Capítulo 3-Melissa

Hoje meu marido fez as malas e foi embora de casa. Disse que seria algo passageiro e que logo voltaria pra casa junto a mim e a sua filha.

Ele me prometeu que trabalharia em outra cidade,que daria uma vida mais confortável pra nossa família e que retornaria em pouco tempo.

Não sei por que tive um sentimento que ali era o fim do nosso relacionamento,o nosso último beijo e que ele não voltaria pra casa.

Por dias chorei sem alento,mal tinha forças pra cuidar da nossa filha de um ano e dois meses,chorava dia e noite e já não conseguia dormir.

Quando o cansaço me vencia,eu dava uma cochilada,começava a ter sonhos estranhos e acordava com o coração apertado.

Com o passar dos dias a sensação de vazio foi amenizando e fui me acostumando com a distância. Às vezes mandava um bom dia,ele visualizava e não me respondia. Eu achava estranho mas não tinha muito o que fazer.

Depois de dois meses uma vizinha da nossa casa arruma suas coisas e vai embora também. Até nesse momento não tinha ligado uma coisa a outra.

Três dias depois recebi a notícia que me matara por dentro,a vizinha que tinha ido embora tinha um caso com meu marido e havia ido morar com ele. Agora tudo fazia sentido,às vezes que ele brigava comigo sem causa aparente,a sua frieza,às noites que me deixara sozinha em casa e dizia que estava trabalhando,as agressões contra mim e minha filha,as críticas que antes era elogios e por aí vai.

Me senti a pior pessoa do mundo,senti naquele momento que meu mundo estava desmoronando.

Me casei com 16 anos e meu casamento durou pouco mais de 2 anos,até então não tinha um emprego,meus amigos tinham seguido seus sonhos,eu tava com uma bebê nos braços e não sabia como iria prosseguir.

Logo ajuntei as minhas coisas e as coisinhas da minha bebê,fechei minha casa e fui passar uns dias na casa dos meus pais.

Meus pais ficaram arrasados com a notícia,mas mesmo assim me apoiaram incondicionalmente.

Fui até um defensor público e pedi para que entrasse com o divórcio e defendesse meus direitos.

Com o passar dos dias consegui um emprego,eu não sabia o que fazer com a bebê. Eu queria ficar pertinho dela mas tinha que trabalhar. O dinheiro que o s@fado do meu marido deixara estava acabando e com pouco tempo eu não teria nem o dinheiro do leite e das fraldas.

Comecei o meu trabalho como doméstica já que não tinha estudado o suficiente e minha mãe se propôs a cuidar da bebê para mim.

Eu ficava o dia todo no trabalho e mal tinha tempo de pensar. Às vezes nos fins de semana eu parava pra pensar na minha vida e o quão triste era. Nisso eu chorava por horas abraçada a minha bebê,ela era tudo que me restara e o que mais importava na minha vida.

Essa minha rotina durou por longos 6 meses,aí a família que eu trabalhava na casa deles precisaram se mudar e eu perdi o emprego.

Antes de sair a dona da casa indicou para suas amigas meu serviço e assim elas começaram a me chamar para fazer faxina. Nisso eu comecei a trabalhar 2 vezes na semana.

Como estava trabalhando pouco minha mãe me aconselhou a voltar a estudar. Então entrei no supletivo a noite e terminei o Ensino Médio em um ano. Esse tempo na escola me ajudou muito,conquistei amizades,vi que podia sair e ser feliz novamente e que nem todas as pessoas são preconceituosas.

Nesse período o meu divórcio saiu e o juíz definiu uma pensão para minha filha e que tínhamos o direito de ficar na casa já que meu ex havia ido embora e nos abandonado. Essa pensão dava para pagar o supermercado,a água e a luz. O restante eu trabalhava nas faxinas para conseguir.

Todos os meses o pai da minha filha ligava me xingando por causa da pensão,mas eu nunca deixei de pegar,isso era um direito dela e eu não ia abrir mão.

No ano seguinte comecei uma faculdade online,com muito esforços meus pais pagavam pra mim. Meu pai trabalhava o dia todo numa empresa de construção civil enquanto minha mãe trabalhava como babá olhando crianças do bairro para as mães trabalharem,inclusive a minha filha.

Com muito esforço consegui concluir minha faculdade de administração e comecei a trabalhar em um escritório no centro da cidade.

Minha filha já estava com cinco anos e estava linda! Eu já estava com meus vinte e dois e até então não quis me envolver com ninguém. Às vezes a paz e sossego vale mais do que ter alguém do lado.

"Uma decepção e algumas lágrimas são as maiores incentivadoras para correr atrás do sucesso."

Olá, tudo bem? Vocês acham que Melissa merece recomeçar a vida com outra pessoa?

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Comments

edvalda araujo🌺🐬

edvalda araujo🌺🐬

simmmmm.

2023-09-25

0

MARIA DE LOURDES SILVA

MARIA DE LOURDES SILVA

COM CERTEZA, ELA MERECE SER FELIZ

2023-03-07

0

Eliz Soares

Eliz Soares

sim

2022-07-02

3

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