Caminhando com a esperança

Vênus

O JK chega até nós, parece meio envergonhado, estou com vergonha por que ele provavelmente notou que atrapalhou alguma coisa. Apesar de tudo o que já conversamos eu ainda me sinto atraída pelo Jk, ele é lindo e eu tento ignorar todos os seus detalhes, mas é uma tarefa difícil... Eu me sinto errada por pensar assim então logo afasto esses pensamentos, mas quando termino de me reorganizar ele olha para mim e para o Tae e diz;

– Estamos com problemas, o Joshua Noa apareceu de repente no luau! Nós e a Vênus não podemos ser vistos no mesmo lugar!

Eu fico paralisada, minha mente começa a rodar, me sinto enjoada, quero vomitar, nunca me senti tão nervosa... Não sei o que fazer. Meus olhos começaram a lacrimejar e percebo que estou chorando involuntariamente, meus pensamentos não se organizam e eu só consigo chorar e tremer. O Tae me agarra e diz;

–Temos que pensar em algo!

O JK diz logo em seguida;

–Podemos resolver, hoje é o nosso último dia aqui, Vênus quando você vai partir?

Eu me recomponho e respondo;

–Daqui a dois dias.

O Tae diz;

–Perfeito, Vênus você se importa em ir para o seu quarto?

E eu reponho num tom gentil;

–Não, nem um pouco... Inclusive já estou indo!

O JK me interrompe;

–Você não vai embora sozinha, quando eu estava a procura de vocês pedi ao JHope vir até aqui, mandei minha localização em tempo real então ele provavelmente já deve estar chegando.

Minha mente volta a mergulhar em pensamentos eu não consigo nem entender o que o Tae e o JK estão falando, só consigo me concentrar no fato de que eu irei conhecer outro membro do grupo? Ele provavelmente não me apoia, pelas coisas que eu causei com os meus sentimentos embaralhados... estou com medo da reprovação dele. Eu volto ao mundo real quando o Tae que estava ao meu lado me dá uma leve balançada;

–Vênus, está na hora de ir.

Ele me abraça e diz;

–Vênus, eu te amo e vou fazer de tudo para ficar com você tá? Não esquece disso.

Quando ele me solta, posso ver que o Jhope chegou ele me cumprimenta e diz;

–Então você é a famosa Vênus? Prazer em conhecê-la!

Não sei por que senti medo quando pensei em conhecê-lo, ele tem uma energia leve, ele passa uma sensação de que tudo vai dar certo, ele é um cara muito amável.

O JK vem em minha direção e também me abraça e diz no meu ouvido;

– quando você chegar, manda uma mensagem. Irei te ligar quando chegar no quarto tá bem?

Eu balanço a cabeça em sinal positivo.

O Jhope pergunta em um tom alegre;

– Então, qual é a direção do lugar que você está hospedada?

Eu respondo;

– Na verdade, eu não sei...

Mas ele responde sorrindo;

– Então vamos em frente, por que me parece que o caminho vai ser longo.

Eu ri junto com ele, e fomos andando meio sem destino.

Eu e o Jhope caminhávamos no escuro da praia conversando coisas bastantes aleatórias, ele é um engraçado, descontraído... Conversar com ele me fez esquecer dos problemas que estavam acontecendo. A conversa era fluida, até que ele me faz uma pergunta que eu já esperava;

– Olha, eu não queria ser evasivo, até por que esse não é um assunto que não diz respeito a mim, mas talvez diga. Mas você esperava que esse relacionamento com os meninos não trariam problemas para você? Não quero ser grosso, eu apoio a decisão dos meus amigo, por que eu os amo e não quero que sofram. Eu entendo o por que eles gostam muito de você, você é doce, agradável, legal, gentil e engraçada, e eu já acho tudo isso de você apenas com essa conversa. Mas nós somos celebridades, abrimos mãos de muitas coisas das nossas vidas, inclusive a privacidade. Desculpe se fui grosseiro com você, mas eu só quero entender um pouco o seu lado.

As suas palavras me cortaram como facas, eram palavras afiadas e eu volto a chorar eu me sinto fraca e ele tenta me confortar;

– Olha, eu... Eu não queria que machucar você, desculpe, desculpe eu... Eu não queria que você chorasse. Eu sinto muito, desculpe, desculpe mesmo. Ele diz com uma voz arrependida.

– Não, tá tudo bem, é que eu entendi toda a situação agora. Sabe J, posso te chamar assim? De J?

– Pode, não tem problemas. Ele responde.

–Eu não sabia que eles eram famosos, eu sou uma pessoa reservada... Prezo muito pela minha integridade física e emocional e principalmente profissional. Eu quando descobri a verdade me senti enganada, mas eu estava tão apaixonada pelo Tae que não liguei para as consequências. Até que esse jornalista apareceu, todos os meus castelos de areia foram destruídos e arrastados pelo mar, nunca senti tanto medo. Não sei se isso responde a sua pergunta, talvez não, provavelmente não, mas eu os amo. Eu digo com a voz baixa e triste.

– Entendo... Seus sentimentos parecem verdadeiros. Eu acredito em você, não se preocupe, e gostei muito de conversar. Espero que haja outras oportunidades de conversamos, ficarei feliz se acontecesse. Mas você sabe realmente com que pode acontecer com sua vida se tudo o que o jornalista sabe ou desconfia vaze?

– Nunca parei muito para pensar sobre isso, acho que seria muito ruim para a imagem dos meninos, afinal eu sou estrangeira e anônima. Digo confusa, mas antes de que eu pudesse dar continuidade a minha fala ele me corta e diz;

– Você sofreria muito, de anônima você passaria de pessoa mais comentada do momento. Muita gente ia te amar, e outra vão te odiar mais que tudo na vida delas, mas o pior de tudo é, mesmo você sendo fervorosamente amado, você só dá ouvido a quem te odeia, e estou falando isso com muita dor no coração.

Eu o olho confuso e digo;

– Como você sabe de tudo isso? Aposto que não deve ter passado por situações assim.

Ele da um sorriso tímido e irônico e diz;

– Bom, eu sei muito bem o que é ser comparado, ter a autoestima abalada lendo comentários ofendendo sua aparência. E não é nada legal, vai por mim experiência própria. Ele diz com a voz oscilando.

Eu apenas fico calada, pensativa.

Nós continuamos nossa caminhada até chegarmos ao local em que eu estava hospedada, ele me deixa na porta do meu quarto e se despede;

– Foi um prazer te conhecer, espero que nos vejamos novamente. Diz ele com os olhos apertados, eu respondo;

– Digo o mesmo, muito obrigado J.

Ele vai embora, quando eu abro a porta do meu quarto, desmorono em lágrimas, eu queria apenas sumir, e apagar todos os erros. E amar foi o meu erro.

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