Capítulo 17

-Saudações, Alteza. Por favor, não atormente minha irmã a receber aquele presente. Não é muito educado, pois pode criar rumores e mal-entendidos. Peço que a desculpe.

Os murmúrios das pessoas ao redor de Adela puderam ser ouvidos quando seu segundo irmão e sua mãe se aproximaram.

-O que está acontecendo aqui, irmã?

Posando sua mão sobre o ombro de Adela para fazê-la sentir mais segura, Sebastián perguntou.

- Tudo bem\, entendi. Não vou obrigá-la a aceitar este presente\, já dei meus parabéns e transmiti a mensagem do meu pai. Vou me retirar\, se me dão licença.

O príncipe se despediu rapidamente e desapareceu atrás da porta da mansão, sem deixar nenhum traço de sua estadia, exceto pelos sussurros das pessoas sobre o que havia acontecido. Também podia-se ver um enorme ramo de flores que havia sido enviado pelo rei, as quais foram cultivadas em outro reino. Depois que o príncipe foi embora, a festa continuou maravilhosamente.

Enquanto Adela continuava a desfrutar da festa que tinha sido interrompida abruptamente pela presença do príncipe, ela viu alguém suspeito entrar em um dos corredores da mansão, um homem alto coberto por uma capa preta que cobria metade do seu rosto. Adela se afastou dos convidados e, por instinto próprio, o seguiu pensando que a segurança da sua família poderia estar em risco. Foi então que ela chegou diretamente ao seu quarto, lá encontrou uma caixa em cima da sua cama e olhou novamente para encontrar aquele homem que havia seguido. Foi então que notou-o parado diante dela, era um jovem bonito, alto, cabelos pretos e olhos profundos que pareciam conter o próprio abismo dentro deles. Por um instante, parecia querer se afundar naquele abismo contido nos olhos do desconhecido. Foi então que Adela se deu conta.

-O que está fazendo em meu quarto, quem é você?

O jovem sorriu de forma atrevida e acrescentou.

\Feliz aniversário, Srta. Adela, eu só queria vê-la pessoalmente e ver se era realmente tão bonita quanto me disseram.

Ele sorriu e olhou para Adela, inspecionando-a. Adela se sentiu nua diante dos olhos daquele estranho ousado.

-Diga-me seu nome, não posso perdoar sua insolência.

O jovem riu alto como se a situação fosse divertida para ele, enquanto se virava de costas para Adela. Ela se aproximou em silêncio para encurtar a distância e bloquear a porta de saída para que ele não escapasse, mas foi então que o jovem colocou o pé na grade da janela e pulou por ela, dando um último sorriso para a jovem Adela que ficou completamente sozinha e desorientada no quarto. Adela ficou de pé em frente à janela pela qual o jovem suspeito havia escapado, ela o viu correr rapidamente pelo jardim, evitando todos os guardas e convidados que estavam lá. Foi então que ela lembrou da caixa em sua cama, Adela se aproximou nervosa e abriu cuidadosamente a caixa, observando o conteúdo.