Um Acidente Cap.4(Invasão Verde)

Cap.4(Invasão Verde)

#Arthur Narrando#

Como assim, eu tenho o traseiro enorme? Não acredito no que ele disse. Quem ele pensa que é pra falar assim? Isso é coisa de se dizer pra um homem? Além de tarado é sem noção também.

Ou será que para eles isso é um elogio? Sei lá. Nem sei porque estou pensando nisso afinal, pois o padrão de beleza de aliens deve ser bem diferente. Se os homens são bonitos assim, imagina as mulheres? Devem ser mega ultra maravilhosamente lindásticas.

Mas uma coisa que eu notei foi que ele não parava de me olhar, dos pés à cabeça. Eu não entendo, pois ele havia falado que minha espécie não é atrativa. Então porque o Dante quase me comeu com os olhos?

Arthur

~Ah, vou tirar minha dúvida agora.

Falo comigo mesmo.

Visto um vestido azul com brilhantes aderidos nele, passo um perfume que havia surrupiado de uma outra casa a algumas semanas, e depois de escovar os dentes, passo um gloss bem leve em meus lábios.

Caminho até a cabine de controles. Pé por pé eu chego por trás dele, e coloco as mãos tapando seus olhos e grito em seu ouvido:

Arthur

ADIVINHA QUEM É?

Sei que ele poderia se assustar e não gostar da brincadeira, mas estava super entediado dentro dessa nave, e nada melhor pra fazer do que encher as paciências desse ETsão.

Quem sabe ele mudaria de idéia e me levasse de volta pra Terra? Ou será que com minhas atitudes ele me venderia o mais rápido possível, ou me mataria? Não quero nem pensar.

Enfim, ele não esboça nenhuma surpresa, pelo contrário, eu é que fico surpreso quando Dante pega em minhas mãos e desce até seu ombro. Depois se vira, olha pra mim de cima em baixo novamente, e dá um pequeno sorriso.

Dante

Você está apresentável agora.

É o que ele diz, segurando ainda minhas mãos. Não sei porque, mas seu gesto, seu olhar, seu sorriso e sua voz me deixaram desconcertado.

#Dante Narrando#

Escuto os passos de Arthur e finjo que não escutei. Quando sinto suas mãos delicadas sobre meus olhos. Não entendi aquele gesto, e ainda por cima ele grita no meu ouvido:

Arthur

ADIVINHA QUEM É?

Ah, pequeno humano, como és tolo, quem mais estaria aqui comigo além dele?

Tiro suas minúsculas mãos do rosto, desco devagar até meus ombros, me viro ainda as segurando. Fico encantado com o que vejo, e digo para ele que está bem apresentável.

O humano antes estranho e sujo, depois de quase ficar nu em minha presença, agora está muito belo e encantador.

Me levanto, e levo suas mãos até meu peito. Minha respiração começa a ficar descompassada, fitando aqueles lindos olhos que demonstravam confusão. Me aproximo de seu pescoço, e pude sentir o doce cheiro do perfume. Ah, como é irresistível.

Mas me disperso dos pensamentos quando ele me pergunta se eu havia gostado. Eu gostei. E como gostei.

Me aproximo de seu rosto, seus olhos brilhavam, estava tão perto de sua boca que dava pra sentir a sua respiração, ele fecha os olhos, mas antes que eu cometesse algum ato insano naquele momento, ouço um estrondo que estremece toda a nave.

Rapidamente verifico o painel de controles e pelas câmeras de monitoramento da parte traseira, vejo alguns intrusos adentrando.

Dante

Estamos sendo saqueados!

Arthur

O quê?

Dante

Pegue isto aqui. Destrava neste botão e atira colocando o dedo aqui, entendeu?

Explico rapidamente para ele como usar minha arma.

Dante

Se alguma coisa passar por aquela porta, que não seja eu, não hesite em atirar.

Arthur

Espera. O que vou fazer se você não voltar?

Ele questiona assustado.

Dante

Não se preocupe. Eu voltarei.

Saio correndo em direção aos invasores. São green mens, uma raça muito asquerosa. Pequenos, verdes e fedorentos. Mesmo sendo seres insignificantes e aparentarem serem inofensivos por terem um metro e meio de altura, eles saqueavam qualquer um que estivesse viajando sozinho e distraído pela imensidão do universo. Por sorte, possuo vários dispositivos de alerta, que me deixam à par de toda a situação.

Abro a porta rapidamente, e encontro vários deles tentando levar o rebanho, que com tanto custo eu consegui. Com minha arma em punho, atiro nos três primeiros, logo aparecem mais destas criaturas. Dou um passo para trás ao perceber que eles também estão armados e revidam sobre mim.

Acabo levando um tiro no braço, aquilo queimava como ácido. Me abaixo e consigo acertar mais quatro deles. Parecem insetos, não acabam.