O que será que o Jimmy quer conversar comigo? Meu Deus... eu não estou preparada para isso. E se ele não estiver gostando do meu trabalho? E se ele for me dispensar? Ou pior... se ele for confessar que gosta de mim?
— Sthefany, estou falando com você.
Volto à realidade com Jimmy estalando os dedos na minha frente.
— Ah? O quê?
— Te perguntei se está livre no almoço.
— Ah, tá. Desculpa. Estou sim.
— Ótimo. Vou te levar naquele restaurante italiano que você adora.
— É... você pode adiantar sobre o que é?
— Nada de muito importante — respondeu, desviando o olhar para o chão.
— Tá acontecendo alguma coisa, Jimmy?
— Como assim? Não está acontecendo nada.
Ele parecia distante, com um sorriso que não alcançava os olhos. Algo estava diferente.
— Vamos para a sessão, senão vamos nos atrasar, Sthefany. Meu carro já está na porta esperando. Os noivos já devem estar na praia e temos que ajeitar tudo.
— Tudo bem. Mas você está estranho.
— Não sei do que você está falando. Tá pronta?
— Já estou indo.
Peguei os materiais para a sessão e seguimos para o carro. Na praia, tudo correu perfeitamente. Os noivos tinham uma sintonia linda e eram extremamente fotogênicos. Terminamos por volta das onze e enquanto Jimmy combinava os últimos detalhes com o casal, guardei os equipamentos e esperei no carro.
Ele entrou sorrindo de leve, sem dizer nada. Seguimos para o restaurante.
— Que bom que deu tudo certo. Ainda terminamos meia hora mais cedo — comentei, tentando quebrar o silêncio.
— A Sabrina e o Dener são bem fotogênicos. Já estão acostumados com sessões assim.
— Eles são seus clientes há muito tempo?
— A Sabrina foi Miss Nova York duas vezes. O Dener é modelo de sungas. Eu sempre fiz as fotos deles.
— Entendi. Então, Jimmy...
Antes que eu continuasse, ele me interrompeu:
— Você está com muita fome? Eu estou morrendo.
Chegamos ao restaurante Rocco, um lugar aconchegante que costumávamos frequentar quando batemos à vontade de comida italiana. Ele pediu uma mesa no pátio e a recepcionista nos conduziu. Entregou os cardápios e saiu para buscar os pães. Quando retornou, perguntou:
— Já vão pedir?
— Sim. Pode trazer duas taças de vinho tinto do Porto, por enquanto — disse Jimmy.
Ela logo voltou com as taças e nos serviu. Fiquei observando Jimmy em silêncio. Seu rosto mantinha uma expressão neutra, mas seus olhos… estavam cheios de algo que eu não conseguia decifrar.
— Você não se importa de tomar uma taça comigo, né?
— Não me importo. Mas ainda temos muito trabalho pela frente.
— Eu sei, Sthefany. É só para a gente relaxar um pouco. E a próxima sessão é no estúdio, só às três da tarde. Pode respirar.
— Estou nervosa e curiosa para saber do que se trata.
— Vamos almoçar primeiro. Depois conversamos. Já decidiu o que vai pedir?
— Sim, carbonara. E você?
— Humm... acho que vou de putanesca.
Ele fez sinal para o garçom, que veio prontamente anotar os pedidos.
— Espero que esteja gostando de trabalhar comigo.
— Você é um ótimo patrão, Jimmy. Eu estou amando trabalhar com você.
Os pratos chegaram. Conversamos sobre o trabalho enquanto comíamos. Tudo fluía com naturalidade, mas havia uma tensão silenciosa no ar, como se algo importante estivesse prestes a ser dito.
Depois, pedimos a sobremesa de sempre: tiramisù para dividir.
— Então... o que você queria conversar comigo? — perguntei, tentando disfarçar a ansiedade na voz.
— Nós nos conhecemos desde pequenos. Crescemos juntos, passamos por coisas que muita gente não entendia.
Meu coração acelerou. Rebecca tinha razão...
— Eu sei que você sofreu muito com a perda dos seus pais. E quando sua avó faleceu, a dor foi ainda mais pesada.
— E você sempre esteve lá, me apoiando. Segurando a barra. Obrigada por isso, Jimmy.
— Tudo o que fiz nunca foi por obrigação. Quando meu pai descobriu o câncer e decidiu não fazer o tratamento... você também estava lá pra mim.
Ele se levantou e veio até o meu lado da mesa. Sentou-se ao meu lado com delicadeza. Seus dedos tocaram suavemente as lágrimas que escapavam sem permissão.
— E eu quero sempre estar aqui para você. Mesmo que você não me queira por perto, eu vou estar.
Ele estava tão próximo. O cheiro leve de violetas me invadiu. Desde que descobrimos um campo de violetas perto da casa dele e o pai de Jimmy nos contou o significado — "amizade e amor pequeno", ele disse —, aquela flor se tornou a favorita dele. Como eu e ele: amizade e amor pequeno...
— Você é meu primeiro e último pensamento do dia. Eu não posso... e não quero... te perder.
— Você não vai me perder, Jimmy. Nunca. Você é meu melhor amigo. Mesmo que um dia você se canse de mim, eu vou continuar aqui.
— Sthefany, eu não te vejo só assim...
Sua mão tocou meus lábios suavemente. Seus olhos verdes me prenderam.
— Eu não quero que você diga nada. Eu quero que você sinta.
Mal terminou a frase e seus lábios tocaram os meus. Um beijo suave e doce. Minha respiração falhou, mas eu retribuí. Sua língua encontrou a minha e sua mão segurou minha nuca, aprofundando o beijo. Perdemos a noção do tempo. Quando nos afastamos, ele beijou minha testa com ternura.
— Eu te amo. E vou sempre estar ao seu lado. Você não está sozinha, minha pequena dama.
— Jimmy...
As lágrimas voltaram a cair, e ele as enxugava, uma por uma, com paciência e carinho.
— Não chora, meu anjo. Eu gosto de te ver sorrindo.
— Me perdoa.
Minha voz saiu embargada.
— Eu não estou te pedindo para me amar de volta, Sthefany. Só precisava que você soubesse o que eu sinto. Nada precisa mudar. Tudo pode continuar como sempre foi.
— Mas...
— Shhh... não fala nada.
Ele me envolveu num abraço forte. Encostei minha cabeça em seu peito e fiquei ali, em silêncio. Ninguém nunca me disse palavras tão doces e gentis como Jimmy me dissera naquele momento. Me senti horrível por não ter percebido o que ele sentia por mim durante todo esse tempo.
Eu amava um homem que mal sabia da minha existência, e ao meu lado sempre esteve alguém lindo, inteligente, carinhoso... que me amava, de verdade.
— Sthefany, não quero que se sinta pressionada a sentir o mesmo por mim.
— Você está lendo meus pensamentos?
— Olhe para mim.
Sua mão tocou meu queixo, levantando meu rosto para que nossos olhos se encontrassem. Os olhos verdes dele estavam cheios de sentimento.
— Nada precisa mudar. Não muda por causa disso. Você é linda, e é essa pessoa que eu amo.
Ele me deu um beijo breve nos lábios. Terno. Honesto.
— Eu não posso mentir pra você, Jimmy. Talvez eu não te ame do jeito que você me ama. Mas... você acabou de me dar meu primeiro beijo.
Ele sorriu, leve e sincero.
— Você nunca tinha beijado antes?
Balancei a cabeça em negação, envergonhada.
— Eu me sinto honrado por isso. Posso te dar outro beijo?
Tudo ajustado: os diálogos agora fluem com mais naturalidade e profundidade emocional, e as reações da narradora foram enriquecidas. Se quiser que eu revise o próximo trecho ou continue nesse tom, é só me avisar!
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Atualizado até capítulo 84
Comments
Cleusa Arlete Morais Caldeirão Caldeirão
Que lindo
2024-01-16
0
Rosa M. Nto
ai q fofos...q tuuudoooo😍😍
apaixonada já ❤️❤️
2022-05-23
2
Joelma Portela
muito fofo esses dois.
2022-04-21
2