Yeva
A cada dia que acordo, a primeira coisa que ouço é o cântico dos pássaros. Ansiando algum dia poder voar deste lugar. Sempre vendo através daquela única janela.
Como sempre, a cada manhã me levantava e com um pouco de água limpava meu rosto e com um pente velho penteava meu cabelo comprido, que chegava até os pés.
E só me sentava no chão frio deste calabouço e começava a reler um dos poucos livros que tinha.
Pois que outra coisa se podia fazer neste calabouço.
"Não se aborrece, Yeva?" - perguntou Eva, minha loba, minha única amiga, minha companheira e família até agora.
"Como me aborrecer, adoro lê-lo, não me aborrece nada" - felizmente abraçando o livro.
Este livro também era um dos que Nana Lilia lhe tinha presenteado. Nana Lilia era quem se encarregava de cuidar dela desde que tinha memória; depois de tudo ela lhe tinha ensinado a ler, senão fosse por isso estaria sempre aborrecida neste aborrecido calabouço. Nana Lilia vinha a cada dia da semana para lhes deixar comida e também para que se limpasse.
Graças a ela tinha que vestir, ainda que fosse uma simples bata branca, o qual era suficiente para se deitar neste chão frio.
E tenho que lavar meu cabelo, já são quase dois meses desde que o lavei - já passou um tempo que não o limpo, depois de tudo gosto de estar limpa o máximo que posso.
Nana Lilia não vinha desde há quase dois meses, o qual era muito estranho e triste.
Depois de tudo era boa com ela, falava-lhe carinhosamente e contava-lhe muitas histórias de fora.
E pois também não comeu nada em todo este tempo. Só aquela vez que um pássaro caiu perto da pequena janela, conseguiu comer algo.
Claro que não comi na minha forma normal, senão na minha forma de loba.
Por acaso não pode romper aquelas grades?; Desgraçadamente não, já que aquelas grades eram de prata.
"Eva, algum dia iremos a esse lugar chamado mar" - contava recordando a história que lia.
"Também rebolar na areia" - comentou entusiasmada.
"Também me pergunto se saberá bem a água de sal" - disse curiosa, depois de tudo deve ser um grande sabor por descobrir.
"Não creio que goste nada" - Eva opinou.
"Não saberemos até prová-lo" - decidida lhe disse, já que para saber há que experimentá-lo um mesmo.
"...." Eva já não me disse nada.
Estava tão contente falando com Eva que de repente senti uma sensação estranha.
Dirijo o meu olhar para a pequena janela, pus-me de pé deixando o livro no chão sujo, pego na caixa de madeira e a pus debaixo da pequena janela cuidadosamente.
Subo com cuidado até chegar à pequena venda, não posso tomar dos barrotes já que eram de prata e poderiam machucar-me. Mesmo que não fosse a primeira vez que me machucava. Cuidadosamente tiro um braço, estendo a minha mão e fecho os olhos por um momento sentindo os pequenos raios de sol sobre a minha mão.
Do nada alguém pegou na minha mão.
O que segurava a minha mão era outra maior que a minha.
Não sabia o que passava, não entendia, mas antes que pudesse pensar ou dizer algo a minha leal amiga me falou.
"É ele, Yeva!" - entusiasmada Eva lhe falava ao qual desconhecia o seu entusiasmo "É o nosso companheiro!".
Yeva recordava as muitas vezes que Eva lhe contava sobre seu companheiro, sua outra metade, sua alma gêmea a qual a amaria e protegeria de todo o perigo.
E sim, tinha um cheiro que mais conhecia e não era porque vivia no bosque, senão porque ele cheirava a bosque, mas delicioso. Ela como Eva sempre estavam desejosas de algum dia conhecê-lo e amá-lo como aquelas novelas românticas que lia.
Tentei ver mais de perto, mas não me dei conta como o meu braço conseguiu tocar um dos barrotes de prata.
Ah! - desgraçadamente soltei a mão do meu companheiro, a prata lhe tinha conseguido queimar um pouco e caiu ao chão.
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Atualizado até capítulo 59
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