A Noviça

_ Está atrasada Hosanna, como quer ser uma noviça se nem compromisso você tem com o horário! (Maitê a olhava de cima em baixo, olhando suas vestes e a renegando novamente com o olhar).

_ Desculpe mãe, eu estava me despedindo! (Ela olhou pro chão e entrou no carro).

_ Se despindo do quê? Você não irá morrer, irá se redimir e finalmente ser perfeita! Ao contrário dessa roupa amassada, eu mandei você se verificar antes de ir! (Ela olhava pra menina com raiva).

_ Desculpa, mãe! Irei me analisar da próxima vez prometo! (Sem graça a menina deu um riso para ela).

E ela só a encarava friamente, para ela a menina era fruto do diabo, e deveria sempre está verificando, para que ela não tornasse o mesmo ser que a fez gerar.

_ Podemos ir agora dona Maitê? (Sem graça o Earc a olhava, ele via a moça e achava ela linda).

_ Claro meu filho! (Com um riso ela o respondia).

_ Eu achei a Hosanna bonita nessa roupa! Combina com seu jeito meigo de ser, as irmãs vão te adorar! (Ele falava inocentemente enquanto dirigia, olhando as pernas da moça).

Poucos segundos depois ele ouviu um gemido de dor, dona Maitê havia batido nela por causa do elogio do rapaz, rapidamente ele olhou pra frente.

_ Eu não já te falei para parar de ser assanhada! (Ela sussurrava no ouvido de sua filha).

_ Eu não quis isso! Eu sinto muito, irei me comportar mais! (Ela respondeu sussurrando calmamente, a menina nunca conseguia a aprovação de sua mãe, que só a críticava).

O caminho todo foi um silêncio profundo, Earc não falava nada, sabia que qualquer coisa que falava poderia machucar a garota, ele não conseguia a incentivar em nada, do reflexo via seu olhar de tristeza vendo a rua, enquanto do outro lado a mãe rezava o terço, para que a garota entrasse no mosteiro.

Depois de um tempo chegaram no mosteiro, onde foi ouvida pelas freiras e algumas noviças que estavam por lá, depois de alguns instantes eles entraram e uma das freiras foi chamar a Madre, onde a garota foi ouvida e finalmente foi aceita para ser noviça e assim saber se ela te vocação ou não para trabalhar para Deus.

Orgulhosa a menina foi até sua mãe e do lado dela estava Earc quieto como sempre, com o olhar meio abatido disfarçado.

_ Eu vou ficar mãe, me aceitaram como noviça! (Ela falava para sua mãe de sorriso em orelha a orelha toda orgulhosa, ela finalmente havia feito algo de que sua mãe sentiria orgulho).

_ Não sei do que você está rindo! Ser noviça é só o começo para ser uma freira! Isso que você deve se preocupar e espero que você consiga ser uma, porquê se você não for... nem precisa olhar para minha cara! (Amargamente a mulher falava para a menina, depois ela foi em direção ao carro).

A menina sem graça nem conseguiu esconder sua lágrima escorrendo novamente, e do outro lado estava o Earc que viu tudo e abraçou a menina, que não tinha reação nenhuma, nem de repulsa pelo abraço dele.

_ Hô, você tá bem? (Ele tentava acalmá-la, enquanto ouvia seu coração batendo e seu suspiro triste).

_ E-estou... (Ele pois a mão dele em seu rosto limpando as lágrimas, enquanto a garota tentava se desprender com medo se alguém visse ela agarrada em alguém).

_ Desculpa Hô, eu agi sem pensar! (Ele se desprendeu dela logo após que viu a sua reação, todo sem graça ele olhava em seu rosto abatido).

_ Tudo bem, eu tenho que levar minhas malas lá pra cima! (Depois que enxugou o rosto ela pegou as malas do chão).

_ Eu te ajudo! (Earc falava isso, enquanto pegava as outras malas, as freiras não falaram nada, já que ela havia dito que eles eram irmãos, então deixaram ambos subirem com uma freiras ao lado).

Depois de ter carregado as malas, Earc olhou pra freira e perguntou se podia se despedir de sua amiga em particular, e a mulher deixou, sem que Hosanna soubesse do pedido, já que ela havia começado a desarrumar a mala que eram poucas coisas que ela tinha, e pensava que todos já haviam a deixado.

_ Eu vou senti muita a sua falta Hosanna! (Ele olhava pra ela, enquanto ela estava pegando suas coisas da mala).

_ Eu também sentirei muita a sua falta Ér! (Ela olhava pra ele e deu um riso).

_ É isso que você quer mesmo Hô? (Ele olhava chateado pra ela, enquanto abaixava no chão para ajudá-la).

_ Você sabe que tou fazendo isso a minha vida toda, eu não tenho opção, é o sonho de minha mãe! (Sem dar conta ele já tava bem perto dela).

_ E qual é o seu sonho? (Ele pois a mão nas mãos dela e olhou fixamente em seu olho inchado).

_ Eu não sei... acho que ser perfeita pra minha mãe? Eu só queria que ela gostasse de mim! (Nesse momento ele se aproximou ainda mais).

_ Mas você já é perfeita, mas fica mais ainda sorrindo, essa tristeza não combina com você! (Ele ficou com rosto colado no dela)

Por um momento eles se olhavam o clima tava mudando, o olhar dele olhava para os lábios delas, e ela desejava aquilo também, e ele sentia o coração dela palpitar mais forte, então eles se aproximavam ainda mais até que alguém bateu na porta.

_ É... a senhora Maitê está te procurando! (Era aquela irmãzinha de novo, mas antes dela abrir a porta eles voltaram a pegar as roupas).

_ Eu vou descer! (Ele se levantou do chão depressa e tirou do pescoço o seu colar).

_ Toma, é pra você lembrar que estamos aqui, sempre te apoiando no que você decidir! Mas por favor pensa no que te falei! (Ele olhava pra ela com olhar abatido, de desejo, confuso).

_ O-obrigada Ér! (Ela pegou o colar e guardou no bolso, seu olhar também era confuso).

O rapaz se foi, e a freira que estava lá a olhou com um olhar de reprovação, e sem graça a garota virou o olhar pois sabia que era pra ela aquele olhar de negação.

_ Ele é meu irmão! (Ela tentava contornar a situação, para ela a freira entendeu errado aquela situação).

_ Esse presente não pode ser usado aqui! (Ela apontava para o bolso da moça).

_ Isso? É só uma lembrança da minha família, eu não irei usar! (Era uma corrente de prata, era grossa muito linda).

_ Isso faz menção ao passado, onde você deve deixar para trás para seguir uma vida santa, porquê se não você vai sempre está presa isso, então é melhor jogá-la fora! (A freira olhava a garota que passava a mão na corrente encantada com a beleza da peça).

_ Não, não a jogarei fora, ela é da minha família, eu a guardarei, não irei cutuala, só a verei quando sentir saudade deles! (Ela guardou novamente a corrente).

_ Faça como quiser! Mas quando vier o juízo final, não diga que ninguém lhe avisou! (A mulher tentava colocar medo na moça).

_ Deus sabe de todas as coisas, e sabe muito bem o motivo deu querê-la do meu lado! E eu não devo satisfação a ninguém, a não ser a ele! (Ela falava isso pegando o terço para rezar).

_ Eu não quero te confrontar, só estou falando que o seu apego deve ser espiritual, a sua família ficará com você espiritualmente e não em correntes... (A freira tentava confortar a moça, pois ela via que o olhar dela era confuso).

_ ... (Hosanna a olhava com um olhar melancólico, pedindo ajuda para encontrar um caminho, ela não sabia o que queria, nem em quem contar, desesperada por ajuda e sem saber o que fazer ela sorriu pra freira e confirmou com a cabeça).

_ Eu irei trazer seu hábito! (Ela olhava pra menina e depois saiu).

Enquanto rezava Hosanna pensava em tudo, em seus amigos, em sua patroa Ailis que sempre a apoiava em tudo, foi ela que incentivou a garota estudar enquanto a sua mãe dizia que não, ela incentivava como deixava ela fazer cursos complementares com seus netos, ela também pensava em sua mãe, queria entender o motivo dela ser tão fria e tinha tanto desgosto por ela, já que ela a obedecia e fazia de tudo para ser perfeita para agradá-la, a garota desistiu de tudo o que queria para se dedicar a ser amada por sua mãe, mas por mais que ela tentasse, sempre havia algo que a impedia de ser amada, ela não entendia, mesmo assim não questionava, aos poucos esse sentimento foi sendo reprimido dentro do seu peito, e as perguntas que tanto a pertubava e deixava confusa, foi sendo escondida dentro de si mesma.

_ Aqui seu hábito! Apartir de hoje você usará somente ele, como você chegou hoje vamos mandar fazer um para você, esse é de uma noviça que saiu, mas parece que vocês têm um corpo parecido, então ficará bom em você!(Ela entregava o traje para moça junto com o jumper).

_ Obrigada! (Ela pegava o traje e o olhava, finalmente o sonho de sua mãe estava sendo concretizado).

_ Depois que você se vestir irei lhe mostrar o mosteiro, nossas rotinas e a nossa querida Madre! (A freira ria para moça, como se fosse acolhimento).

_ Eu irei me trocar, para podermos ir! (Ela falava empolgada com aquilo).

Depois que a freira saiu ela começou a se trocar, enquanto se vestia passou a mão em seu corpo e lembrou daqueles toques que Danilo dava nela quando adolescente, como ele gostava de passar as mãos em seus cabelos e encostar sua testa na dela, vestindo o jumper ela lembrava dos abraços quentes de Manu que a confortava quando se sentia sozinha, no seu riso que a deixava feliz, no seu jeito carinhoso e nos momentos que dançavam juntos escondidos a noite, aquilo era tão bom, depois de vestida olhando no espelho ela se sentia linda com aqueles trajes, mas perdida em seus sentimentos.

Quando estava pronta abriu a porta, mostrando para freira como se sentia bonita nos trajes, como se sentia orgulhosa em servir a Deus e fazer o bem as pessoas que precisavam delas.

_ Você está irradiante! (A freira tentava acolher a moça, agora de uma forma simpática).

_ Obrigada! (Ela olhava e sorria alegremente).

_ Eu não me apresentei antes, mas pode me chamar de irmã Yva! (A irmã parecia mais simpática agora).

_ Meu nome é Hosanna! (Ela olhava para freira com orgulho de estar lá).

_ Hosanna! Hosanna as alturas! És divino! É como uma adoração a Deus! (A irmã falava empolgada com o nome da moça).

_ É! Minha mãe escolheu esse nome por causa da adoração a Deus mesmo, Hosanna! Hosanna as alturas! És Santo maravilhoso Deus! (Ela falava com clamor o seu nome a Deus).

_ Maravilhoso! Vou lhe mostrar agora o mosteiro. (A irmã agora começou a gostar da empolgação da moça, que antes estava abatida).

O mosteiro era grande, ela viu que havia várias salas, tinha sala de aula para garotinhas, havia uma quadra para brincar, havia uma sala de música, e as demais salas de depois foi mostrado as rotinas que faziam, e por fim ela conheceu a Madre Superiora, onde foi muito bem tratada.

_ Quando você passa pelo portão, você sabe que morreu para o mundo! E essa é a decisão mais importante para sua vida! (A Madre falava para a moça essas palavras para ela pensar bem).

_ Eu sei, e foi isso que escolhi para mim! (Tentando parecer convencida com as palavras da Madre ela afirmava isso orgulhosamente confusa).

As palavras da Madre eram assustadoras, ela sabia que nunca mais iria ver nada do lado de fora, não iria ver sua família, não veria mais nada a não ser a cara das crianças que estudavam lá no colégio interno, e só saíam nos fins de semana para verem seus pais e voltavam novamente na segunda, e tinha crianças que nem iam ver seus pais, ela se sentia como aquelas crianças abandonadas lá dentro, ainda mais com aquele portão de madeira que não se via nada, e a tranca era do lado de dentro, ninguém saia de lá, só se você tivesse extremamente doente ou iria fazer missões, isso não era o seu caso, ela havia acabado de chegar, e provavelmente iria ser dominicana e não missionária, isso a deixava com mais dúvidas em sua decisão, mas com medo de ser rejeitada por sua mãe, que já havia lhe afirmado que se ela não fosse uma divindade nem era para se considerar filha dela e nem olhar em seu rosto.

E com o passar do tempo a garota foi fazendo as rotinas e aos poucos se obrigando a gostar daquilo, que havia sido enchida de esperança em ser, que sua única função era obedecer e servir a Deus.

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Comments

nimorango

nimorango

puts os dois irmãos pelo jeito são apaixonados nela

2023-07-23

0

Jussiara Soares

Jussiara Soares

maisssssssssss

2022-05-04

1

Ver todos

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