Capítulo 5

Eli:

Já se passaram os dias, exatamente uma semana, e nesse tempo aconteceram vários eventos importantes. Entramos na universidade e tudo tem corrido maravilhosamente. Enquanto nós estávamos na universidade, minha irmãzinha ficava na creche. Também descobrimos que dentro do livro que minha mãe tinha, havia uma carta escrita por ela e dirigida a mim. Resumindo a carta, nela dizia que eu era uma das bruxas de Salém, já que isso passava de geração em geração e, a cada geração, os poderes se tornavam mais fortes. Dizia também que eu ia encontrar um familiar (ente) que estaria comigo sempre, mas que este só apareceria quando eu estivesse em perigo, tomando a forma de algum animal. Também dizia que meu verdadeiro pai era um demônio que morreu ao dar a vida pela minha mãe, quando eu ainda não havia nascido, portanto, eu não era só uma bruxa, mas sim uma híbrida, metade demônio, metade bruxa, mas meu grande poder vinha de ser bruxa, já que, de ser demônio, eu só poderia ter herdado certos dons.

Valéria estava um pouco surpresa, mas dizia que jamais nos deixaria porque éramos sua família e que a família sempre se apoia e se cuida.

Ao revisar o livro, também percebi que nas primeiras páginas havia um feitiço que faria despertar meus poderes por completo, já que o que eu vinha apresentando era indício deles. Tal feitiço deveria ser realizado quando houvesse lua cheia à meia-noite, e isso quer dizer que hoje é o dia.

Eu estava nervosa, sim, mas não podia simplesmente ignorar minha verdadeira natureza. Minha mãe era uma bruxa branca, embora também chegasse a ser obscura quando nossos entes queridos corriam perigo, e eu queria seguir seus passos, quero ser alguém boa e que minha irmã tenha um exemplo a seguir, por ela e por Valéria eu faria o que fosse para vê-las bem.

Já eram 8 da noite e eu devia começar a me preparar para o dito feitiço, então tomei um banho rápido e me vesti toda de preto.

Peguei minha mochila onde levava o livro e umas velas para iluminar meu caminho, já que devia fazê-lo adentrando a floresta. Valéria iria comigo, não queria me deixar sozinha e, embora eu tenha pedido que ficasse, ela não concordou e não me restou outra opção a não ser aceitar que me acompanhasse, mas, por não ter com quem deixar minha irmã, ela iria também, embora permanecessem afastadas por qualquer coisa.

11 da noite, a lua iluminava nosso caminho, como se ela soubesse o que aconteceria em instantes. Entramos na floresta e seguimos caminhando por um tempo até que encontramos um espaço desimpedido onde não havia árvores.

Tudo parecia realmente tenebroso, parecia que eu estava em um daqueles filmes de terror, mas eu sabia que não era assim. Seguimos avançando e parei bem em frente a um tronco que está partido ao meio, dando-lhe assim uma aparência de mesa. Tirei o livro e acendi uma vela para iluminar um pouco mais.

Valéria: Eli, faltam só 3 minutos.

Levanto meu braço dando a entender que ouvi. Elas tinham ficado uns metros atrás de mim, mas não o suficiente caso algo acontecesse.

Valéria me avisou que já eram doze e prossegui lendo o feitiço, repetindo-o três vezes. No momento, não sentia nada, mas, com o passar dos minutos, sentia como meu corpo ia mudando, ou era o que eu sentia, me sentia mais forte, com muita energia. Os minutos continuavam passando e, de repente, ouço uma voz atrás de mim.

X: Olá, doce bruxinha.

Me viro e percebo que é um homem lindíssimo, mas havia algo mais nele, e era aquele cheiro de... enxofre.

Eli: O que deseja?

X: Calma, devo me apresentar primeiro, meu nome é Eros e sou um demônio, ou melhor, seu irmão, mas de diferentes mães, tenho esperado quase 18 anos para finalmente conhecer minha meia-irmã.

Eli: Não entendi, como é que você é meu meio-irmão, meu pai morreu e o que você está fazendo aqui?

Eros: Eu sei, e acho que você também sabe que nosso pai era um demônio e, antes de encontrar sua outra metade, ele esteve com minha mãe e daí saí eu, mas calma, não guardo nenhum rancor, meus pais sabiam que não eram destinados, mesmo assim continuaram juntos, já que nenhum havia encontrado seu par destinado.

Eli: OK, essa história parece muito divertida, mas ainda não me disse o que está fazendo aqui?

Eros: Bom, eu queria te conhecer e te apoiar no que puder, embora se você n...

Não sei em que momento ele já estava perto de Valentina e minha irmã, observando ambas com muito interesse. Fui até onde estavam e peguei Eros pelo braço para afastá-lo delas, mesmo que fosse meu meio-irmão, eu não sabia que intenções ele tinha.

Eli: Que diabos está acontecendo com você, por que você fugiu assim e deixe em paz minha irmãzinha e minha amiga Valentina.

Eros: É estranho, mas me sinto atraído por ambas e não entendo o motivo.

Eli: Como assim ambas, não se atreva a me dizer o que estou pensando ou te m...

Eros: Vão embora agora!!!! Os pulguentos já estão vindo e não acho que seja bom para nenhuma de vocês, estamos no território deles e isso eles não perdoam, a menos que o alpha decida, vão embora agora!!!!

Não me deu tempo de dizer nada quando ele pegou meu livro e procurou uma página, ao encontrá-la, me disse que eu devia repetir esse feitiço e depois pensar em onde eu gostaria de estar.

Eros: Vamos pequena, diga e pense que estão em sua casa, já estão perto.

Eli: E você?

Eros: Não se preocupe, sei que temos muito o que conversar, só que agora não é o momento, agora faça, eu te encontrarei mais tarde.

Guardo tudo o que havia trazido e coloco na mochila junto com o livro, depois de ter memorizado o feitiço, pego Valentina pela mão e realizo o feitiço, ao fazê-lo, se abre um portal e antes de entrar nele pensei no meu quarto.

Entramos e em segundos já estávamos nele.

Valéria: Isso foi surpreendente, mas amiga, quem era aquele bombom de homem?

Eli: Segundo isso, meu irmão de outra mãe.

Meio que contei o que Eros e eu havíamos falado, em pouco tempo ela foi para o quarto dela e eu me troquei e coloquei meu pijama, também troquei Regina e a coloquei no berço dela ao lado da minha cama, sem dúvida eu devia entrar em forma, já que só fiz dois feitiços e me sentia esgotada e, se eu queria ser a melhor bruxa, devia ter condicionamento, estava dando voltas na minha cama e é que as palavras de Eros não saíam da minha cabeça, quem eram os pulguentos? e que diabos era um alpha?, e com essas perguntas, sem mais, me acomodo na minha bela cama e adormeço logo em seguida.

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