#4

"Sabe... você apareceu no momento certo."— digo em forma de agradecimento pro rapaz ao meu lado.

"Bem que eu senti que precisava me mudar pra esse edifício."— Ele brinca me fazendo rir, o que eu amava .

Eu e Jay estávamos caminhando pelo condomínio junto com os meninos. Os dois estavam na frente correndo, gritando e etc...

Foi um convite casual, simplesmente vi Jay e chamei o mesmo pra ir andar um pouco.

"Estava percebendo que já tem um mês que você chegou e não nos apresentamos direito.."

"Não?!"— Me encara espantado e solto um leve riso.— "Então vamos lá... Você começa."

"Hm... Olá, me chamo Arthur Laviolette, tenho vinte e oito anos, tenho dois filhos e trabalho como engenheiro civil."— Faz uma cara de pensativo e olha pra mim como se estivesse me avaliando.— "É assim que se apresenta? Não costumo fazer muito disso"

"Acho que sim"— ri— "Minha vez!"

Jay respirou fundo e ainda com seu belo sorriso, começou a falar enquanto encarava o outro brevemente.

"Sou Jay Owen, tenho 24 anos e estou no último ano da faculdade de pedagogia. Meu trabalho de meio período é como auxiliar de classe e... só isso"— Termina rindo. Uma das graças de Jay era isso, tudo ele ria.

"Você ama mesmo crianças né? Nem esperou se formar pra conviver com elas"

"É... Se você ama o que faz, vai querer sempre estar ligado de alguma forma a isso."— Sorri. De novo. O sorriso de Jay era doce, sincero e com um misto de inocência e experiência. Sem meu próprio consentimento, estava admirando aquele jovem e belo rapaz.

Balanço a cabeça pra afastar outros tipos de pensamentos e por fim volto a falar.

"Acho que isso é o básico, certo? Agora vamos nos conhecer com o tempo..."— Digo tentando, de alguma forma, abrir outro tópico.

"Sim... Espero poder conhecer você melhor, me aparenta ser uma boa pessoa."— Me elogia com um olhar sincero e sem jeito sorrio.

"Obrigado."

...----------------...

De uma curta andada pelo condomínio, acabamos saindo porque o Mike queria ir na sorveteria, e como o bom pai que sou, levei ele lá e depois o Mark no parquinho. A parte triste foi que o Jay não ficou até o fim do passeio, ele recebeu uma ligação e voltou pra casa.

Quando estava escurecendo, voltei com os gêmeos e em vez de estarem cansados, estavam mas elétricos que o normal. Talvez o açúcar do sorvete deixou esse efeitos, sei lá, só sei que eu estava esgotado e implorando que eles dormissem logo.

"Mike não pule dos degraus, você pode se machucar!"— Chamo a atenção dele pela milésima vez. Estava repensando se morar em um apartamento com dois andares era boa ideia mesmo.

"Pai eu quero sovete!"— Mark quem pede enquanto pulava.

"Está tarde, amanhã você toma sorvete."

"tô com calor pai!"

"Quem mandou ficar pulando parecendo um canguru? Agora os dois vão tomar banho de novo e sem reclamar!"— Ponho ordem e o arrependimento vem de moto quando coloco os dois no banheiro.

Os dois começaram a brincar de guerra de água com aquelas armas de brinquedo, quando foi que eu comprei isso mesmo?!

Era água pra todo lado, o banheiro que sempre mantenho seco por medo de um deles escorregar, parecia que estava sendo lavado. Quando o shampoo caiu minha alma foi junto, não pelo preço, esse não é o problema, e sim porque uma das minhas encrencas (vulgo meu filho) escorregou e caiu de bunda no chão. Nesse momento meu coração bateu tão rápido que achei que ia parar, mas pra minha sorte ou azar, nem um choro ou se quer um "papai" e do nada sono. Pelo contrário, não satisfeito, Mike levantou e continuou correndo e brincando de escorregar.

"Antes eu tivesse me preocupado com o shampoo.."— Penso e sorrio ao ouvir a gargalhada dos dois que agora vinham correndo em minha direção.

"Podemos ir dormir agora?"— Já desanimado por conta do sono, pergunto mais uma vez e finalmente eles dizem em coro que sim e eu levo os dois enrolados em um roupão, um com estampa de carrinho e o outro de barco.

Coloco o pijama neles e arrumo cada um em sua cama, depois vou pro meu quarto e me deito. Mas estava tudo bom demais pra ser verdade. Escutei um barulho seguido de "shh" e finjo estar dormindo.

Mike e Mark entraram sorrateiramente no meu quarto e se deitaram, tentaram ser os mais silenciosos possíveis, mas meus filhos não nasceram com esse dom.

"Por que os dois estão aqui e não na cama?"— Pergunto sem abrir os olhos e ambos soltam uma gargalhada surpresos. Eu amo a risada deles.

"Vamos domir aqui!"— Mike fala me abraçando e Mark faz o mesmo.

Assim minha noite se encerrou, com meus dois filhos deitados ao meu lado depois de ter me esgotado em apenas algumas horas. Não sei como ainda não me acostumei com isso, eles sempre tiram todas as minhas forças, mas eu amo isso.

Amo ter esse trabalho todos com eles, amo puxar a orelha deles quando aprontam demais, amo como no fim do dia eles vem e me agarram pra dormirem ao meu lado.

Amo absolutamente tudo que é feito pelos meus filhos.

...~...

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Comments

aruna.chan(⁠◍⁠•⁠ᴗ⁠•⁠◍⁠)

aruna.chan(⁠◍⁠•⁠ᴗ⁠•⁠◍⁠)

Aí que fofo eu amo crianças, e ler um livro que basea-se no amor paterno nossa é demais, dá até vontade de ter filhos.

2022-11-13

4

☆☆SENHORA ROSA CANTOS ☆☆

☆☆SENHORA ROSA CANTOS ☆☆

Amor de Pai é isso ,fazer tudo pelos filhos sem nada em troca,é AMOR ETERNO,nunca acaba.

2022-11-10

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