O momento da separação está próximo. Luca seguirá para Stanford uma semana ante de Carrie viajar para Maryland. Ela estava excitada, ansiosa, e mal conseguia pegar no sono a noite. Sonhava com o primeiro dia de aula, com os colegas de turma, com os professores em suas becas, com os laboratórios, com o alojamento. Quem iria dividir o quarto com ela? Uma garota bem legal, ou uma dessas patricinhas, entojadas, que se acham donas do mundo? Ora, imagina, uma patricinha rica não iria morar no alojamento da Universidade. No máximo, em uma das comunidades badaladas do Hopkins. Alojamento ficava com os que tinham pouco ou quase nenhum dinheiro. Os pais de Carrie fizeram uma poupança para ela. O dinheiro guardado não seria suficiente se precisasse pagar as mensalidades da Universidade, mas como conquistou uma bolsa de estudos, as economias seriam o suficiente para custear todas as despesas necessárias durante o tempo da graduação, que não seriam poucas.
Luca fez exatamente o que Carrie sugeriu: ignorou Enrico e suas investidas, e focou na sua ida para Palo Alto, Califórnia. Todos na família estavam orgulhosos dele. O rapaz seria o primeiro da família a estudar em uma Universidade de Ponta nos Estados Unidos, aliás, uma das melhores do mundo. Ainda por cima, namorava uma garota bacana, cujas famílias se conheciam, e aprovavam. Todos os consideravam o casal perfeito.
E, para o casal perfeito, seria necessária uma noite de despedida perfeita. Queria ter sua noite perfeita com Carrie. Os dois namoravam a pouco tempo, desde o baile, e então, não havia transado ainda. Algumas vezes, Luca se perguntava o porquê. Talvez pela amizade que tinham antes do namoro. Talvez para não apressar as coisas. Não sabia se Carrie já tinha transado com outro homem antes dele, e isso também não importava para ele. Mas, precisava saber, de alguma maneira, para não cometer uma gafe, para não a machucar, para ter com ela uma noite inesquecível.
Decidiu perguntar a Miranda, amiga e confidente de Carrie.
Miranda - Claro que não Luca. A Carrie? Nossa, é quase uma freira.
Luca - Miranda, eu falo sério.
Miranda - Eu também Luca. Carrie é uma dessas românticas, que decidiu ter sua primeira transa com uma cara que ela estivesse apaixonada.
Luca - Nós ainda não transamos, então... Ela não está apaixonada por mim?
Miranda - Não seja bobo menino. Você não sabe que ela está caidinha por você.
Luca - Eu quero que ela tenha uma noite inesquecível
Miranda - Então, vá em frente garoto. Vocês têm só mais uma semana juntos antes da tua viagem.
Luca - Obrigado Miranda
Miranda - É quase um prazer – disse divertida.
Luca pesquisou e reservou um Hotel Três Estrelas no Chelsea, lugar de Manhattan que Carrie mais gostava. Vez ou outra, ela saía do Brooklin para passear pelas ruas do bairro, visitar o Chelsea Market, tomar um café no Starbucks e ficar observando as pessoas passarem, com suas roupas descoladas, seus sapatos incríveis, suas bolsas diferentonas. O Chelsea é uma combinação de casas, prédios baixos de apartamentos, arranha-céus luxuosos e atrações badaladas como o High Line, um parque elevado construído sobre antigos trilhos de trem. No verão, centenas de pessoas passam por ali, para se refrescar, para observar a paisagem, para sentar e tomar um suco gelado, ou apenas para capturar lindas imagens com as câmeras de seus celulares.
Carrie achava-se em um estado de pleno estupor. Faltavam apenas quinze dias para sua mudança. Seu avô querido, fofo, lhe presenteou com um carro. Não era novo, nem de luxo, mas era muito digno de uma caloura de medicina da Hopkins. Ela, Carrie, havia se tornado a queridinha da família. De todos os cantos do Estados Unidos chegavam presentinhos de parentes, amigos dos pais, e dos avós. Como todos ainda estavam vivos, a propaganda sobre a filha, a neta. A sobrinha, a prima, que tinha entrado para Hopkins espalhou-se por meio país. Não tinha como levar todos os presentes que ganhou, mas ficariam guardados no quarto dela. Levaria os mais funcionais e significativos. Uma tia avó, por parte da família do pai, presenteou-lhe com um Mac Book novíssimo, alegando que um membro da família Smith não podia envergonhar a família usando um notebook chinfrim. De uma outra prima da mãe, casada com um figurão de Boston, ganhou um Iphone novinho, com a mesma alegação da tia-avó. De uma prima querida, recebeu um vestido arrasador da Prada, com a alegação de que ela precisava de um look deslumbrante para as festas na faculdade. E, assim foi. Separou tudo o que queria levar. Surrupiou as malas que havia em casa, e guardou tudo cuidadosamente. Deixou de fora apenas o vestido da Prada que usaria hoje à noite com Luca, e umas outras roupinhas para usar até o dia da viagem.
Terminou de arrumar as malas, e decidiu fazer uma corrida rápida pelo bairro para aliviar a ansiedade. Colocou sua roupa, pegou seus fones de ouvido, e saiu. Tomou um susto. Lá estava ele. Sim, ele, Enrico, parado do outro lado da rua, observando a entrada da casa dela. Incomodou-se profundamente de vê-lo ali. O comportamento de Enrico a assustava.
Carrie - O que você pensa que está fazendo Enrico?
Enrico - Esperando você – ele respondeu calmamente.
Carrie - Me esperando por que, Enrico? Por que você está fazendo isso?
Enrico - Nossa, você está cada dia mais linda Carrie, e eu cada dia mais apaixonado por você.
Carrie - Mentira. Você está agindo assim porque não aceita a rejeição.
Enrico - Mas, você não me rejeitou. Nunca.
Carrie - Rejeitei. Preferi o Luca.
Enrico - Não, eu entreguei você de bandeja pra ele.
Carrie - Para. Chega. Não vamos chegar a lugar nenhum desse jeito.
Enrico - Nós não temos que chegar, precisamos apenas ir.
Carrie - Por favor Enrico, me deixa viver minha vida, e vá viver a sua.
Enrico - Não Carrie. Você ficou com esse cara porque achou que eu não te amava, que eu te rejeitei. E, não foi assim. Você nunca me deixou explicar.
Carrie - E vou continuar não deixando.
Enrico - E eu vou continuar te perseguindo, até que você me escute.
Carrie se assustou com a afirmação de Enrico. Encarou o rapaz com firmeza.
Carrie - Por favor, me deixe em paz.
Enrico não respondeu. Olhou-a tão profundamente que fez seu corpo estremecer.
Carrie deixou-o parado ali, sozinho, e iniciou sua corrida. Precisava desanuviar. Precisava afastar-se daquela presença que ainda a incomodava profundamente. Mexia com seus sentidos, com sua lucidez, e até com o seu coração.
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Atualizado até capítulo 53
Comments
Branquinha
tá na cara q ela ainda gosta do Enrico
2022-04-01
4
Jessica Gabriela
estou amando..mais vou te dar uma dica :
quando o personagen for falar ..vc coloca o nome do personagen e depois a fala assim fica mais facil de entender ...
parabens continue escrevendo
2022-03-17
6