela passa a mão na cabeça alisando o rabo de cavalo. É uma clara tentativa de adiar a resposta.

- O problema é que eu não vou conseguir resistir Apollo. Você é sinônimo de dor de cabeça, apesar de querer muito eu não posso me envolver com você.

Abro o maior sorriso que posso. Não acredito que ela finalmente admitiu que se sente atraída por mim, mas também está me deixando bem claro que não vai deixar de resistir.

- Então para de tentar me afastar. Você já percebeu que eu não desisto fácil Destiny, não teria chegado onde cheguei se desistisse.

Ela inspira e expira de um jeito pesado.

- Isso aqui não é uma das parcerias milionárias que você está acostumado a lidar Rivers.

Ela fala enquanto faz um gesto entre nós.

- Eu sei que não, e também sei que não vai parar em uma noite apenas como eu parei em todas as outras. Soube disso no instante em que você acabou comigo nessas rampas. Destiny, é a primeira vez que eu estou genuinamente interessado em uma mulher, e eu quero que você abra espaço para mim na sua vida, quero não, PRECISO.

Ela fecha os olhos e sei que está tentando processar o que eu disse e lutando para organizar os pensamentos.

- Me deixa pensar sobre isso. Agora eu preciso ir, combinei de levar Mitchell ao cinema hoje.

- É seu filho?

A expressão de amor que ela tem nos olhos ao falar dele quando me responde, me encanta.

- É sim. Ele quer ver um novo filme de desenho que está em cartaz.

Cogito a hipótese de pedir para ir junto, mas ela é igualzinha a mãe, uma leoa. Não confia em mim ainda e não vai me deixar chegar perto dele se não se decidir por investir em mim.

- Tudo bem, vou te dar tempo para pensar. Mas não demora, se não eu dou um jeito de te encontrar denovo fora daqui.

Ela se despede de mim e vai embora.

Agora tudo que eu posso fazer é esperar.

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