Capítulo 4 - Coincidência?

Eu não pude acreditar, enquanto os dois conversavam fiquei tentando entender.

Que coincidência que o menino do avião que esbarrou em mim era amigo do namorado da Gabi.

O Bruno nos apresentou

Bruno: Clarice esse é o Vitor Lucchese, meu melhor amigo e futuramente novo Quarterback da escola.

Bruno diz isso falando um tapa nas costas de Vitor.

Vitor que estava pegando uma batata que restou no prato do Bruno olha para mim, joga a batata no prato e levanta.

Gabriela: Mas o que deu nesse menino? Que sem educação.

Bruno: ah não liga não, ele deve ter brigado com o pai dele de novo.

Nós levantamos da mesa e vamos para a sala de aula assistir a última aula. Percebo que a Gabi e eu somos da mesma sala. Que sorte. Sentamos juntas e finalizamos o dia.

Indo embora fiquei com aquela cena na cabeça, porque aquele menino, o tal de Vitor saiu daquele jeito? Será que ele lembrou do avião? Mas aquilo não seria motivo suficiente para ser tão mal educado.

Quando chego perto da minha moto percebo que tem um menino apoiado nela conversando em uma roda de outros meninos.

Clarice: É, dá licença por favor?

Menino falando com os amigos: Eu disse que era só ficar encostado nessa moto que logo uma gatinha vinha.

Os meninos todos assobiando, fazendo graça.

Clarice: é, realmente. É sua? Cadê a chave pra gente dar uma volta?

Os meninos se olham

Menino que está encostado na moto fica sem graça e sem saber o que responder

Clarice: É claro que você não tem a chave, porque essa moto é minha.

* Balanço as chaves *

Clarice: Agora me dá licença, desapega da moto que eu preciso ir.

Ele se afasta e eu subo, saio pilotando.

Chegando em um farol vejo que tem uma sorveteria na esquina, e fico com vontade de um milkshake. Estaciono a moto e vou até a lanchonete. Sento em uma mesa e enquanto espero alguém vir me atender fico mexendo no celular, até perceber que alguém senta na cadeira da mesa em que estou. Levanto os olhos e fico encarando o menino.

Clarice: Inacreditável

Vitor: Desculpa sair daquele jeito. Estava sem tempo. Posso pagar um milkshake para me desculpar?

Clarice: Acha que falta de educação se desculpa com um milkshake?

Vejo que Vitor fica sem graça e vai até o balcão pedir já que está demorando alguém vir à mesa. Ele volta com um de chocolate e um de morango, me entregando o de morango.

Clarice: porque acha que eu gosto de morango?

Vitor: eu errei?

Ele pergunta e fica me observando, parece que o jeito que ele olha faz ele conseguir saber todos os meus pensamentos, vontades.

Clarice: não, eu gosto de morango.

Ficamos ali tomando milkshake sem conversar muita coisa, ele pergunta sobre o Brasil, sobre minha família, mas quando pergunto da família dele ele disfarça. A única coisa que consegui saber é que ele só tem o pai. Moram somente os dois.

Terminamos o milkshake e eu me levanto para pagar, mas o atendente informa que já foi pago.

Vitor: posso te acompanhar até sua casa? Meu carro está aqui na frente e..

Nesse momento ouço um homem chamando ele

Homem: Don Lucchese, precisamos ir.

Vitor olha para mim

Clarice: Tudo bem, eu estou de moto

* Balanço as chaves *

Vitor sorri e entra no carro

Subo na moto e sigo para casa, ao chegar em casa meus pais ainda não chegaram do trabalho, faço um lanche e subo para o quarto.

O meu celular toca mas é um número privado. Atendi mas ninguém falou nada. Aconteceram várias vezes essa ligação muda, estava ficando irritada já.

Coloquei o celular em modo avião e liguei apenas o wi-fi.

Fiquei conversando com a Gabi e contei sobre a coincidência na lanchonete, que até achei o mal educado do Vitor bonitinho. Achei estranha a mensagem que ela mandou, me perguntou... Foram coisas como:

" Ele te falou do pai dele?"

"Te contou do ramo da família?"

"Tinha um cara com ele, tipo um segurança?"

"Você percebeu o anel que ele usa?"

Quando perguntei o porque dessa perguntas, se tinha algo que eu precisava saber ela me disse

"Ah amiga a gente não fala disso na escola, é meio que proibido... Eu só sei porque o Bruno me contou. Se você precisar saber acho melhor perguntar para ele."

Dei boa noite para Gabi e disse que ia dormir. Mas fiquei com aquilo na cabeça. Comecei a pesquisar o sobrenome Lucchese na internet, mas apareciam apenas notícias. Nada demais. Achei uma matéria interessante, mas falava mais sobre poder, sobre serem muito ricos e como a família é antiga na Itália. Nada demais.

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