Luana
Sozinha no meu quarto, separava algumas roupas para doar e outras para a mala. Esse fim de semana, eu, minha família, amigos e os pais dos meus amigos vamos para a praia. Mal consigo conter a ansiedade; faltam dias para a viagem e já estou arrumando tudo. Será que sou ansiosa demais? Meu celular tocou. Era a Giulia.
Ligação on
— Oi, prima! — atendi, com o sorriso meio bobo no rosto.
— Oi, Lu! Você adivinha quem chega hoje de viagem? — a voz dela estava carregada de entusiasmo.
— Quem?
— Meu queridíssimo irmão, Gustavo! — disse com um tom meio provocativo, como se quisesse dar um toque de mistério.
— Nossa, que legal! Faz séculos que não vejo o Gustavo.
— Pois é! Eu e a mamãe vamos buscá-lo no aeroporto às duas. Quer ir junto? Vai ser divertido! — senti que ela estava tramando algo.
— Ah, Giulia, eu queria muito, mas nesse horário eu preciso ajudar minha mãe na loja. Sabes como é...
— Para com isso, Lu! Para de ser chata! — riu com a voz arrastada, como quem queria me convencer com charme.
— “Chata” não, querida. Responsável, isso sim! — ri em resposta.
— Responsável, é? Pois acho que até sua mãe iria querer que você fosse. Te vejo lá, viu? Passo na loja antes das duas. Beijo! — disse antes que eu pudesse responder, desligando rapidamente.
Ligação off
Soltei uma risada e balancei a cabeça.
Após arrumar as roupas, fui até a loja da minha mãe, que ficava logo na esquina. Ao entrar, senti o familiar cheiro de tecidos novos e perfumes suaves que ela sempre usava para perfumar o ambiente.
— Oi, mamãe! — disse animada, aproximando-me para lhe dar um beijo na bochecha.
Ela sorriu, mas não tirou os olhos da blusa que estava organizando na arara, concentrada.
— Oi, filha! — respondeu, ainda ajeitando as roupas com cuidado.
— E o movimento hoje, como está? — perguntei, dando uma olhada nas araras bem organizadas e coloridas que enchiam a loja.
— Por enquanto está tranquilo, mas logo vai encher, como sempre. — ela deu de ombros, com um sorriso animado no rosto.
— E adivinha só quem chega hoje de viagem? — perguntei, mal conseguindo segurar a empolgação, enquanto esperava a reação surpresa dela.
— Quem? — ela perguntou, me olhando curiosa.
— O primo Gustavo! — anunciei com entusiasmo.
Ela parou, me encarando com uma expressão surpresa e divertida.
— Mentira! Sua tia não me disse nada! — exclamou, rindo de leve, com aquele tom de mãe que acha graça das surpresas da vida.
— Giulia acabou de me ligar. Parece que vão buscá-lo no aeroporto às duas da tarde.
Ela me olhou de novo, levantando uma sobrancelha.
— E por que você não vai junto com elas? — perguntou, inclinando a cabeça, curiosa.
Suspirei, meio sem jeito.
— Ah, Giulia me chamou, mas... eu prefiro ficar aqui e ajudar você. Quero dar uma mãozinha na loja.
Ela soltou uma risada suave, colocando a mão na cintura.
— E você não quer ver seu primo? Achei que estivesse animada.
— Não é isso... — respondi, sem jeito. — É que faz tanto tempo que não vejo ele. Nem sei direito como ele está agora. — dei de ombros, meio incerta.
Ela balançou a cabeça, sorrindo com ternura.
— Com certeza ele não é mais aquele menino que aprontava horrores. Lembro bem, quando vocês três se juntavam. — você, ele e Giulia — era uma bagunça. Não sobrava ninguém em paz! — disse, com um brilho divertido no olhar, como quem revive uma memória feliz.
Ri, lembrando das aventuras e das travessuras que fazíamos juntos, principalmente das ideias mirabolantes de Gustavo, que sempre acabavam em risadas e broncas de nossas mães.
Passamos o tempo conversando até que, de repente, vimos o carro da minha tia parando em frente à loja. Ela e Giulia saíram animadas, minha tia acenou, e Giulia correu para nos cumprimentar.
— Tá pronta? — Giulia perguntou tirando os óculos de sol, olhando para mim com um ar desafiador.
— Eu falei que não vou.
— Vai sim, filha! Eu vou ficar bem aqui na loja. Pode ir sem preocupações. — minha mãe disse, afagando o meu rosto.
— Ah, você é a melhor tia do mundo! — Giulia disse, abraçando minha mãe com entusiasmo.
— Nem me arrumei ainda!
— Ah, Luana… tá querendo se arrumar pro meu irmão? — Giulia falou com um sorriso de canto, tentando me provocar.
— Quanta criatividade, hein, Giulia! — revirei os olhos, tentando disfarçar o leve rubor no rosto.
— Vamos, meninas? — minha tia chamou já da porta da loja, olhando o relógio.
No caminho até o aeroporto, conversávamos sobre tudo, e senti meu coração disparar um pouco, sem entender o motivo. Assim que chegamos, o voo de Gustavo estava atrasado, então fomos até uma lanchonete tomar um suco enquanto esperávamos. Depois de alguns minutos, minha tia e Giulia foram ao banheiro, e eu fiquei observando o desembarque.
De repente, avistei Gustavo, mais alto e mais maduro do que me lembrava. Ele parecia olhar em volta, como se procurasse alguém.
— Gu, aqui! — levantei a mão e acenei. Ele olhou na minha direção, confuso por um momento, até que sorriu e veio na minha direção.
— Luana, é você? — ele perguntou com um sorriso meio tímido, como se não acreditasse.
— Nem me reconhece mais, Gustavo? — sorri de volta, tentando disfarçar o nervosismo.
— Você está... diferente. — disse, me examinando de cima a baixo, com um olhar profundo.
— Ah, nem mudei tanto assim! — brinquei. Ele riu e, sem dizer mais nada, me abraçou. Seus braços envolveram meu pescoço, enquanto os meus ficaram ao redor de sua cintura. Foi um abraço forte, acolhedor, que me fez sentir bem, como se estivéssemos retomando algo perdido.
Quando nos afastamos, o sorriso dele se abriu ainda mais. E logo minha tia e Giulia chegaram, fazendo o maior escândalo.
— Meu filho! — minha tia exclamou, abraçando-o com emoção.
— Mãe, já chega! Agora sou eu! — Giulia interrompeu e abraçou o irmão com força, rindo.
— Que saudade de vocês! — Gustavo disse, e o sorriso dele iluminou o ambiente.
Na volta, ele sentou ao meu lado no carro, e notei que seus olhos frequentemente vinham em minha direção, como se estivesse me observando. Eu tentava disfarçar, mas me sentia até meio nervosa, sem entender o motivo.
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Atualizado até capítulo 50
Comments
Dulce Gama
tá linda essa história tô gostando /Gift//Gift//Gift//Rose//Rose/
2024-12-10
0
edvania
que exagero ele já tinha 15 e ela 10 não cola.pra ser bonito tinha que ter quase a mesma idade, a mãe queria que a criança ficasse com adolescente?Jesus
2023-02-17
3
edvania
na infância não fazia tudo junto porque ele é mais velho que ela cinco anos, na minha opinião ela deveria ter 23 também.
2023-02-17
0