Lua Rebelde

Lua Rebelde

Capítulo 1

Acordei com uma forte dor de cabeça, e ainda por cima chovendo torrencialmente, às vezes a vida nos traz momentos e situações onde a gente se torna mais forte, isso diria minha mãe antes qualquer situação, mas eu não sou minha mãe.

_ Acorda, serviçal __ me dizia meu irmão jogando água fria sobre meu corpo.

Me levantei como pude e da minha boca escapou um gemido de dor\, pois todo meu corpo doía e tinha as costelas fraturadas\, pela surra que me deram na noite anterior\, por derramar suco em cima da sua va*** (perdão\, namorada). Cabe dizer que não foi minha intenção sujar sua linda e delicada roupa\, mas gostei de ver sua cara de raiva.

_E na próxima vez que machucar minha futura esposa e lua desta matilha, farei você pagar com sua vida. Diz meu irmão e sai do quarto onde me encontro jogada.

Decido tomar um banho rápido, com água fria devido a que neste quarto não há um chuveiro decente, e que dizer do chuveiro, se esse é o menor dos meus problemas, pois ninguém pode passar uma noite num catre velho e com lençóis mais finos que uma cortina, daquelas que são mais finas que uma camisola de dormir, a surra que me deram não me matou "ainda".

Se perguntam como sigo viva?

Bom, a coisa é que, ao ser uma mulher loba, meu corpo não sente quase frio, mas as noites costumam ser muito longas, devido a que a maioria dos dias passo com golpes e costelas fraturadas, não sei como minhas feridas saram tão rápido, se minha loba não despertou ainda.

Bom, deixem que eu me apresente, que má educação da minha parte.

Meu nome é Jazmín, tenho 17 anos em humanos e na minha forma de loba tenho 117 anos, tenho uma aparência normal, cabelo preto e ondulado, corpo mais magro que um arenque defumado, não porque eu queira, mas porque a alimentação que recebo não me deixa ter a carne suficiente nessas zonas requeridas.

Aos cinco anos perdi minha mãe, por culpa de uma guerra, de uns renegados, vampiros e bruxas que atacaram a matilha, ela morreu ao me proteger, quando uma bruxa me lançou um ataque e ela me defendeu e terminou por matar a bruxa e pouco tempo depois morreu ela, desde então minha vida tem sido um caos, meu pai e meu irmão me castigam por qualquer coisa, com o intuito de me machucar e para terminar de ferrar minha vida, me rebaixaram ao posto de uma Ômega, e não uma simples Ômega, mas uma que faz os afazeres do palácio e serve como escrava.

Por ordem da minha linda cunhada, tenho a responsabilidade de deixar os banheiros reluzentes, um ofício repugnante e sujo, porque cada dia me deixam um presente e não um que eu goste.

Não existe um dia da minha vida onde não lamente minha existência, meu corpo já está acostumado à dor, a dor já é parte da minha vida cotidiana, só espero que, quando meu companheiro apareça, eu possa ir para longe com ele e ser amada, mas é só um sonho e os sonhos são como seus nomes dizem "sonhos".

Deixo de pensar na minha desgraça e decido já me trocar por algo decente, algo dos poucos que tenho no meu velho armário, para logo pegar meus utensílios de limpeza e começar uma longa jornada de limpeza pelo castelo, e para fazer esses banheiros asquerosos.

Ao sair encontro minhas outras companheiras que estão igual a mim, com olheiras e se vê muito cansadas, porque algumas delas trabalham pelas noites atendendo aos guardas que patrulham as fronteiras.

O dia passou sem muito problema e me dispus a ir dormir, mas que boba fui ao acreditar que eu aqui ia terminar meus labores como faxineira, porque ao cabo de um minuto chega meu irmão e sua lua para perturbar minha amargada existência.

_Para onde vai\, mendiga?___ Pergunta a namorada do meu irmão\, com fastio.

_Lua\, estava por ir dormir. Deseja algo?___ digo com falsa calma.

_ Preciso que limpe o chão outra vez porque ao parecer não está suficientemente limpo.

_ Mas acabo de limpar e.... Não terminei de falar porque meu irmão me deu um tapa que caí no chão com sangue na boca.

_ Insolente, se minha lua te diz que limpe, significa que tem que limpar, se limpou agora mesmo, ou agora não importa, ela é sua lua e tem que fazer o que se te manda, por insolente te darei uma lição. Guardas, guardas!!! Venham e levem essa mendiga às celas de castigo e deem-lhe 50 chicotadas para ver se assim deixa de ser insolente. Essas foram as palavras do meu irmão mais velho e eu ao escutar isso entrei em pânico.

_Não, irmão... por favor, perdoe-me, agora mesmo limpo. Digo isso e corro aos seus pés e ao chegar este me dá um chute no peito e caio longe dele, e os guardas me agarram e me levam a rastros ao calabouço, como se eu fosse um cachorro de rua.

Ali me amarram de mãos e pés com correntes de prata, e põem uma mordaça na minha boca, um dos guardas me jogou um balde com água gelada com sal, e rasgou a parte de trás do meu vestido, como se não fosse já muito o que vão me fazer, começam a me dar umas fortes chicotadas.

Uma, duas, três, quatro, dez, acho que este é meu fim, perdi a conta de quanto me açoitaram, e pouco a pouco a escuridão se apodera de mim.

(Bom, até aqui chegou meu sofrimento) digo dentro de mim e me entrego à escuridão, total, se eu morrer ninguém se dará conta disso.

Jazmín, deve despertar __ diz uma voz que não consigo decifrar de quem se trata.

_ Para quê? Para viver outra vez no sofrimento?

_ Não... eu te ajudarei a sair daqui logo, mas tem que despertar.

_ Vá embora e deixe-me morrer em paz.

_ Menina boba, se você morrer, o que acontecerá comigo?

_ Não me importa, quem é você, diga-me? Em que te afeta minha morte, o que tem isso a ver contigo?

_Eu sou você e você é eu, sou sua loba, meu nome é Camila e estou grudada na sua alma.

Meus olhos se abrem como pratos, e vejo algo brilhar e a escuridão onde me encontrava vai desaparecendo pouco a pouco, deixando ver uma hermosa loba branca com olhos azuis.

_ Você é real, ou é alucinação que estou tendo?

_ Te parece que não sou real?___ diz dando-me uma palmada com suas patas traseiras.

_ Ei ... __Disse e dou um pulo.

_ Não tenho muito tempo, antes de que venham e te castiguem outra vez, tem que despertar.

_ Como faço isso nessas condições?

_ Pois verá.... sua mãe ao matar a bruxa, como o ataque era destinado para você, você recebeu seus poderes, e é metade loba e metade bruxa, a razão disso não sei, a deusa Luna foi quem decidiu isso, e eu não entendo essas coisas.

_ Mas, isso é possível?

_ Aaf. Isso não sei, menina, não sou a deusa, só estou te dizendo o que é.

_ Bom, está bem, diga-me como saio daqui?

_ Bom, sei que está fraca, mas te passarei um pouco de energia, para que rompa as correntes, e consiga abrir um portal que te leve longe daqui, só tem que se concentrar, e pensar em algo que te trouxe muita dor, e logo depois que se abra o portal mágico dirá (leve-me para longe dessas terras a uma onde não haja mais dor) e vai cruzar através dele, e esse portal te levará ao sítio onde desejaste estar, desde que começou seu tormento.

_ Como se fosse difícil não recordar esses momentos de dor, toda minha vida tem sido dolorosa.

_ Bom, já faça isso, já tem motivos suficientes para fazer com que se te abra o portal, já deve despertar, eles já vêm, e é possível que desta vez te matem.

_ Como desperto?

_ Assim... __ dito isso por Camila, recebi uma tremenda chute por parte dela.

Abri meus olhos, e me dou conta que sigo no calabouço, e as feridas do meu corpo, que ainda que já não doam, como no princípio, me fazem cair na realidade.

_ Recorda o que te disse que fizesse.

_ Sim, está bem.

E assim o fiz, concentrei minha mente em romper as correntes, e estas em pouco tempo se romperam, logo coloquei minhas mãos na parede, e me pus a pensar nos maus e tristes momentos que tenho tido, e se abriu um portal do tamanho de uma porta, e fácil entrei nele.

Bom, espero e onde me leve este portal seja muito melhor que aqui, e me deixe guiar por onde me levava.

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