Quando estava pegando no sono meu pai bate na porta e entra no meu quarto.
Pai: Você pode descer um pouco? Eu e sua mãe queremos mostrar uma coisa para você.
Coloco minha pantufa e desço para a sala. Minha mãe parece eufórica, meu pai e ela saem para o quintal e eu vejo uma moto, uma moto linda, a que eu sempre falei que queria e nunca pareceu que conseguiria ter uma. Uma Ninja 1000 SX.
Clarice: Mas como? Espera, é minha?
Pai: Claro, sabe que eu não gosto de motos e sua mãe nem bicicleta sabe pilotar.
Clarice: Meu Deus! Não acredito! Obrigada.
*Corro para abraçar os dois e agradecer*
Clarice: Mas ainda não tenho dezoito anos, só faço em seis meses.
Mãe: Aqui pode tirar a carta com dezessete. Você faz as aulas de final de semana.
Pai: Mas prometa sempre tomar cuidado. E amanhã você já pode ir para a escola com ela, consegui uma autorização na auto escola.
Eu fico tão empolgada que esqueci que amanhã começaria na nova escola.
No outro dia acordo cedo para tomar café e já desço arrumada. Tomo meu café e coloco o endereço no GPS, sigo com minha moto para a tortura de uma nova escola, no meio do ano, sem conhecer ninguém. Que maravilha.
Começam as aulas, e as matérias são todas dadas em italiano, somente com a excessão da matéria extra curricular que é de inglês e espanhol. Minha sorte é que desde pequena fui colocada em cursos e sou fluente em quatro línguas fora o português. Minha mãe diz que sou poliglota, mas não gosto de dizer isso porque parece arrogante, não sei porque.
No primeiro dia não falei com ninguém, e se seguiu uma semana assim, até que o professor de espanhol pediu um trabalho em dupla.
Clarice: Socorro, me ferrei.
Lukas: E aí baixinha, quer ser minha dupla?
Eu olho para ele e me lembro, era o menino que me ajudou a encontrar a diretoria o dia em que vim conhecer a escola.
Clarice: Ah, Claro.
* Ele senta ao meu lado e vejo algumas meninas olhando para a gente*
Lukas: Mas e aí, você sabe alguma coisa de espanhol ou eu vou ter que fazer o trabalho sozinho e te dar a nota de presente? *Ele sorri e eu percebo que seus olhos são claros, o que me parece um verde*
Clarice: Eu sei um pouquinho de espanhol.
Lukas: Já dá para o gasto. Vamos começar.
Começamos o trabalho e sempre que eu olhava para o lado percebia umas meninas nos olhando.
Clarice: ei, você tem namorada ou essas aí são suas admiradoras?
Lukas olha para elas e começa a dar risada
Lukas: Não, não tenho namorada. Elas são assim porque são líderes de torcida, e eu sou o Quarterback. Não sei porque elas ficam em cima.
Clarice: achei que por aqui ser uma escola na Itália vocês jogavam futebol normal, como no Brasil.
Lukas: Tem também, mas o diretor aqui tem uma cisma com os Estados Unidos e o maior campeonato é o de futebol americano.
Lukas volta a olhar para o nosso trabalho e eu o acompanho.
Ao terminar entregamos o trabalho aí professor nos libera. Quando saímos da sala Lukas se despede e sai andando em direção ao refeitório. Decido ir ao banheiro antes de ir para o refeitório, quando entro percebo que duas meninas entram em seguida, sinto um empurrão e quando me viro vejo que são as "líderes de torcida".
Elas se apresentam: Micaela, uma loira magra, e mais alta que a outra que a acompanha.
Julia, é morena e é mais baixinha, vive mascando chiclete na aula.
Clarice: ah, e posso saber porque eu fui empurrada?
* Dei um passo para frente e as duas deram um passo para trás *
Micaela: Só vim te avisar para você se colocar em seu lugar, você não pertence a este mundo, e fique longe do lukas.
Julia não falou nada, percebi que ela ficou só olhando
Clarice: Oh garota, você está achando que está em uma novela onde você é a rainha da escola e eu sou a nerd que você vai encurralar na parede? Pois vou te avisando que comigo não funciona assim. Agora larga do meu pé antes que eu arranque essa sua cara fora.
As duas me olharam assustadas
Micaela: Mas é muito classe baixa, só vim aqui te dar um aviso. E eu falo uma vez só.
As duas se viraram e saíram do banheiro.
Quando me virei vi uma menina me olhando.
Menina desconhecida: Nossa, mandou ver com a cara da nojenta. Meu nome é Gabriela mas pode me chamar de Gabi.
Clarice: Oi, eu sou a Clarice. Que meninas malucas a dessa escola.
Gabriela: Você é nova aqui né? Veio de qual escola?
Clarice: Eu vim do Brasil. Era de uma escola pública de lá.
Gabriela: Nossa! Que legal, você fala muito bem Italiano. Vamos, você vai almoçar comigo e meu namorado.
Gabi sai me puxando sem esperar que eu responda ou que me deixe ir no banheiro.
Chegando no refeitório sentamos em uma mesa onde está o namorado dela, ele se apresenta e chama Bruno, um menino bem legal pelo que parece.
Clarice: vamos lá pegar a comida? Eu estou morrendo de fome.
Gabriela: pegar? Não. Aqui a gente faz o pedido na mesa e o funcionário traz.
Fiquei olhando eles pedirem por um tablet que ficava na mesa, e pelo que me explicaram cada aluno colocava seu código e esse valor da comida está acrescentado ao pagamento mensal de cada aluno.
Eles me explicaram tudo sobre a escola, os dias de jogos. E fiquei sabendo que o Bruno também jogava no time de futebol.
Foi quando terminamos de almoçar que eu vi o Bruno falando com alguém que estava atrás de mim
Bruno: você perdeu o almoço
Quando ia me virar para ver quem era o menino sentou na cadeira que estava na nossa mesa.
Eu não pude acreditar, enquanto os dois conversavam fiquei tentando entender.
Não, não é possível...
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Atualizado até capítulo 43
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