Inconveniência

_ Por que você não fala pro Melvino que gosta dele Piper? (Ela falava com Piper em seus quarto).

_ Eu não sei! ...Talvez por causa da reação de Sophie... talvez ela fique com medo dele querer roubar o lugar do pai dela e não entender a situação! ...E você sabe, crianças tem medo de muita coisa, eu não quero que ela o veja como um monstro! (Piper falava pensativa, ela gostava de Melvino, eles ficavam as vezes mas era casual).

_ Eu não acho que ela não vai gostar dele! Você leva ela nos fins de semana na venda dele e ela ama isso! Fica falando sobre ele nas aulas, acho que vocês formariam uma família linda! (Hosanna falava isso olhando pra ela, incentivando ela ser feliz, já que gostava do homem e vivia falando e agarrando ele).

_ Oh Hô, você gosta de falar de mim e você?  Pensa que eu não percebi você e aquele rapaz não? Seus olhos até brilhavam, que tipo de noviça é você, em? Tava abatida quando estava aqui dentro, depois ficou alegre quando sairmos, e corada quando viu o rapaz, até parece que o conhecia! Eu em! As freiras ficam felizes em não sair daqui, sua noviça rebelde! (Ela sorriu pra Hosanna, tentando mudar o assunto, que ficou envergonhada com o que ela tinha feito mais cedo).

Depois daquilo que Piper disse, ela levantou do chão e pegou o terço e abriu a porta.

_ Que foi Hô? Eu não falei por mal, você ainda está confusa com a mudança, só isso! Não quero te desanimar, você é uma ótima noviça, daqui a pouco você se adapta aqui! Não precisa fugir assim! (Ela olhava pra garota meio sem jeito por causa da sua boca grande).

_ Eu vou rezar na capela e pedir perdão pelos meus atos errôneos de hoje! ( Ela olhou pro chão sem graça e saiu do quarto, completamente chateada e confusa).

Chegando na capela se prostou no chão desesperada, ela havia sentindo aquilo de novo, seu corpo se arrepiar com o toque do rapaz, sua vida estava tendo um sentindo e agora bagunçou novamente com a chegada de Díomán, ela estava mais perdida que antes e não podia contar isso pra ninguém, era só ela e ela novamente.

_ O Senhor me perdoa, eu agi sem pensar! Esses desejos em mim, são coisas repugnantes, carnais que jamais deveriam acontecer! Me perdoe altíssimo, estou tão perdida nesse mundo, te servir pra mim é o meu maior desejo, mas não consigo entender o que sinto! Repreende de mim esse desejo, me faça ser pura, te servir sem questionamentos e ser obediente é meu maior desejo! Me perdoa Senhor, me perdoa... (Ela se humilhava no chão pedindo perdão aos atos pecaminosos que fez).

Se sentia horrível, por não repreender o rapaz, por sentir insegura em sua escolha, por não ser perfeita e nem dar orgulho a ninguém, Hosanna se sentia um lixo e nunca tinha segurança em nada em que fazia, pois sempre era humilhada ou repreendida por alguém.

Ela passou a tarde toda na capela pedindo perdão, entrava e saíam freiras e a moça continuava lá, na oração da madrugada ela já estava no chão pedindo misericórdia a Deus. Passou o dia todo na capela, vendo se Deus a escutasse e aceitava seu perdão, doía ser rejeitada e abominável para todos.

O tempo passava e mais longe do jardim ela corria, não queria ver Díomán, não queria ver ninguém, ficava mais na capela do que com as crianças, sempre estava rezando, nem sua amiga Piper a via, a irmã Yva que sempre estava por perto, via a menina se humilhando na capela, para ela talvez era só um apelo para Deus, e se orgulhava disso, mas depois percebeu que a menina estava cada vez mais acabada e abatida e se aproximou dela, quando ela ficou um tempo em silêncio.

_ Hosanna? (Ela cutucou na garota que estava capisbaixa ajoelhada com a cabeça e mãos no banco).

_ O-oi irmã Yva! (Ela olhava para irmã com olhos melancólicos e abatidos, magra e pálida).

_ O que há com você Hosanna? (Ela olhava preocupada com a garota, que estava mais magra e abatida que antes).

_ Eu estou pedindo perdão a Deus, para que ele me aceite como freira fiel! (Ela deu um riso fraco a irmã).

_ Você está tão pálida, parece estar doente! (A irmã colocou sua mão na testa da garota, vendo se ela estava com febre).

_ Eu estou bem! (Tentando disfarçar seu desespero ela sorria).

_ Vou conversar com a Madre para te levar ao médico!  Você está muito amarela, não podemos deixar uma irmã doente assim! (Ela olhou para menina e ajudou a garota se levantar do chão, por causa de sua fraqueza).

No momento que a irmã a levava para a sala da Madre ela acabou cruzando com Díomán que tinha acabado de sair da sala da Madre Superiora, sem perceber ele a olhava, e depois elas entraram na sala e ficaram um bom tempo do lado de dentro dela.

Do lado de fora, o rapaz ficou tentando escutar a conversa para ver o que ela tinha, até uma freira passar e viu que ele tava tentando escutar conversa.

_ Precisando de ajuda aqui? (A irmã o cutucou e ele assustou na hora).

_ N-não, eu preciso falar com a Madre, mas acho que tem gente ali dentro! (Ele tentava disfarçar a vergonha que tinha passado).

_ Se tiver alguém ali dentro, é mais educado sentar e esperar para conversar com ela ali na cadeira, não é mesmo! (Ela mostrava as cadeiras ao lado da sala da Madre com um tom arrogante).

_ É mesmo, vou esperar aqui então! (Ele tentava ser educado com a irmã).

_ Porquê é até feio ficar atrás da porta, como um rato em busca de comida, não é mesmo irmã Thea? (A outra irmã confirmava com a cabeça o repugnando).

_ Tem pessoas que não são educadas mesmo irmã! ( Irmã Thea confirmava o que a outra irmã tinha dito, olhando para o rapaz o repudiando).

_ Seria mais legal mesmo se cada um cuidasse de sua vida ao invés de querer saber o que outro quer fazer, e ainda pergunta ao próximo, não é mesmo! (Ele olhava para as irmãs, que olharam horrorizadas com a resposta do rapaz).

_ Vamos orar pela sua alma, e para que você aprenda a ter educação! (Irritada as irmãs saíram de lá, indignadas com aquilo).

_ Velhas nojentas! (Ele sussurrava para si com raiva).

Depois de um tempo a garota saiu da sala da Madre com a irmã Yva, e foram para o corredor do seu dormitório, então o rapaz a seguiu e cutucou a irmã.

_ O que ela tem? (Ele olhou para a irmã e depois ajudou ela levar a garota pro quarto).

_ Eu não sei, o médico vai ver o que ela tem!  (Ela olhava seriamente pro rapaz e não tirou os olhos dele).

_ Eu não te vi em algum lugar? (Ela olhava pra ele tentando lembrar de onde ela tinha o visto).

_ Acho que não! Sou novo aqui e tem só um mês que tou aqui no mosteiro como jardineiro, deve ser aqui mesmo que você me viu! (Ela continuava o encarando).

_ Não, não foi aqui! Eu já vi o seu rosto em algum lugar, se não for o seu é bem parecido com o seu! (Ela buscava na memória onde havia visto aquele rosto).

_ Eu realmente nunca te vi, para falar verdade eu nunca vim por esse lado do mosteiro, o máximo que vou é até na Madre, tanto é que meu quarto é do lado de fora daqui! Ele é no galpão, juntos com os seus lixos! (Ele subia as escadas com as duas).

_ Você dorme lá, porquê homens não podem entrar aqui! No caso você está aqui porquê está me ajudando! (Irmã Yva olhava pra ele, como se aquilo fosse algo extremamente errado e pecaminoso).

_ Eu não sabia que não podia entrar aqui, me desculpa! (Ele tentava ser educado, enquanto virava os olhos por tamanha besteira).

_ Aqui é o quarto da irmãzinha Hosanna, me ajuda a colocá-la na cama, meu filho? (Ela falava gentilmente com ele).

_ Claro! (Ele a pegou no colo e a colocou na cama e olhou para seu olhar abatido e sem vida).

_ Muito obrigada! Agora pode ir fazer o que você tem que fazer, eu irei esperar o médico lá em baixo! (Ela riu para ele, enquanto saía do quarto junto a ele).

_ A Madre pediu para que eu arrumasse o banheiro, acho que tem um aqui! (Ele tentava inventar uma desculpa para ficar perto da moça).

_ No fim do corredor tem um! (Ela apontava onde é).

_ Obrigado! (Ele foi pra lá, já que a irmã não tirava os olhos dele).

Depois ele viu que realmente o banheiro estava meio entupido e arrumou aquilo, depois quando já tinha acabado observou se tinha alguém no corredor, e depois entrou no quarto da garota.

_ Você tá assim por minha causa? (Ele encostou a mão no rosto dela).

_ Não, eu tou só com um mal estar! (Ela tirou a mão dele do seu rosto).

_ O que você tá sentindo? (Ele olhava pra ela meio aborrecido).

_ Você não pode ficar aqui, vai embora! (Ela olhou com uma cara ruim pra ele).

_ Você vai continuar me ignorando desse jeito? (Agora ele tava inconformado e com raiva).

_ Respeita minha decisão Díomán! Você sempre insiste em algo que não vai dar em nada, agora me deixa em paz! (Ele viu que ela tava nervosa, talvez com medo).

_ Eu não queria te encher, só quero o seu bem! Mas você é tão... (Ele olhou pra ela, deslizou sua mão na dela e depois levantou e saiu do quarto).

Depois que ele saiu, ela se sentiu vazia novamente, ele mexia com os sentimentos dela, já havia um mês que estava jejuando e pedindo perdão, mas com a presença dele, parecia que isso era um esforço em vão, o toque das mãos dele na dela, a fazia sentir arrepios e isso era errôneo.

O médico havia chegado, a analisado, mandou fazer um exame de sangue, e mandou fazer pilhas de exame, tudo que ele disse foi feito, as irmãs eram rígidas em relação a saúde das demais, sempre cuidavam uma da outra, e jamais a Madre permitiria alguém doente no mosteiro sem ser cuidado com segurança, sempre prezavam pelo bem-estar de todos.

_ É irmãzinha, os resultados não estão muito bons, a senhorita está com anemia e vitamina D baixa, a senhorita tem que tomar sol e se alimentar melhor! (O médico a olhava enquanto escrevia a receita dos seus medicamentos).

_ Eu me alimento bem! (Ela olhava pro médico, queria mostrar que estava tudo bem).

_ É, mas deve se alimentar melhor ainda, vai tomar sulfato ferroso e vitaminada D uma vez por semana, e não se esqueça de tomar sol, se não a senhorita vai continuar doente! (Ele entregou a receita para ela, junto com alguns alimentos que ajudam a subir o nível de ferro no sangue).

_ Tá bom! (Ela pegou a receita e começou a ler).

_ Agora descanse, alimente melhor e amanhã estará uma nova mulher! (Ele sorriu pra moça, enquanto se levantava para ir embora).

_ Espero... (Ela falava consigo silenciosamente).

_ Eu, cozinheira! Deixei você ficar assim, e olha que dormimos juntas, isso é uma coisa inaceitável, eu deveria ter prestado mais atenção em você! (Piper falava revoltada com Hosanna).

_ Eu que deixei isso acontecer comigo, eu fiquei um tempo jejuando sem cessar. (Ela olhava meio abatida para a amiga).

_ Mas sempre tem o desjejum depois, você não comia não? (Indignada Piper a olhava).

_ Eu me sentia saciada! (Ela negava com a cabeça a pergunta que a amiga fez).

_ Você é louca? Como vai viver assim? Eu vou preparar algo forte pra você comer, porquê do jeito que você é, é bem provável tá sem comer até agora! Nunca vi uma pessoa assim! E olha que você é inteligente! Vou pedir o Díomán ir no mercado comigo pra gente comprar algo pra te fortalecer! (Ela começou a se arrumar pra ir na rua).

_ Não, o Díomán não! Manda outra pessoa! (Ela olhava desesperadamente negando a decisão de Piper).

_ O Díomán te vez alguma coisa Hosanna? (Ela olhou surpresa com a fala de Hosanna).

_ Não,  eu só não quero que ele se envolva com a gente, somos mulheres e é noite, você sair acompanhada com um homem não pegaria bem, é melhor ir com uma irmã, do que ir os dois juntos! (Ela tentava contorcer a conversa e melhorar a situação).

_ É verdade, vai que o Melvino o veja comigo, não pegaria bem mesmo, obrigada Hô!  (Ela riu para a garota).

Depois de pronta ela saiu e sumiu por um tempo,  mais tarde ela voltou com uns ingredientes e fez uma sopa de espinafre para a garota e a deu, para que ela ficasse boa logo.

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Comments

nimorango

nimorango

alguém tem que falar pra ela que pra fazer o bem e ajudar não precisa ser freira e deus continua amando ela do mesmo jeito, mesmo pecando e , nem pecar realmente a coitada peca

2023-07-24

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