pobre garota. dói?

Edgar? o que.....o que faz aqui?

ele entrou no quartinho lentamente e fechou a porta. seu sorriso sádico não saia do seu rosto.

- minha querida irmã, vim receber meus agradecimentos.

- agradecimentos de que? de me arranjar um casamento? de me arrumar um marido com cunhões? não me faça vomitar.

- tsi tsi assim fica difícil eu lhe defender. exijo seu agradecimento por ter aliviado seu castigo. Será mais brando que o último. lembra? você ficou de cama oito dias e sete noite. teve febre, sangrou feito um jarro de água quebrado...

- eu já entendi. pode parar agora.

ele sorriu.

- nunca pensou que seus castigos são bastante severos para um lady? eu me pergunto...

a onde ele queria chegar com aquela conversa?

- as vezes vejo a dor nos olhos das pessoas, eles devem pensar: " por todos os santos, como um pai pode fazer isso com uma filha"?

ele me olhou sorrindo de forma sádica.

- deve ser doloroso, os murros, socos, chutes...fico imaginando onde está o coração de alguém que impõe tamanha dor em alguém? Será mesmo que essa criatura pode ser chamada de pai?

- a onde você quer chegar Edgar? vá direto ao ponto. você sabe que eu sei que esses pensamentos jamais passaram por sua cabeça. é tudo falsidade.

- engano seu minha irmãzinha. eu realmente me preocupo com você. na verdade eu acredito que eu seja o único da família.

- e por que eu acreditaria em você?

- você tem outra opção? há mais alguém aqui querendo lhe ajudar?

ele olhou nos dois lados e depois olhou pra Mag e mais uma vez, sorriu.

- como vê....não. é só eu mesmo.

Mag sabia que não deveria confiar nele. mas a curiosidade da possibilidade de se livrar de uma surra era maior.

- você quer me ajudar? como?

- aí é que tá! preciso saber se posso confiar em você, Margareth. eu posso?

- faço a mesma pergunta pra você, Edgar. eu posso? posso confiar eu você?

- é óbvio irmãzinha. eu sou a pessoa que mais tem a perder aqui.

de alguma forma Mag sabia que aquela conversa iria mudar a sua vida para sempre.

- já pensou na possibilidade de nunca mais levar surras? no livre acesso ao campo de treinamento? a não precisar casar com um velho barrigudo, careca e com tendências a violência contra esposa? já imaginou a liberdade Margareth? a não precisar abaixar a cabeça para o meu pai?

- seu pai? Nosso pai! e do que você está falando? isso só seria possível se eu fosse um homem!

- ou...se o meu pai não existisse mais....

Mag respirou fundo. se ela não estava entendendo errado, Edgar estava planejando matar o próprio pai! o que não fazia sentido, Edgar mal sabia pegar em uma espada. ele sempre foi mais de ler livros e bolar planos para conseguir o que queria.

- cuidado com seus próximas palavras Edgar. podem ser consideradas traição.

- uuuui como ela está seria. quem não te conhece jamais pensaria que você está defendo uma pessoa que não faz nem uma hora de condenou a uma surra de criar bicho. irmãzinha se você não tem pena do seu próprio coro, eu tenho. não percebe que estou te oferecendo. paz?

- paz? essa palavra nunca foi mencionada, se você fizer o que você está querendo, não haverá paz, haverá guerra e derramamento de sangue! se você matar o nos....você não irá mata-lo...você não sujaria suas mãos...

- obviamente que não.

- se você o fizesse não ganharia nada com isso....seria perseguido e morto .....você veio aqui...pra ...

- finalmente a venda caiu, estava me perguntando se você era realmente inteligente.

- está louco! eu seria perseguida e morta!

- se eu for o próximo Duque eu lhe perdoaria.

- não seja ridículo! o próximo da sucessão seria o Nikol....

- seria?

santo pai! Edgar está louco! ele quer que eu mate o nosso pai e nosso irmão?

- pense nisso como uma vingança completa. sem deixar nenhuma ponta solta.

- não posso fazer isso Edgar. por mais que eu odeio o nosso pai, eu jamais...

-nosso pai? você realmente acredita que ele é seu pai? não...sério? você acha que um pai faria com a filha o que ele faz com você? saia desse conto de fadas Margareth. você não é filha do duque. você é uma bastarda.

- bem que eu queria mas isso infelizmente não é verdade.

Edgar riu. uma risada forçada porque todos naquela salinha sabia que não tinha graça aquela conversa.

- estúpida. você é fruto de um caso que a nossa mãe teve. Veja só você. não tem a menor semelhança com seus irmãos. ou o duque. Nikolas tem os olhos do duque, William é a cópia cuspida dele. James tem os olhos e os cabelo e eu sou parecido com Willian, logo sou a cara do duque. e você? o que você tem dele?

- eu....eu....

- não responda! eu faço por você. nada! você não tem nada dele! porque você não tem o seu sangue. ele odeia você. você o lembra todos os dias que a sua esposa o fez de idiota. você ainda hoje acredita que a nossa mãe morreu a te dar a luz? não querida Mag. depois que você nasceu nosso pai a matou. logo no fim você é a pessoa que ele mais odeia!

- então porque ele não me matou também?

- taí uma coisa que eu não sei! acredito que tenha sido por pena ou algo assim. ele deve se arrepender até os dias de hoje por não ter feito.

- não.nao.nao...voce.mente!

-minto?

Edgar começou a se aproximar lentamente de onde Mag estava. ele levantou o queijo de Mag e olhou fundo nos seus olhos.