Algo novo jogadas ao vento

Uma coisa que Izek não estava conseguindo saber era o motivo de estar tão frio. Tentou abrir os olhos, mas a claridade o incomodou e ele teve que fechar os olhos e usar até a mão para tampar sua visão, não sabia se será a claridade do sol ou de outra coisa. Suas memórias estavam muito bagunçadas e não sabia direito como havia parado ali ou o que aconteceu antes, forçou a memória a lembrar e em sua mente veio imagens de cristais coloridos e coisas confusas de quando estava em seu apartamento no segundo andar, quarto número 10.

Tentou dizer algo, mas as palavras não saiam, sabia que havia algo a mais que precisava se recordar, mas não sabia o que. Mais uma vez tentou abrir os olhos, mas dessa vez estava fazendo isso mais lentamente para não machucar os olhos. Sua visão estará muito embaçada e ele não estava conseguindo ver direito onde estava, tentou se levantar, porém suas pernas e braços estavam muito fracos para obedecerem seus comandos, em sua boca estava sentindo um gosto amargo que ele não estava entendendo de onde havia vindo e mais do que isso estava respirando pela boca ao invés do nariz e isso estava fazendo sua garganta doer de tanto que estava seco. Tentando se levantar mais uma vez e nesse momento Izek se lembrou de algo importante, lembrou de um nome que antes tentou falar, mas não havia conseguido. "Mikaela..." esse era o nome que estava tentando lembrar e agora tudo estava fazendo sentido em sua mente, estava no lugar cheio de cristais e com a ajuda da garota estava tentando sair de lá para tentar voltar para casa, sua visão já havia melhorado e por isso colocou toda a sua força restante nos seus braços e pernas com isso conseguiu se levantar do chão.

Levantou meio zonzo e quase caiu ao tentar dar passos para frente e teve que se equilibrar para não cair novamente, era como estar bêbado e Izek não estava gostando da sensação, estava se sentindo fraco e inútil. Olhou em volta e viu que estará a beira de um rio de pé em cima de uma areia brilhante devido ao sol, com árvores para todos os lado, aquilo com certeza será uma floresta e Izek não sabia se ficava feliz ou triste, pois saindo de um lugar estranho foi para outro lugar estranho. Deu um suspiro e pensou que Mikaela poderia não ter conseguido sair e por isso começou a ficar preocupado com ela, sentiu algo em sua cabeça e ao tocar levemente sentiu que algo como um tecido, estava amarrado ali e até doeu um pouco quando tocou.

Como não estava com tempo para prestar atenção em coisas inúteis pensou em procurar sua parceira, estava escolhendo um lado quando ouviu algo, algo como sendo a voz de uma garota. Ele olhou na direção da voz e viu uma garota loira um tanto encharcada sem uma das mangas da camisas, ela não parecia ter machucados graves e nem estava ao ponto de morrer e isso aliviou mais Izek, praticamente ela estava bem.

— Finalmente acordou — disse ela correndo na direção do rapaz

Izek começou a ir na direção da garota, Mikaela que estava feliz pelo garoto ter acordado não teve como conter sua alegria ao chegar mais perto de Izek, ela o surpreendeu com um forte abraço. Ele não estava entendendo muita coisa e ficou surpreso com o ato da garota, não sabia como reagir a situação e por isso pareceu que não havia gostado do abraço.

— C-calma — disse ele — eu tô bem vivo

— Desculpe — disse ela se afastando do rapaz — é que eu achei que você fosse morrer, sua cabeça estava sangrando um pouquinho então...

— Ah, foi você que fez essa amarração na minha cabeça?

— Tive que sacrificar uma das mangas do meu uniforme — ela deu um pequeno sorriso — que bom que acordou Izek

— De qualquer forma, sabe onde estamos?

— Sinceramente eu não sei, tive que te deixar sozinho por alguns minutinhos pra poder ver onde estávamos, mas não descobri muita coisa

— Fala sério — Izek suspirou — estamos ferrados. De novo

— O que vamos fazer?

Izek não sabia ao certo sobre o que fazer ou para onde ir, mas sabia que tinham que sair dali, como nenhum dos dois conhecia o lugar era difícil dizer se iriam sobreviver caso um animal perigoso aparecesse e os atacasse, esperar ali como um alimento em cima de uma mesa, não era bem a coisa certa a se fazer e de qualquer forma ambos precisavam fazer uma escolha de sobrevivência: se ficassem ali parados esperando que alguém aparecesse era suicídio e andar sem rumo também era suicídio, em todo caso as opções não eram favoráveis.

— Acho que não temos outra escolha a não ser procurar um lugar seguro

— Vamos entrar mais para o fundo da floresta? — Mikaela olhou para o meio das árvores, estava muito óbvio que ela estará assustada — E se...

— Se ficarmos aqui acho que a gente vira lanche de alguém

— Acho que você tem razão...

— É melhor a gente ir, o pior que pode acontecer é a gente encontrar alguma coisa perigosa!

— Isso era pra dar risada?

— Talvez

Não esperando a resposta de Mikaela, Izek já foi entrando em meio aos arbusto e logo atrás estará sua parceira um pouco encolhida por estar um pouco com medo do que poderia acontecer com os dois.

Conforme andavam mais para frente iam vendo que a floresta terá sua peculiaridades e que as diferenças serão bem óbvias. As vezes encontravam insetos do tamanho de um gato e os sons que ambos ouviam não eram as das mais bonitas, em certo momento Izek e Mikaela encontraram uma borboleta que era um tanto grande, Mikaela que adorava borboletas e achava elas lindas e fofas não estava tão empolgada para observar o animal, ela até havia corrido para atrás de Izek tentando se proteger caso ele o atacasse ou algo do tipo, estava se questionando se realmente gostava daquela criatura. Nunca havia visto um animal com aquele tamanho e por isso colocou em sua cabeça que as borboletas com o tamanho normal eram mais bonitinhas e fofas.

Izek que sempre via Mikaela se esconder em suas costas a cada momento que via algo enorme, ou melhor, um inseto enorme, ficava com uma leve vontade de dar risada da garota, mas logo essa vontade ia embora. Enquanto Mikaela estava atenta ao ver o que a deixava com medo, Izek se perguntava se realmente estava em seu mundo, pois nunca ouviu ou leu nada relacionado a insetos gigantes ou sons de animais que pareciam mais gritos de pessoas, estava tentando se manter forte para sua parceira se apoiar e não ficar com tanto medo, mas agora que estava fora daquele lugar cheio de cristais, também estava começando a ficar angustiado e não sabia por quanto tempo iria aguentar ficar no seu posto de pessoa que estava firme e forte.

Olhando para cada lado e analisando cada coisa que viam, Izek se enchia de perguntas. A luz do sol que tentava entrar no meio das grandes árvores iluminava o caminho e quando achavam pássaros eles logo iam embora apressados deixando apenas folhas dos galhos em que estavam, o ar também será muito diferente, Izek não sabia se Mikaela também sentia o mesmo, mas para ele o ar será muito limpo e dava gosto de respirar. Sensações estranhas entravam e saíam de seu corpo e ele não estava entendendo o motivo daquilo e desde que havia entrado na floresta estava com a sensação de que estava sendo observado por algo ou alguém, olhava para trás e não via nada e isso o deixava mais intrigado ainda.

A tarde estava chegando e Izek e Mikaela estavam cansados de andar e como antes nenhum dos dois estava disposto a dizer que estava cansado, nenhum dos dois estavam querendo atrasar um ao outro. "Onde estamos?" essa será a pergunta, que mesmo nenhum dos dois falando, estavam pensando, cada coisa nova que viam era como se fosse mais uma prova de que estavam muito longe de casa. Mikaela não estava querendo acreditar que estava longe de casa ou se aquele será o seu mundo, estava torcendo para que voltasse para casa logo, porém no fundo sabia que algo estava muito errado e aos poucos isso a estava deixando um pouco triste.

— O que é isso? — perguntou Mikaela pegando algo do chão

Izek parou de andar e olhou para trás, vendo sua parceira se abaixar para pegar algo.

— É uma folha — disse Izek

— Isso tá bem óbvio — a menina andou até o rapaz — tô perguntando o motivo dele estar com essa... com essa coisas... esse negócio que parece veia colorida...

— Bela explicação — disse Izek

— Eu tentei — Mikaela revirou os olhos — você que não entendeu

— Tem razão, eu não entendi

A folha que Mikaela havia achado no chão realmente estava sendo bem curioso de se ver. Uma folha mais grande que a palma da mão de um homem adulto e cheia do que pareciam veias coloridas que andavam por toda a folha, abriu uma curiosidade em Izek, nunca havia visto nada parecido. Ele olhou atentamente a folha nas mãos de Mikaela e não fazia ideia de espécie de árvore que a folha pertencia ou de onde ela poderia ter caído, pois as folhas das árvores que estarão em volta não pareciam nada iguais ao que Mikaela estará segurando.

— Não faço ideia de onde isso pode ter vindo, mas acho melhor continuarmos andando — disse Izek

— Se você está falando, então vamos

Mikaela soltou a folha e ambos continuaram andando, mas antes que pudessem se afastar mais da folha, algo estranho aconteceu. A folha começou a flutuar, se levantando lentamente do chão começou a soltar algo que dava a sensação de paz para Mikaela e Izek, rapidamente ambos olharam para trás e ao verem o que estava acontecendo arregalaram os olhos e ficaram surpresos.

— Mas o que tá acontecendo? — indagou Izek

A folha voou lentamente até parar na frente de Mikaela, mas antes que a garota pudesse pegar com as mãos, a folha rapidamente passou por ela e Izek com rapidez, deixando um brilho para trás. Encantada com o que estava vendo, Mikaela não pensou direito antes de começar a correr atrás da folha.

— Onde tá indo?! — disse Izek tentando parar a garota, mas sua tentativa havia sido falha — Fala sério!

O garoto começou a correr atrás de Mikaela que estará correndo atrás da folha e ambos não sabiam para onde estavam indo. A cada segundo Izek gritava para a garota que nem estava prestando atenção no que ele estava dizendo, era como estar hipnotizada com a sensação que a folha estava lhe dando, sensações de coragem, amor e carinho, será isso que ela estava sentindo e diferente dela, Izek não estava sentindo nada, no começo realmente havia sentido algo, mas naquele momento enquanto estava correndo a única coisa que estava sentindo era o cansaço.

Izek parou por uns segundos para tomar fôlego e logo continuou a correr, precisava fazer Mikaela parar, não fazia ideia do motivo dela estar tão interessada na folha. Estava certa de que nenhum dos dois havia visto uma folha voar antes, mas correr atrás de uma estava sendo suicídio, se perguntava o motivo da garota ainda não ter cansado de correr, pois ele estava quase desistindo de ir atrás da loira, achou que poderia ser pelo fato de não estar em forma, mas não era bem isso. Como havia andado por um bom tempo sem descansar, Izek achou estranho Mikaela ter toda a disposição para correr sem parar.

Izek colocou mais força nas pernas e acelerou os seus passos, precisava fazer sua parceira parar pelo menos por um instante. Tentou segurar o braço da garota, mas na primeira tentativa não havia conseguido e na segunda também não, porém a folha foi perdendo aos poucos a sua velocidade e seu brilho e não demorou muito para cair no chão, nesse momento Mikaela rapidamente recobrou a consciência e parou de correr e uma onda de cansaço a rodeou por completo. Nunca tinha sentido tanto cansaço em sua vida, estava muito ofegante e o seu suor pingava de seu rosto.

— Finalmente... — disse Izek também ofegante — você por acaso... era do clube de esportes da escola? O clube de corrida, pra ser mais... exato...

— Definitivamente... não

— Sendo assim... eu sugiro você pensar em ser atleta...

Izek olhou para a folha caída no chão e então foi até ela e a pegando do chão, não sabia o que havia acontecido ou como a folha havia flutuando, porém sabia que não tinha sido pelo vento.

— Acho melhor a gente-

Antes que Izek pudesse terminar sua fala, algo veio voando em sua direção, havia sido tão rápido que ele nem tinha sentido que a tal coisa havia passado de raspão do lado esquerdo de sua bochecha fazendo um pequeno corte. Mikaela havia ficado em choque e então rapidamente olhou para trás, Izek sentindo um líquido escorrendo da sua bochecha tocou o lugar e ao ver que o líquido tinha um tom vermelho rapidamente arregalou os olhos e se perguntou o que tinha acontecido, engoliu o seco e sentiu seu coração acelerar e então começou a suar frio.

Mikaela e Izek ouviram algo se mexendo na copa das árvores como se alguma coisa estivesse passando por ali, ainda olhando para cima das árvores Izek lentamente segurou com a ponta dos dedos a blusa de cor branca de Mikaela e calmamente ambos começaram a dar passos para trás como se fossem presas tentando fugir. Cada segundo estava sendo uma tortura, Mikaela estava com seu coração quase saindo pela boca e sua respiração estava pesada como se estivesse com muito medo, não sabia o que fazer ou para onde correr, de alguma forma sabia que mesmo correndo o máximo possível não iria conseguir fugir de quem quer que seja que estivesse em cima das árvores.

Izek estava pronto para correr quando suas costas bateram em algo que ele não sabia se olhava ou não, engoliu o seco e lentamente foi olhando para trás até olhar para um ser de braços cruzados com uma cara nada amigável. Com braço musculosos, um tanto alto e um rosto que particularmente achou monstruoso, o suor de Izek havia se intensificado e ele não sabia se corria ou aceitava sua morte.

O ser rapidamente pegou uma faca e com um reflexo rapido Izek rapidamente desviou do golpe caindo no chão em meio as folhas das árvores, Mikaela que rapidamente olhou para o ser se afastou dando passos para trás. A criatura foi na direção de Izek e então rapidamente usou seus pés para o chutar, o garoto rolou sem parar até bater em um tronco que estava no chão, o ser olhou para Mikaela e ela tentou correr, mas a criatura com sua mão lhe deu um soco e a garota caiu no chão. "Droga" pensou Izek tentando se levantar do chão, tinha que ajudar Mikaela, mas não estava conseguindo levantar pois as dores nas costas o impedia, mas vendo que provavelmente sua parceira pudesse morrer estava tentando a todo custo pelo menos se colocar de pé.

Com muito esforço Izek se colocou de pé, mas saindo do meio das árvores algo foi direto na direção de sua coxa. Uma flecha foi atirada na direção de sua coxa direita e isso fez o rapaz cair novamente no chão, Mikaela que tentava se arrastar para longe do homem a sua frente vendo Izek machucado começou a chorar, suas lágrimas saíram de seu rosto e cada gota que estava saindo foi misturado com o pouco de sangue que estava saindo de seu nariz e boca, a criatura humanoide andou na direção da garota sem dizer nada e com seu pé a chutou e logo em seguida pisou em cima de sua barriga a fazendo gritar de dor. Izek que ainda estava lutando contra a dor que a flecha havia feito em sua coxa, ver Mikaela naquela situação estava sendo uma tortura, não sabia o que fazer e estava se sentindo um verdadeiro inútil.

— Segura ela Dumo! — disse uma voz feminina

Izek olhou para onde estava vindo a voz e da copa das árvores uma garota desceu com cabelos negros e longos, olhos violetas, baixa estatura e uma cara de quem estava pouco se lixando para a garota que estava abaixo dos pés de Dumo e o rapaz com uma flecha na coxa colocado lá por ela mesma. Ela olhou para os dois e então viu o que estava procurando, estava perto do rapaz, ela andou até ele e pegou do chão a folha que antes Mikaela corria atrás.

— Para alguém inteligente que roubou está folha, você foi bem fácil de capturar — ela disse olhando para Izek — fácil até de mais, o que você queria com isso?

Izek não sabia o que dizer, a garota de cabelos negros o estava olhando fixamente enquanto esperava uma resposta e ela não parecia nada paciência. Izek tentando se acostumar a dor em sua coxa permaneceu calado e com o silêncio do garoto, a garota revirou os olhos de insatisfação.

— Não vai falar, não é? — ela cruzou os braços — Você é quem sabe, Dumo!

Ouvindo a garota dizer seu nome a criatura colocou mais força em sua perna e Mikaela começou a se debater no chão tentando fazer com que Dumo parasse, mas não estava tendo sucesso, estava com a sensação de que iria colocar tudo para fora, não apenas comida e sim até seus órgãos.

— Eu... — Izek tentou dizer algo, mas não estava conseguindo

— O que? — indagou a garota

Mesmo dizendo apenas uma palavra, foi o suficiente para Dumo parar e isso fez Izek, apesar de não muito, ficar aliviado e agora teria que falar alguma coisa ou a garota iria mais uma vez dizer para o homem pisar mais em Mikaela.

— Eu... não roubei isso — finalmente o garoto disse — nós achamos na floresta, tava caído no chão

— Fala sério — ela riu — acha mesmo que vou acreditar nisso? Você é tão estúpido que acha que eu sou idiota? Por que quer isto? FALA DE UMA VEZ!!

— Miri por favor... — uma segunda voz apareceu — não está seguindo o protocolo

Mais uma garota apareceu, descendo das árvores, seu rosto será de alguém muito gentil, sua pele será um pouco escura, seu cabelo cacheado, seus olhos também em uma cor violeta e ela parecia ter estatura mediana, ela parecia ser mais velha também. Izek viu que a moça a sua frente havia parado e ali ele soube que, talvez, ela pudesse ter respeito pela garota que havia surgido.

— Só estou tentando fazer o nosso culpado falar — disse ela — não é isso que uma Valkyrie faz?

— A gente ainda não é uma Valkyrie — disse a outra garota parando na frente de Miri — até virarmos uma Valkyrie, temos que seguir o protocolo e o protocolo diz que temos que levar esse dois para o vilarejo. Como quer ser uma valkyrie se não consegue seguir uma mísera regra? — ela cruzou os braços — Somos importantes Miri, tão importante que temos que nos acostumar a seguir regras, e principalmente os protocolos!

— Linya sua capacidade de seguir regras é impressionante — disse Miri — por acaso só sabe fazer isso?

— Eu sei fazer o que é importante! — ela olhou fixamente para Miri — Como quer fazer parte da quarta linha se não consegue nem seguir um protocolo direito?

— Eu só estou tentando fazer o meu trabalho

— Então faça direito!

— Que seja — Miri revirou os olhos — já que você quer ter mais trabalho, você cuida desses dois

Miri sem esperar a resposta de Linya, sumiu em um piscar de olhos, Linya deu um suspiro e se virou para Izek que estava ao ponto de desmaiar. Ela olhou rapidamente para a garota que ainda estava sendo pisoteada por Dumo e viu que além de Miri ter deixado ela sozinha, ela quase havia matado os suspeitos, sabia que sua superior não iria gostar nada de ver os suspeitos mortos. O rapaz estava quase fechando os olhos e a garota já havia desmaiada e provavelmente já fazia um tempo, a essa altura a única coisa que ela queria era que eles não morressem até o julgamento.

— Dumo tira os pés de cima da menina! — Linya suspirou — vai mata-la se fizer isso, se ela já não morreu, de qualquer forma pega esses dois e vamos voltar pro vilarejo

— Sim... — disse Dumo tirando os pés de cima de Mikaela

— Miri você me paga — disse Linya indo até Izek — não morre agora não, deixa pra morrer depois

Izek não aguentando mais já havia desmaiado, depois disso não soube mais o que aconteceu e a única coisa que se lembrava antes de apagar era que estava sentindo muita dor.

Linya ajudou Dumo a carregar os dois suspeitos e então foram para o seu vilarejo, ambos sem dizer nada e nem se olharem. Como o vilarejo não estava tão longe, não demorou muito para chegarem ao local, quando chegaram perto de duas árvores, Linya estalou os dedos e então algo que parecia uma barreira começou a desaparecer e a sua frente apareceu casas e mais casas, pessoas andando de um lado para o outro, conversas paralelas e crianças brincando correndo para tudo que é lugar. Dumo e Linya passaram pelas duas árvores e no momento que passaram a barreira se levantou novamente e escondeu que ali estava um vilarejo.

Quando todos viram que alguém havia passado pelo portão, todas as crianças curiosos correram na direção da garota fazendo perguntas e mais perguntas, tocando e batendo nas duas pessoas que estarão nos ombros de Dumo. Linya dizia as crianças que não era nada de mais e até fazia piadas de que os dois suspeitos eram apenas animais diferentes e isso só aumentava mais a curiosidade das crianças, as outras pessoas que paravam de andar para olhar cochichavam entre si dizendo que estavam trazendo prisioneiros e alguns até estavam empolgados, pois achavam que iriam ver uma execução no meio do vilarejo. Tirando as pessoas que não paravam de falar em execução, havia outros também que estavam dizendo que Linya estava a pouco de se tornar a Valkyrie mais forte daquele lugar e que a posição da quarta linha de defesa já era sua, Linya que ouvia isso sorria com todos aqueles comentários, pois sabia que todos eles estavam dando votos de confiança a ela.

Dumo e Linya viraram em uma rua e então passaram no que parecia ser uma arena de treinamento, olhando para o lugar a garota de olhos violeta viu várias meninas treinando. Lembrou de seu dias treinando e agradeceu por ter passado da primeira fase e agora só estava esperando para o dia da colheita que iria acontecer no ano que vem, não existia nada que ela estivesse esperando tanto quanto estava esperando por esse dia, antes ela não havia conseguido, mas agora ela estava muito confiante de que naquele ano seria a sua vez de brilhar.

Chegando em um lugar grande que eles chamavam de casa de reuniões que ficará mais ao fundo do vilarejo, Linya e Dumo entraram e a garota disse para a criatura esperar ali, pois iria relatar a situação para a sua superior. A garota subiu as escadas e entrou no lugar deixando para trás Dumo e seus dois suspeitos, ela sem parar de andar passou por alguns corredores até chegar a uma sala com uma mesa ao centro, lá estará várias pessoas conversando e pela suas caras algo muito importante estava sendo discutido ali naquele momento.

— Relatando situação — disse Linya já entrando na sala sem ao menos bater na porta, diferente do que Miri havia dito, a garota tinha seus modos para poder burlar um pouco as regras — vim o mais rápido que pude

— Já falei para bater na porta e se anunciar quando fosse entrar — disse uma mulher de cabelos presos em tranças de no máximo uns 30 a 35 anos de idade, pela sua cara a sua reunião não estava das mais agradáveis — o que você quer?

— Vim relatar que encontramos a folha e capturamos dois suspeitos que estavam com ela — disse a garota — provavelmente Miri já a colocou em seu devido lugar, então o que resta é apenas ver se os suspeitos vão dizer para qual motivo roubaram a folha

— Pela Deusa — disse a mulher — muito bem Linya

— Então encontraram todas as folhas? — disse uma senhora — Todas vão ser mais protegidas, certo?

— Sim — respondeu a mulher — assim como os frutos, todos vão ser mais protegidos

— Sra. Dina ouve pequenos incidentes e os suspeitos acabaram se machucando um pouco, por isso acho melhor tratar seus ferimentos ou eles vão morrer antes mesmo de terem aberto a boca para confessar seus crimes

Linya sabia que se contasse para sua superior que Miri havia quase matado os suspeitos, ela teria problemas e para proteger a amiga achou melhor dizer, caso fosse perguntado, que talvez os suspeitos atacaram sua amiga e ela foi obrigada a revidar. Mesmo Miri sendo um pouco chata e insuportável as vezes, ela será a amiga de infância de Linya e por isso não queria que ela entrasse em problemas.

— Tudo bem então — disse Dina — eu vou falar com a Doadora e vamos ver como vamos lidar com os prisioneiros, pode ir

— Sim senhora

A garota saiu para fora da sala e começou a ir na direção de onde havia deixado Dumo, estava pronta para acabar seus afazeres e ir para casa. Naquele dia nada mais poderia a tirar de seu bom humor, havia terminado suas tarefas mais cedo que o esperado e só queria ir para casa.

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