A Força Do Destino Volume I

A Força Do Destino Volume I

A preocupação de Daiane

Se o professor falou alguma coisa importante na aula de hoje eu não sei, não que eu estivesse dormindo na sala de aula, não é de meu feitio, advocacia é tudo pra me. Mas está bem difícil manter as mensalidades em dia nos últimos meses, os negócios não estão indo bem.

E eu me pego pensando em meus pais que faleceram em um acidente de carro, se eles estivessem vivos tudo era diferente agora, lembro como eles estavam felizes em fazer aquela viagem de turismo, e com eles estavam os pais da Marta, minha melhor amiga.

Desde que nossos pais faleceram nós duas só tivemos uma a outra, irmãs pra vida toda, fomos morar juntas e abrimos uma loja de

perfumaria, mas as coisas não estavam indo bem.

Tínhamos muitas dívidas, fornecimento pra pagar, e pra investir em outros produtos, e

assim até a loja dar lucros precisaríamos de dinheiro, era o que nós não tínhamos no momento, além dessas dívidas também tinha a faculdade que é um custo alto.

Por esse motivo pensei em trancar a faculdade até as coisas melhorarem, mas a minha amiga não deixa, se eu não arrumar um jeito de ganhar dinheiro, eu terei que trancar a faculdade, mesmo faltando um ano pra me formar em direito.

Termino a minha prova final e a entrego ao professor, vou até a cantina como um lanche rápido, não estou muito afim de almoçar quando chegar em casa. Algumas amigas vieram até mim, e nós ficamos um tempo conversando sobre como foi difícil a prova, mas o melhor de tudo eram as férias que iam começar.

Depois de alguns minutos colocando o papo em dia eu resolvo ir embora, fiquei triste na despedida, elas teriam férias pra aproveitar, já

eu terei que trabalhar o dobro pra conseguir colocar as mensalidades em dia, ou eu não poderei mais terminar meus estudos, me despeço delas e peguei minhas coisas pra ir embora.

Embora o dia estivesse lindo, pra mim estava nebulosa, desço os degraus da faculdade e quando cheguei no último degrau, avistei

alguém que eu não via a muito tempo, me apresso pra chegar até ele, ele para e eu o alcanço.

- Não acredito, não pode ser, é você mesmo Paulo? - pergunto surpresa

por nos reencontrar depois de três anos.

- Daiane é você mesma? - pergunta ele vindo em minha direção e me abraçando.

- Nossa que surpresa te encontrar aqui.

- Eu que diga, nossa você não mudou nada. - falei olhando seu rosto.

- Você mudou! - disse rindo.

- Você acha?

- Acho! Está mais linda do que nunca, se é possível ficar mais linda. - disse passando a mão direita no meu rosto.

No passado o Paulo era afim de mim, eu até tinha uma quedinha por ele, tínhamos tudo pra dar certo, mas ele nunca teve coragem suficiente de se declarar. Tanto eu como nossos amigos sabíamos do interesse

dele por mim, mas como não teve coragem suficiente para se declarar, eu segui em frente, conheci outra pessoa.

- O quê você faz aqui? - pergunto um pouco envergonhada com a maneira dele me olhar.

- Trabalho aqui por perto, eu estava almoçando, e você o quê faz por aqui? - ele pergunta colocando as mãos nos bolsos da calça.

- Eu estudo nessa faculdade, vim fazer a prova final do semestre, quando estava indo embora o vi passando.

- O que vai fazer agora?

- Além de ir pra casa? Nada.

- Tem um minuto pra tomar um sorvete comigo? Podemos colocar o papo em dia.

- Mesmo se eu não tivesse um minuto, eu arrumava um pra você. - falei dando um soco de leve no ombro dele.

- Então vamos lá. - disse erguendo a mão em nossa frente, pra que eu fosse na frente dele.

Chegamos na pracinha central, ele me acompanha até um banco grande e vazio, me sento e ele vai até o vendedor de sorvete, eu o observo se afastar, e ficou admirando de onde estou sentada.

Paulo mudou bastante nesses últimos três anos, o cabelo está mais loiro com mechas, e parece que está malhando, estar mais musculoso, definitivamente mais bonito do que nunca. Quando ele pega nossos sorvetes eu mudo meu olhar para outro lugar, não quero que me veja babando por ele, depois de tanto tempo. Começamos a comer e falar da nossa infância, ele me olha antes, então mudei de assunto, comecei a fazer perguntas.

- Desde quando está na cidade? - pergunto dando uma lambida no sorvete, ele olha atentamente e rir.

- Você parece uma garotinha tomando sorvete. - disse ele, colocando a colher no sorvete dele. - Estou na cidade à dois anos, não sei como já não nos encontramos antes.

- Verdade! Mas me fala, está trabalhando?

- Sim! Sou agenciador em uma agência turística para estrangeiros.

- Então você se deu bem.

- Sim. Mas não era exatamente o que eu esperava, por outro lado era um bom emprego, ganhava muito bem e era um trabalho honesto. Enfim, aceitei o trabalho e as coisas melhoraram bastante.

- Que bom. E como é seu trabalho na agência ?

- Não sei nem como explicar pra você.

- Tente, sou todo ouvido.

- Essa agência é diferente das outras, trabalhamos para agradar pessoas poderosas que vem ao Brasil, nosso país recebe muitos

estrangeiros durante o ano todo, alguns vem passar férias , outros vem só aproveitar as belezas do país. É claro que a maioria deles quando vem, querem companhia e pagam muito bem pelo serviço prestado.

- Você trabalha com prostituição ? - pergunto espantada com a resposta que terei.

- Não. Não é uma agência de prostituição, até mesmo por que não obrigamos ninguém a fazer programa. Elas são acompanhantes, elas pagam muito bem pra ter companhia de uma mulher enquanto estão aqui no país.

- Como você consegue encontrar mulheres para esses homens ?

- Temos uma página nas redes sociais, às vezes ofereço oportunidade a outras mulheres, que estão na rua vendendo seu corpo por pouca coisa. Na maioria das vezes elas nos procuram para oferecer trabalho.

- Devem ganhar um pouco mais, ou talvez seja mais vantajoso ganhar pelo trabalho com os turistas.

- Na verdade, sim. Eles pagam a agência por conseguir uma acompanhante, e pagam a dama de companhia pelo trabalho fornecido,

uma das garotas passou um fim de semana com um americano, ele pagou cinco mil a ela, e desde então ela trabalha conosco.

- Isso tudo por um fim de semana? - fiquei espantada, se a cada fim de semana sair com um cara e ganhar tudo isso, duvido que ela queira trabalhar em outro lugar.

- Quanto mais tempo eles querem com elas, mais eles pagam, e envolve burocracia, não é só mandar uma delas ficar com os caras.

- Como assim, Paulo? - pergunto sem entender o que ele quis dizer.

- É feito um cadastro das meninas, todas maiores de idade, ela é quem decide se está à disposição ou não. Ninguém é obrigado a pegar o trabalho. E tem que assinar um contrato de confidencialidade, tanto elas

como nossos clientes, depois do fim do contrato cada um segue seu caminho.

- Entendi. Como se nunca tivessem se conhecido antes, segurança e descrição para ambos.

- Exatamente isso. Como eles pagam muito bem, a agência vive cheio de garotas querendo trabalhar, infelizmente muitas delas não posso dar o trabalho, não damos emprego a menores de idade, é uma condição indiscutível.

- Fico feliz de ouvir isso.

- Mais me fale um pouco de vocês, o quê vocês têm feito nestes últimos anos? E como estão ?

- Não tão bem como gostaríamos. - disse limpando minhas mãos, depois de terminar meu sorvete.

- O quê aconteceu? Está precisando de dinheiro?

- Estou precisando de um milagre, mas não quero falar sobre isso.

- Se está com problemas eu quero saber, por favor confie em mim, me falar o que está acontecendo.

- Já que insiste. Minha vida está um verdadeiro caótico, a Marta e eu abrimos uma loja, estava indo bem, mas o que as pessoas procuram não é o que vendemos. Os negócios vão de mal a pior, é a quarta vez

que tentamos fazer empréstimo e é negado. Ainda não falei pra ela, as mensalidades da faculdade estão atrasadas, se até o mês que vem não pagar todas as mensalidades, não poderei frequentar as aulas, advocacia é tudo pra mim, as coisas começaram a ficar difíceis e eu pensei em desistir da faculdade.

- E o quê Marta acha disso tudo?

- Ela não concorda, disse que tenho que terminar os estudos, só falta um ano pra terminar. Mas ela não sabe que o dinheiro não é suficiente para pagar as mensalidades, pensei que conseguindo o empréstimo para renovar a loja, seria de grande ajuda, eu poderia pagar as mensalidades e dizer pra ela o que está acontecendo.

- Eu posso ajudar vocês duas.

- Não. Claro que não, é muito dinheiro, jamais aceitaria isso. Mas agradeço a intenção.

- Eu tenho dinheiro, e posso ajudar sem nenhum problema.

- Já falei que não. Vou dar um jeito, não se preocupe, estou feliz só de te reencontrar.

- Eu mais ainda, pensei que nunca mais voltaria a te ver. - disse apertando meu queixo.

- Mim responda mais uma coisa.

- Pergunte.

- Como as garotas são escolhidas? É você que escolhe ou eles conhece elas e depois escolhe uma? - nunca pensei em ficar tão interessada num assunto como esse.

- É o cliente que escolhe! As garotas preenchem um formulário pessoal, e depois fazem algumas fotos com saídas de banho, vejo quem está disponível para o trabalho e envio os arquivos, quando o cliente escolhe uma das meninas, entram em contato e pede pra entrar em contato com elas, já deixando o preço acertado para elas.

- Entendi. Então você tem muitos clientes?

- O suficiente. Semana que vem tem um cliente chegando, já estou arrumando os arquivos para enviar hoje a noite, ele precisa de uma garota livre por duas semanas.

- Por quê tanto tempo? - admito que estou mais do que curiosa.

- Ele pretende ter um pouco de descanso no resort, antes da inauguração da loja shopping, que será inaugurada dentro de três meses.

- Aquela enorme loja é dele?

- Sim!

- Paulo, você sabe como é difícil conseguir trabalho nessa cidade, e não vou mentir, a nossa situação é bem mais complicada do que possa imaginar.

- E eu já te falei que posso te ajudar.

- Sim, você pode! Mas não como deseja.

- Como assim?

- Preciso que me dê um emprego.

- Mas seu ganho será pouco, e na agência não precisa de empregados no momento.

- Não falei que seria na agência, quero trabalhar como acompanhante.

- Você ficou maluca? Pergunta ele gritando comigo. -Isso não é emprego pra você, jamais daria um emprego desse nível a você.

- Você disse que paga bem, só até pagar as mensalidades da faculdade e colocar umas contas em dias, depois disso caio fora.

- Não. - disse ele já se levantando do banco. - Você ficou maluca? Jamais daria um tipo de emprego como esse pra você.

- Eu sei disso. - me levanto e vou até ele, colocou a mão em seu rosto para acalmá-lo. - Eu conheço você e seu caráter, esse é o jeito mais rápido de resolver esse problema. E você mesmo disse que há uma confidencialidade, ninguém precisa saber disso.

- Mas eu vou saber, e não vou deixar você fazer isso, ainda mais por dinheiro.

- Vamos olhar essa situação de um jeito diferente.

- E por acaso existe um jeito diferente, para vê essa loucura que você quer fazer? definitivamente ele estava muito bravo comigo.

- Digamos que eu preciso me divertir um pouco, e ainda vou ganhar uma grana pra pagar as minhas contas.

- Vamos fazer uma suposição. Digamos que eu aceitasse seu pedido, e enviasse seu formulário para esse cliente que está de chegada semana que vem, e ele te escolhe, como você explicaria a Marta, e a seu

namorado as duas semanas fora de casa, sem poder dizer onde está? - pergunta arqueando uma das sobrancelhas.

- Simples. A Marta eu terei que dizer a verdade, não tem jeito mesmo e ela é discreta, pode confiar, e a parte do namorado? Não sei se esse traste está vivo, e nem quero saber, terminamos faz um bom tempo. - digo tirando a mão do rosto dele e cruzando os braços atrás de mim.

- Então você está livre? - pergunta sorrindo pra mim. - Quem sabe agora as coisas se desenrolam entre nós.

- Não mude de assunto Paulo. - Na verdade era eu que queria mudar de assunto. - Por favor, me ajude, me deixa fazer isso? É minha vontade, eu jamais na minha vida te pediria uma coisa dessa, você me conhece bem

.

- Mim ajude com isso, só até pagar as mensalidades e depois disso não lhe peço mais nada desse tipo.

- Eu não. Não sei se consigo permitir que outros homens toquem você, ainda mais agora que te encontrei depois de três anos, você sabe o que sinto por você, tente entender o meu lado.

- Eu sei. E entendo sim, mas preciso fazer algo que me ajude financeiramente .

Jamais aceitarei dinheiro de quem quer que seja, prefiro ganhar do meu jeito. Ele me olha sério e estende sua mão no meu rosto, acariciou de leve com as pontas dos dedos, seu rosto contorceu enquanto ele luta com

seu conflito interno. Eu poderia pedir qualquer coisa pra ele, mas aquilo foi demais, e ele não quer dar o braço a torcer. Olho suplicando pra ele, envolvo meus braços em volta do pescoço dele, e mais uma vez suplico.

- Por favor... Por favor Paulo me diga que sim.

- Para. Não faz isso, você me quebra tudo sabia?

- Por favor. - digo beijando sua bochecha várias vezes, ele me aperta em seus braços e rir.

- Me prometa que assim que pagar as mensalidades você para.

- Eu dou minha palavra. Você pode pegar o que precisar e botar fogo. - digo sorrindo pra ele.

- Tudo bem. Mas conte pra Marta, e outra coisa, não sou eu que escolhe é o cliente, se fosse eu com certeza escolheria você.

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Comments

Anjinha 😇

Anjinha 😇

não se preocupe Daiane, eu fico com o Paulo 😂😂 tô viciada nessa história é a segunda vez que estou lendo.

2022-10-18

1

encrenqueira 🖕👌😎

encrenqueira 🖕👌😎

algum gringo solteiro aí para pagar minhas dívidas tô cheia

2022-05-30

0

encrenqueira 🖕👌😎

encrenqueira 🖕👌😎

rapaz a bixa não é fraca não viu ela queria mesmo era pegar o gringo tá certo aproveita enquanto tá solteira

2022-05-30

4

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