Violet caminhou pelas ruas, olhou ‘vitrines’, comprou pães e algumas coisas que estavam a faltar em casa.
Mais, não sentia vontade de ir para casa.
A sensação de não encontrar ninguém a esperar-lhe dava-lhe calafrios.
Mas olhou para o céu e o tempo estava a fechar, estava muito frio, já estava bem-dizer anoitecendo e achou até que fosse cair alguma chuva, então foi a tomar o rumo de volta.
Quando foi chegando perto de casa, viu que na frente do portão tinha dois homens lhe esperando.
O que será agora, nunca os vi, não conheço essas pessoas.
Violet perguntou, quem são vocês o que querem?
Eu sou a dona da casa.
Em que posso ajudar?
Um dos homens o mais velho com cara de doido, se aproximou e disse:
Essa casa não é mais sua garota, agora é minha, eu sou George e esse é o meu segurança, e estou-lhe dando três dias para você sair de dentro dela.
Violet \= Um soco na boca do estômago, foi o que senti naquele momento.
Como assim essa casa não é mais minha, é a única coisa que eu tenho, foi o que meus pais me deixaram antes de partir.
Homem \= O seu pai era um bêbado viciado em jogos e perdeu essa casa no jogo, agora ela não é mais sua, é minha, portanto trate de arrumar as suas tralhas e sair no prazo que lhe dei.
Que eu não precise usar a força.
Nesse momento Violet viu quando o tal segurança colocou a mão na cintura, querendo com certeza lhe intimidar com uma arma que carregava presa ao cinto.
Falando isso eles foram embora num carro preto de luxo.
Violet entrou a sentir dificuldades ao caminhar, as suas pernas tremiam.
Largou as compras em cima da mesa e sentou no sofá sem conseguir pronunciar uma palavra.
Com certeza passou algum tempo ali parada se recusando a aceitar o que estava a acontecer.
Sentindo que a sua alma saiu do corpo, voltando num susto quando viu que estava a chover muito lá fora, na verdade, caindo uma tempestade, a mesma tempestade que cobria a sua vida, a chuva batia no chão com tanta força que chegava a sair fumaça.
O vento era muito forte e gelado, a ponto de congelar os ossos em segundos.
Era pleno mês de janeiro e o frio era intenso demais.
Violet batia queixos, mais não era desse frio e sim de nervosa.
Preciso de um banho quente, deixar que a água carregue as minhas dores.
Queria muito conseguir chorar, parece que se eu conseguisse chorar, conseguiria aliviar a minha alma e pensar melhor.
O que mais poderá-me acontecer meu Deus?
Sofri muito com a partida abrupta dos meus pais, mais agora não ter mais um teto, isso é um pouco demais para eu poder processar.
Violet tomou um banho quente e demorado, ao menos o aquecedor era bom e a casa estava quentinha.
Secou-se e vestiu um pijama confortável com pantufas nos pés, jogou por cima de si um manto de croche que era da sua mãe, foi até a cozinha e preparou um chocolate quente com sanduíches.
Tenho três dias para dar-me ainda o luxo de ter uma casa para voltar, um banheiro aconchegante, um sofá para ver algum filme tomando um chocolate quente, e uma cama quentinha.
Já sinto saudades disso tudo.
Ainda não sei para aonde ir, não tenho aonde pedir ajuda.
Emily a minha vizinha, era amiga da minha mãe, uma pessoa caridosa mais vive de forma atabalhoada com o marido que é um tanto ignorante, e ainda por cima dividi dois quartos com quatro filhos.
Não seria justo eu pedir-lhe ajuda.
Ainda não sei o que fazer.
Ganho tão pouco, não conseguiria nunca pagar um aluguel.
Dona Mirna nem pensa, não posso misturar as coisas, não posso arriscar perder esse emprego, melhor que ela nem venha a saber disso tudo.
Foi tão generosa me dando a oportunidade de trabalhar sendo eu ainda de menor.
Bom vou deixar para pensar no que fazer amanhã, já está tarde, preciso dormir, levanto cedo, conforta-me saber que vou subir as escadas e encontrar a minha cama.
Por hoje, ainda, por hoje vou fazer de contas que a minha cama estará todas as noites esperando por mim.
Violet antes de se deitar resolve adiantar algumas coisas, pois sabe que jamais se atreveria a ter um atrito com o homem que agora se dizia dono da casa.
A cara dele era de poucos amigos.
Por ser ainda uma menina, não colocaria a sua vida em jogo até por não ter ninguém para defendê-la.
Pegou duas malas que eram da sua mãe, e em uma foi a colocar as suas roupas, ela tinha poucas roupas e sapatos, e uma mala foi o suficiente.
Na outra ela colocou umas lembranças que gostaria de levar, tipo fotos de seus pais alguns bibelos que eram de sua eterna mãezinha e seu ursinho de pelúcia que se chamava Romeu, que ela considerava o seu melhor amigo.
Também cadernos de receitas da sua mãe.
E uns casaquinhos de croche que eram seus xodos.
O resto ficaria na casa, pois não teria para onde levar.
Lembrou de pegar uma manta e um travesseiro.
Violet logo adormeceu.
Acordou com uma fresta na cortina anunciando que amanheceu.
Era hora de levantar.
Foi para o banheiro fez sua higiene e já foi logo se arrumando com muita roupa quente para enfrentar o frio que fazia la fora .
Dois dias, ainda tenho dois dias.
Violet abre a porta para ir trabalhar e antes de sair, olha para dentro da casa como se estivesse se despedindo, não entendendo o porque daquela sensação de que seria ali sua despedida, que após fechar a porta não voltaria nunca mais.
Ainda tenho dois dias, porque estou-me a sentir assim como se a partir de agora vou embora de vez?
É a tristeza me tomando conta antecipadamente.
Te respondo tristeza: 💬
Aconcheguei-me nos teus braços.
Nos braços da solidão.
Mesmo sem palavras, havia tons de despedida entre nós.
Ir embora faz parte das minhas asas abertas.
Das asas que me pediste que abrisse quando aqui chegasses. Ainda assim, às vezes, para viver, preciso desta sensação de que tu vais estar sempre aqui. Mesmo depois de ter partido!
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Atualizado até capítulo 98
Comments
Viviane Maria Dias
coitada
2024-08-23
3
Marilene Cabral
Nossa estou triste com o que esse garota vai passar coração 💔
2024-04-22
3
Anilda Alves da Cruz
tem que falar com dona Mirna à patroa /Drowsy/
2024-04-22
1