Capítulo 4

-Não precisa, estou bem, só tive... um pesadelo.-

Adela disse enquanto olhava para seus irmãos olhando para ela docemente.

-E por favor não fique com raiva de Darwin, ele está certo em me repreender pelo meu comportamento, mas garanto que vou mudar, prometo.

Adela abraçou seus irmãos pela última vez, sentindo seus corpos quentes novamente, lembrando-se da última vez que os viu, ela ainda se lembrava do corpo frio de seu irmão Sebastian quando o devolveram sem vida para a mansão, seu irmão havia morrido em um ataque à carruagem em que viajava, então eles nunca poderiam saber ou capturar aqueles que o mataram, Mas Adela agora sabia quem era a única pessoa que queria ferir sua família, ela também se lembrava da morte de seu irmão Darwin na frente dela, com o sangue dele embalsamando seus pés antes de ser enforcado, Adela soltou seus irmãos e olhou para eles com o sorriso mais puro que eles já tinham visto nela.

-Bem, irmãos, preciso descer para ver nossos pais.

Sebastián e Darwin ficaram paralisados depois de ver a expressão tão calorosa no rosto da irmã, Adela desceu rapidamente as escadas e chegou à sala de jantar, onde viu seus pais compartilhando o chá tranquilamente. Seu pai a olhou com um rosto tão severo que o caracterizava, e a mãe de Adela apenas a olhava e sorria docemente. Adela correu para o pai e o abraçou antes mesmo que ele pudesse se levantar da cadeira. Ela não podia acreditar que estava vendo o pai em sua frente e chorou inconsolavelmente, seus gritos ecoaram por toda a mansão. Ninguém podia entender o que estava acontecendo. Seus irmãos correram rapidamente para o primeiro andar e encontraram Adela no chão, agarrada ao pai, chorando sem parar. Quando se aproximaram, Adela viu o resto de sua família ao redor dela e suas lágrimas começaram a molhar suas bochechas novamente. Seus soluços batiam contra as paredes e ecoavam por toda a sala de jantar. Darwin e Sebastián se olharam sem conseguir compreender o que estava acontecendo. Quando finalmente conseguiram acalmar Adela, perguntaram o que havia acontecido, por que ela estava chorando daquele jeito, mesmo quando era criança, jamais a tinham visto chorar.

-Bem... eu apenas tive um sonho estranho e percebi algumas coisas. Lamento todos os problemas que causei a vocês até agora. Sinto muito mesmo.

Adela disse essas últimas palavras soluçando, provocando olhares preocupados de toda a sua família. Quando se sentiu melhor, ela se levantou, abraçou e beijou a bochecha de cada membro de sua família. Em seguida, saiu calmamente em direção ao seu quarto, dizendo que iria se vestir, já que ainda estava usando o fino camisão de pijama.

Ao entrar em seu quarto, Adela olhou ao redor e revistou tudo antes de procurar um vestido apropriado e sair, ela precisava conquistar o carinho de todos para que a rainha não tivesse justificativa para ferir sua família ou a ela. Adela verificou sua caixa de joias e retirou algumas joias antes de se dirigir a um quadro em seu quarto, virou-o e moveu o vaso ao lado dele. Foi então que uma porta secreta ao lado de sua cama se abriu, grande o suficiente para quatro pessoas caírem, mas ela a usou para armazenar seus vestidos mais antigos e joias valiosas das condesas anteriores que a usaram. Adela pegou uma pequena caixa de joias e saiu de lá, foi quando ela saiu do quarto, desceu as escadas e chegou à cozinha da mansão, onde todas as criadas a olharam assim que ela cruzou a porta, pensando que ela faria um escândalo e as insultaria, mas o que surgiu dos lábios de Adela foi totalmente diferente.