Minha nova residência

Quando chegamos à mansão, fiquei fascinada com a vista. Era diferente de tudo que já havia conhecido antes. 

  Logo na entrada havia um jardim pequeno cheio de flores coloridas. A mansão era branca porém elegante em seu designer. Quando o carro estacionou, Romero saiu e se apressou em abrir minha porta, mas agradeci e abri.

— Não há necessidade Sr. Boyn, mas agradeço pelo gesto. - Falei saindo do carro. Romero sorriu e se afastou da porta.

— Como queira Srta. Clark. - Ele diz ajeitando a gravata.

— Pode me chamar de Ayra por favor.

  Eu não queria que me chamasse de Srta. Clark pois não me sentia confortável com isso.

— Como desejar. - Romero responde sorrindo.

  Olhei para a entrada da mansão e me senti perdida. Era enorme por fora, se fosse assim por dentro eu teria dificuldades em me localizar nos cômodos. Além do mais, eu não estava acostumada a uma casa tão grande assim. Tudo bem, a mansão da família Russell era grande, mais não igual essa comparado de fora. 

  Vendo meu olhar perdido, Romero fecha a porta do carro e diz:

— O Sr. Clark disse que a senhorita ficaria encarregada de escolher os empregados. 

  Olhei para ele com meus olhos arregalados.

  Eu teria que escolher? 

— Tudo bem… - Respondi com a voz trêmula. 

  Não estava acostumada a escolher nada, muito menos empregados. Na verdade, eu era como uma das empregadas na mansão da família Russell. 

— O Sr. Clark pediu para lhe avisar que suas coisas já estão instaladas em seu aposento e que ele ficará em outra mansão. - Romero continuou enquanto me olhava com simpatia. - Caso necessite de meus serviços é só me ligar. - Ele me entrega um de seus cartões e sai andando para entrar no carro.

— Obrigado Sr. Boyn. - Agradeci e esperei até que ele fosse embora.

  Respirei fundo e entrei na mansão.

  Como esperado, era enorme por dentro, mas apesar disso, também era elegante e bem decorada. Tudo isso me deixou desconfortável. Já não bastava ter me casado com um desconhecido, agora teria que morar em uma mansão enorme sozinha. Já que era assim, porque não me deixaram em um apartamento ou até mesmo numa casa pequena? Seria mais confortável e menos gasto. 

  Como não tinha muita escolha, comecei a procurar pelos quartos para que pudesse tirar meu vestido. Ele estava me apertando e isso era extremamente desconfortável. Como eu já estava no novo lar, porque não me livrar de um dos meus sofrimentos?

  Subi às escadas e fui entrando em cada cômodo até achar o quarto onde estava minhas coisas. Confesso ter demorado um pouco.

  Todos os quartos eram enormes e bem decorados, mas o quarto principal, onde estavam minhas malas, era o mais elegante entre eles. Isso me deixou atordoada.

  A decoração não tinha haver comigo e eu não estava acostumada a dormir em um lugar tão grande assim. Meu quarto na antiga mansão da família Russell, ficava perto dos quartos das empregadas, então era muito menor que esse, apesar disso, era decorado com fotos e pôsteres colados nas paredes ( o que é mais meu estilo).

  Suspirei pesadamente e me sentei na ponta da cama. Eu estava exausta de ter que ficar de salto pela manhã toda, por isso retirei logo eles. Em seguida, retirei meu vestido e fui tomar um banho. 

  Demorei algum tempo no banho até retornar ao quarto. Escolhi um novo look e me vesti sem muita pressa. 

  Agora que estava aqui, não havia porque fazer tudo correndo, certo?

  Escolhi um vestido vermelho simples que tinha entre minhas roupas na mala. Ele tinha uma abertura atrás que deixava minhas costas de fora, isso valorizava meu corpo. E por causa do meu tamanho, vestidos assim me caem muito bem. Depois disso me sentei de frente a penteadeira e arrumei meus cabelos. 

  Me vendo no espelho, não pude deixar de notar o quando meu rosto parecia abatido. Meus olhos castanhos claros estavam fundos e isso me deixava com uma expressão muito desagradável. Para mudar isso, fiz uma maquiagem básica e passei perfume. 

  Não era como se eu esperasse alguém, mas apenas gostava de me vestir bem até mesmo em casa.

  Quando terminei de me arrumar, desci às escadas e tentei procurar a cozinha, mas a casa era enorme e foi difícil para me localizar. Além de que, tudo estava silencioso, o que era um pouco bom, já que na minha antiga casa haviam gritos por quase todos os lugares da mansão. 

  Quando finalmente achei, lavei minhas mãos e comecei a preparar algo para comer. 

  Tinha poucas coisas nos armários e na geladeira, o que mostrava que teria que fazer compras em breve. Não que isso fosse um problema para mim, eu adorava fazer compras até porque esse era meu momento de descanso na antiga casa. 

  Peguei algumas coisas e preparei um simples macarrão de carne moída. O cheiro estava bom e minha barriga roncou um pouco quando terminei de preparar.

  Quando ia me sentar para comer ali mesmo na cozinha, ouvir um carro parando em algum lugar, provavelmente na entrada da mansão. Instantaneamente me levantei e ajeitei minhas roupas. 

  Não sabia quem era, mas precisava me comportar bem, caso contrário se a Sra. Lina soubesse, faria algum mal ao Mateo.

  Fui para a entrada da mansão para receber, mas assim que cheguei meu corpo travou ao vê-lo aqui…

— Senhor Clark. - Chamei inconscientemente por estar surpresa.

  Ao me ver, o Sr. Clark bufou e cerrou os dentes antes de falar bruscamente:

— Troque de roupa! 

  Ergui as sobrancelhas surpresa com seu comentário. O que havia de errado com meu vestido? 

— Sr. Clark, eu…

  Antes mesmo de me deixar terminar de falar, Brian deliberadamente se aproxima e puxa meu vestido com tamanha força que o fez rasgar. Meu corpo todo congelou com essa reação. Eu queria chorar ou gritar, mas não conseguia. 

  Não contente com o estrago que havia causado, Brian continua rasgando meu vestido furiosamente. É claro que entrei em desespero. 

— Senhor Clark! - O chamei com a voz trêmula e desesperada após recuperar forças o suficiente para falar. - Por favor pare! - Meus olhos estavam lacrimejando neste momento.

  Ao olhar em meus olhos, Brian não pode deixar de sorrir enquanto me olhava com nojo.

— Não gosta? - Ele pergunta arrumando sua postura. - Não é por isso que está aqui? - Ele zomba e se aproxima colocando uma de suas mãos em minha cintura de forma grosseira. - Não banque a inocente comigo Arya! - Ele diz apertando sua mão e aproximando seus lábios do meu pescoço. 

  Meu rosto estava branco e meu corpo tremia com sua atitude. Inconscientemente o empurrei para longe enquanto segurava meu vestido rasgado na frente para esconder meu corpo.

— Por favor pare! - As lágrimas já escorrendo do meu rosto neste instante. - Eu não quero… não queria isso - Respondi me afastando com medo de sua reação.

  Surpreso quando o empurrei, Brian me encara rangendo os dentes de raiva.

— Não se faça inocente garota! Por qual motivo iria aceitar se casar comigo se não por me desejar e querer entrar para a família Clark? - Ele riu friamente e se aproxima, mas dou alguns passos para trás me afastando.

— Sr. Clark… - Minha voz era baixa e nervosa. — Eu…

  Vendo meu rosto amedrontado, Brian para e chuta com força a mesa que estava ao lado.

— SAÍA! - Ele grita furioso virando seu rosto. 

  Instantaneamente sair correndo para meu quarto e quando cheguei lá, tranquei a porta e me joguei na cama. Me sentia tão humilhada que meu corpo todo estava tremendo. Às lágrimas ainda saindo enquanto soluçava baixinho. 

  Porque ele havia feito isso? Porque?

  

  Eu nunca desejei me casar nesta idade para começo se conversa, muito menos com alguém que nem se quer conhecia. Se não fosse pela cláusula e às ameaças da Sra. Lina, eu nunca estaria aqui.

  Não sei por quantas horas chorei e nem mesmo me lembro quando adormeci. Mais ao acordar, vi algumas janelas abertas e percebi que estava ficando escuro. Bocejei me perguntando quando eu havia aberto as janelas até que sinto o olhar de alguém sobre mim e instantaneamente me levantei com medo. 

  Ao vê-lo no quarto, fiquei branca e nervosa ao ponto de me sentir enjoada. Eu não havia trancado a porta?

  Parecendo notar meu olhar confuso, Brian disse:

— Eu tenho a chave reserva e ela abre por fora também.

  Me inclinei para o lado da cama, buscando vomitar, mas nada saiu, talvez fosse apenas o nervosismo que estava me causando isso. Brian me observava com atenção e em silêncio, mas quando me viu nesse estado, se aproximou oferecendo um lenço.

— … - Olhei para o lenço e me neguei a pegar, apenas me virei para o outro lado e saí da cama enrolada na coberta. 

— Tome um banho e se arrume, iremos ao jantar na casa de meus pais. - Ele diz friamente e sai do quarto sem esperar por minha resposta.

  Respirei aliviada quando ele se foi, meu coração que estava batendo acelerado voltou ao normal. Mas apesar disso, ainda me sentia tão mal pelo que aconteceu que não sentia vontade de sair, principalmente com ele, mas sabia que se não fizesse o que me pedia, talvez as coisas só ficassem mais complicadas. 

  Respirei fundo acalmando meu corpo que ainda tremia e fui ao banheiro. Após alguns minutos no banho, saí para me arrumar.

  Desta vez coloquei um vestido azul, longo, com uma fenda não muito grande do lado. Nas costas continha uma abertura em V e era decorado com rendas. Calcei um salto alto na cor nude e passei uma simples maquiagem apenas para disfarçar os olhos inchados. Fiz também uma trança embutida e passei meu perfume antes de sair do quarto. 

  Ao descer as escadas, notei Brian ao telefone na janela perto da entrada. Ele parecia estar em uma discussão séria e seu rosto estava tenso.

— Suzana tenha paciência, não há nada que eu possa fazer por agora! - Ele diz impaciente balançando a cabeça. - Eu sei… eu sei… mas tenha paciência e não faça nenhuma besteira, está me ouvindo? - Ele olha pela janela e respirar fundo antes de voltar a falar. - Falaremos sobre isso depois, não tenho tempo agora. Se não há mais nada para falar, irei desligar...

   Retirando sua mão do bolso da calça, Brian passou em seu cabelo, demonstrando estar nervoso com algo. Quando me viu, imediatamente desligou a chamada com uma expressão dura e fria, logo depois e saiu sem me esperar. Não pude deixar de suspirar em alívio quando o vi sair, mas também fiquei confusa sobre quem era Suzana. 

  Como não havia mais nada para fazer na mansão, saí e fui até seu carro, mesmo me sentindo nervosa. Quando me viu sentar no banco ao lado, Brian sorriu amargamente e ligou o carro.

— Não ouse causar nenhum problema durante o jantar. - Ele diz duramente. - Ou haverá consequências piores do que o que lhe fiz algumas horas atrás.

  Meu corpo tremeu ao escutar a ameaça. É claro que não demorei muito para concordar instantaneamente depois disso.

— Tudo bem. - Minha voz saiu baixa e fraca.

  Brian me examina silenciosamente antes de retomar seu olhar para o volante, logo depois seguimos para a mansão principal da família Clark sem trocar nenhuma palavra.

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Comments

Marlúcia Mota

Marlúcia Mota

coitada ja esta sofrendo autora muda o jeito dela não deixi ela sofrendo assim nem uma mulher merece isso

2022-12-06

1

seila

seila

leitura cansativa.. cansativo

2022-11-27

0

Antonia Martins Mello

Antonia Martins Mello

pra mim ele já tá gostando dela e não quer admitir kk ele vai ter que gostar dela e fazer ela feliz por ela já ter sofrido muitas coisas na casa que ela vivia

2022-10-22

0

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