Ao chegarmos na balada, dançamos todos juntos no meio da multidão. Notei que o primo Gustavo não parava de me olhar. O Rique se aproximou de mim, me segurou pela cintura e me levou para longe dos outros. Depois, ele sussurrou no meu ouvido:
— Você tá um pedaço de pecado, vestida nessa roupa.
Sorri para ele, que continuou dançando comigo. Rique me abraçou e começou a dar beijinhos no meu pescoço.
— Aí, Rique! Você tá me causando cócegas! — falei, rindo.
— Eu tô louco pra beijar essa sua boca, Luana. Vamo fechar? — disse, encarando meus lábios, enquanto lambia os seus.
— Hoje, eu só quero ficar na minha. — falei, desviando o olhar do seu.
— Eu fiz algo errado? — perguntou, segurando levemente o meu rosto.
— Não é nada com você, fica tranquilo. — respondi, encarando-o.
Rique me olhou chateado, mas respeitou a minha vontade. Mesmo assim, continuou dançando comigo. De onde estávamos, observei uma mulher se aproximando do Gustavo. Fiquei observando os dois conversarem, bem perto um do outro, até que seguiram para o bar. Eles pediram uma bebida e continuaram a conversar.
Gustavo
Na balada, eu não tirava os olhos da Luana. Ela estava muito gata, mas fiquei retraído. Parecia que ela não queria se envolver comigo, talvez por sermos primos. De repente, vi o “zé ruela” se aproximando dela e dizendo algo ao seu ouvido, e ela sorriu. Ele a abraçou e beijou seu pescoço. Senti uma pontada de ciúmes e uma mão no meu ombro. Me virei.
— Oi, Samantha. — falei, cumprimentando-a com um beijo no rosto.
— Quanto tempo, hein? — disse ela, com um sorriso largo.
— Bota tempo nisso! — respondi, com um tom nostálgico.
— Quando você chegou? — ela inclinou a cabeça, curiosa, enquanto brincava com uma mecha do cabelo.
— Cheguei hoje. — falei, tentando esconder a animação na minha voz.
— Festeiro como sempre, né? — ela brincou, dando uma leve cutucada no meu lado.
— Menos! — ri, fazendo uma expressão de deboche. — Tô tentando ser mais responsável.
— Ah, sim, claro! Responsável como sempre! — ela fez uma cara cínica, mas não conseguiu conter o riso. — E tá solteiro?
— Tô. — respondi, dando de ombros. — E você?
— Me casei no ano passado! — ela disse, com uma expressão de felicidade que não consegui ignorar. — Hoje estou aqui aproveitando a "noite das meninas".
— Uau, sério? — a surpresa transpareceu na minha voz. — Sempre achei que você não fosse se apegar a ninguém!
— Pois é, eu também! — ela respondeu, rindo. — Mas às vezes a vida nos surpreende, né?
— Posso te pagar uma bebida? — ofereci, com um sorriso.
— Eu vou adorar! — ela respondeu, com um brilho nos olhos.
— Vamos ao bar, então! — disse, gesticulando para que a gente se dirigisse ao local.
Samantha era uma ex-peguete da minha fase de curtição. Fiquei surpreso ao saber que ela havia casado. Nunca achei que Samantha fosse se apegar a alguém.
Conversávamos animadamente quando vi minha irmã saindo e deixando o Ramon sozinho. Logo, uma menina se aproximou dele. Tinha coisa errada ali. Pouco depois, minha irmã voltou e agarrou a garota pelos cabelos. Corri até elas.
— Que caralho tá acontecendo? — falei, afastando Giulia.
A menina saiu rápido, parecendo assustada.
— Como você gosta de confusão, Giulia! Vamos embora. — Ramon, irritado, segurou seu braço.
— Me solta!
— Solta ela. — falei, encarando Ramon.
Luana e o “zé ruela” se aproximaram.
— O que aconteceu? — Luana perguntou.
— Pergunta pra esse cachorro do Ramon! — Giulia respondeu, com os olhos marejados.
— Eu não fiz nada. — Ramon disse, com cara de santo.
— Chega por hoje. Vamos embora. — falei sério.
Fizemos o caminho de volta em silêncio. Luana foi a primeira a descer. Ela estava sentada na porta do lado direito, ao meu lado, enquanto o “zé ruela” estava na outra porta. Quando fizemos a primeira parada, o Zé Ruela tentou sair junto para acompanhar a Luana, mas fui mais rápido, sem hesitar.
— Eu te acompanho. — disse, antes que ele pudesse abrir a boca, sentindo um impulso de proteger aquele momento.
— Não precisa, Gu. — Luana falou, lançando um olhar para o "Zé Ruela" que parecia misturar desconforto e reprovação.
— Dá para vocês andarem logo? Quero ir pra casa! — Giulia resmungou impaciente.
Acompanhei a Luana até a porta da sua casa, que estava distante de onde o Ramon havia estacionado o carro, o caminho iluminado apenas pela luz da lua.
— Valeu por ter me acompanhado. — ela disse, com um sorriso gentil que me deixou um pouco mais relaxado.
— Não foi nada. — sorri de volta, tentando esconder a mistura de nervosismo e empolgação que sentia.
— Então, boa noite. — segurei a sua mão por um momento, sentindo a maciez dela, e fiquei olhando para ela em silêncio, perdido nos seus olhos.
Eu me aproximei do seu rosto, sentindo a adrenalina subir a cada centímetro que diminuía entre nós. O coração parecia querer sair pela boca, batendo forte, quase como um tambor, ensaiando uma canção que só eu conseguia ouvir. E quando eu estava com os lábios tão próximos aos dela que poderia sentir a respiração quente dela, ela virou o rosto. O meu beijo, que era para ser suave e romântico, acabou se perdendo na sua bochecha. Adecepção me atingiu como uma onda, puxando-me para um mar de inseguranças.
— Boa noite! — ela disse, um sorriso brotando em seu rosto.
Eu forcei um sorriso, tentando disfarçar o que sentia. Mas a verdade era que eu estava confuso e um pouco magoado. Não sabia se tinha feito algo errado ou se simplesmente ela não estava pronta para aquilo.
Luana abriu a porta da sua casa e entrou, o som da porta se fechando soando como um eco na minha mente. Voltei para o carro, ainda um pouco atordoado com o que acabara de acontecer, e seguimos o caminho de volta. Alguns minutos depois, Ramon parou o carro em frente à minha casa, e o motor roncou suavemente até que ele desligasse.
— Valeu pela carona. — falei, saindo do carro e sentindo a brisa fresca da noite no meu rosto.
— É nós. — Ramon respondeu, acenando com a cabeça, sua expressão descontraída.
— Você não vem, Giulia? — perguntei, olhando para a minha irmã, e observei o Ramon dizer algo para ela, que não consegui ouvir devido ao ruído da porta se fechando.
— Vou dormir na casa do Ramon. — Giulia disse tranquila, como se fosse a coisa mais normal do mundo.
Olhei para ela sem acreditar no que estava ouvindo, mas deixei para lá. Ela que sabe o que faz.
Entrei em casa, e as luzes estavam todas apagadas, o que deixou o ambiente ainda mais silencioso. Acendi a lanterna do meu celular e fui em direção ao meu quarto, o cheiro familiar do lar me acalmou. Deitei na minha cama, ainda pensando na Luana e no beijo que quase aconteceu, e logo apaguei.
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Atualizado até capítulo 50
Comments
edvania
é muita fofura
2023-02-17
1
Maria Machado
Ah meu Deus ! Eu não consigo parar de ler
2022-03-17
3