Não foi uma surpresa a presença constante do dicromático no seu local de trabalho, tão pouco fora uma surpresa encontrá-lo sempre observando na universidade; Todoroki mantinha um forte olhar sobre si e de certa forma esta atitude do alfa deixava Midoriya desconfortável.
Não chegava a ser algo irritante, mas o deixava desconcertado, saber que alguém o olhava tão intensamente e observava cada um dos seus movimentos era de certa forma embaraçoso e o pequeno ômega que odiava chamar atenção se sentia constrangido por esse tipo de atitude, principalmente percebendo que algumas pessoas começaram a notar a mudança de comportamento de Shouto.
A primeira pessoa a perceber que algo estava errado ou diferente fora Mina, por mais que estivesse feliz de ver o seu amigo aparentemente saindo com alguém, sentia que este o estava escondendo algo que não delicadamente forçá-lo a confessar. demorou a
-Você pretende me contar o que está acontecendo, Izuku-chan, ou prefere que eu vá lá fora e pergunte ao seu alfa gostoso do que se tratatodo esse lance? ok, talvez não tenha sido tão delicadamente, mas não era do perfil da alfa ser sútil.
-Mi-Mina-chan? Não sei do que você está falando. desviou o olhar na tentativa de desconversar, porém sabia que não obtivera sucesso já que a amiga não saiu do seu lugar. Resignou-se e respirando fundo antes de confessar o que a outra buscava. - Eu o estou ajudando, ele está procurando alguém parecido comigo que possa lhe dar um herdeiro.
-Parecido com você, ou você? - o arqueado sobrancelha demonstrava exatamente a da desconfiança de que aquilo que foi dito não era toda a verdade.
-Bom... na verdade, na verdade, ele me procurou no mês passado com essa proposta maluca, e no final depois da minha recusa, aceitei apenas ajudá-lo a achar alguém para o seu propósito. - só agora Izuku se dava conta de que já havia passado um mês sem muitos avanços e que na verdade ele próprio não tivera tempo de observar pessoas que poderiam agradar ao alfa. Porém como poderia achar alguém interessante para outrapessoa, se nunca havia achado alguém interessante para si próprio? Deu-se conta quão inexperiente era.
- E por que você não aceita? Se fosse eu, já teria me jogado nos braços daquele gostoso bicolor. sabia que a amiga estava brincando, mesmo assim não podia deixar de sentir certo desconforto com brincadeiras de cunho sexual e isso fora mostrado no realçar de suas sardas com as bochechas levemente rosadas.
-Mina, você mais do que ninguém me conhece, sabe dos meus planos e sabe que não pretendo me envolver com ninguém até tê-los concretizado. - a rosada iria responder algo, mas a expressão séria do baixinho dizia que nada que ela falasse o faria mudar de opinião. A conversa morreu ao ouvirem o sino da porta indicar a entrada de um cliente.
Embora a alfa sempre brincasse sobre como era atrativo o heterocromático, os seus gostos eram bem mais puxados para garotas e por isso mesmo se apressou até a porta ao ver uma garota de cabelos curtos castanhos adentrar local. Midoriya, que observava a rosada atender com uma simpatia anormal a cliente, teve sua atençãoroubada quando por algum motivo o bicolor entrou na loja caminhando diretamente em sua direção; aquela era uma atitude estranha tendo em vista que o outro sempre o esperava do lado de fora.
-Midoriya, eu precisarei desmarcar o nosso encontro de hoje.
-Não precisava vir até aqui para me avisar, bastava apenas mandar uma... - parou ao perceber que mesmo com o se passar daquelas quase cinco semanas não haviam trocado contatos. - Oh, me desculpe por isso, já deveria ter te passado pelo menos o meu e-mail. - com vergonha estendeu o celular para que o outro acrescentasse os seus dados.
-Eu agradeço por isso, e novamente peço desculpas, surgiu um imprevisto, mas falo com você em breve. - girou nos calcanhares e retirou-se do local, não dando a chance do esverdeado lhe contestar algo.
Por mais estranho que a situação parecesse, Midoriya não saberia dizer se era algo bom ou ruim, ficou preocupado com a cara que o outro havia posto, no entanto não eram tão próximos comopara se intrometer na vida alheia, o máximo que poderia fazer com a quantidade de problemas próprios que já tinha que resolver já estava fazendo pelo bicolor. Aguardaria um novo contato, mas por hoje aproveitaria para colocar as matérias em dia e adiantar alguns trabalhos da faculdade.
O jovem Todoroki se sentia mal, era uma pessoa de palavra e não gostava de desmarcar compromissos, ainda mais com o esverdeado que o estava ajudando tão amavelmente, entretanto era inevitável, quando Enji Todoroki chamava não haviam segundas opções; eram ordens. Por isso estava ali, com uma gravata desconfortável que já havia se acostumado, mas não deixava de ser incômoda.
Sempre eram as mesmas situações: roupas desagradáveis, para festas desagradáveis, com pessoas desagradáveis. Desde que seu irmão mais velho havia sumido/fugido, Shouto teve que arcar com as responsabilidades, embora sua irmã maisvelha também fosse alfa, na cabeça retrógrada de seu pai, por ser mulher, ela jamais poderia assumir como a próxima chefe da família, ainda que esta quisesse.
A professora Fuyumi, era uma alfa gentil dona de uma rede de cursos pré-vestibular e de formação técnica para todos os gêneros, com toda certeza ela seria uma ótima líder política como seu pai queria, fora que a mais velha socializaria bem mais em uma festa como essa.
-Por que a cara emburrada? lida estava acompanhado de Yaoyorozo Momo, ambos sempre frequentavam os mesmos encontros que o bicolor e isso era seu único alívio no meio dessas reuniões.
-Hoje eu havia marcado com o Midoriya. - assoprou o ar de seus pulmões.
Os olharam para ele e se entreolharam, talvez se perguntando quem deveria falar a verdade que o heterocromático não parecia enxergar. Tenya sempre prático e sincero, fez menção de abrir a boca, mas foi interrompido por Momo que foi mais rápida:amigos
- Por que toda essa obsessão com o ômega?É certo que ele parece ser um bom rapaz, entretanto isso não é justificativa. Acaso o mesmo não lhe disse que não deseja aceitar esse acordo? - lida não entendia onde a garota buscava chegar, então
apenas observou.
-Não estou obcecado, apenas sinto que se devo ter um filho, ele é a melhor escolha para isso. - novamente os amigos se entreolharam.
- Você está se ouvindo, meu caro amigo? dessa vez o alfa de óculos falara, já havia entendido onde a garota buscava chegar; era necessário que o próprio Todoroki se desse conta.
-O que mais posso fazer? suspirou pesadamente e retirou as mãos dos bolsos da calça. Meu pai jamais desistiria da ideia de um casamento arranjado a menos que eu lhe prometesse que teria um filhote, um sucessor a "altura da família Todoroki". - desenhou aspas com os dedos.
- E você pretende entregar seu filho para que viva a mesma vida que você? Não me admira que esse rapaz não queira tal proposta e olha que esse ômega nem sabe de seu passado. Bem, já orespeito e muito, somente por ter tido a coragem de dizer não ao príncipe Todoroki-sama. - Momo riu da cara que o meio-ruivo fez com a menção do apelido ridículo que o jovem ganhara na universidade. Que belos amigos eu tenho, queria ver o que fariam se estivessem na minha pele.
- Somos ótimos amigos, por isso tentamos te abrir os olhos para que possa perceber o que está deixando passar nessa situação toda. - o alfa mais alto falou.
-O que querem dizer com... não pode continuar a interrogação, logo foram abordados por alfas velhos ostentando seus troféus/esposas.
Era comum a união entre alfas como forma de negócio ou demonstração de poder, bem como era comum usarem ômegas como barrigas de aluguel ou simplesmente como amantes. Quando estes engravidavam seriam "generosamente" recompensados, caso nascessem alfas, claro, uma cria ômega se não fosse abortada, seria vendida ou abandonada.
Sentia vontade de ir embora,sua mente pousava sobre uma cabeleira verde enquanto ouvia os outros divagando sobre assuntos que não eram de seu interesse; pensava o que o outro poderia estar fazendo, imaginava ele sentado no chão naquele pequeno apartamento rodeado de livros, quase sorriu com a ideia, ficara surpreso em como aquele lugar tão pequeno poderia ser mais acolhedor e aconchegante que toda a sua casa. Talvez fosse o cheiro do ômega impregnado em todo o ambiente aliás, não sabia como as pessoas não notavam aquele cheiro de menta com chocolate - era como um calmante para sua mente cansada.
Agradeceu a quem quer que seja que comanda o universo, por finalmente estar em casa, só queria subir para seu quarto e retirar aquela roupa, talvez mandar alguma mensagem de desculpas novamente, porém foi bloqueado pela imponente voz de seu pai atrás de si:
- Como anda o assunto do meu neto? - o alfa mais velho perguntou em tom seco. - Se o problema é encontrar um ômega, posso muito bem comprar um para você.
Teve que respirar fundo antes de responder,não podia ser desrespeitoso, havia sentido na pele o que acontecia com aqueles que enfrentavam o lúpus Todoroki Enji.
- Não há com o quê se preocupar, pai. - quase cuspiu a última palavra. - Na verdade eu já encontrei alguém e ele...
-Um ômega masculino? Você é gay por essa não passaria por alto, poderia evitar acaso? mostrar, porém era tão lúpus quanto seu pai e as vezes seu lobo não podia ser controlado.
-Isso importa, pai? Desde que seja um bom ômega é o que interessa. Tenho certeza que o Shouto fez uma boa escolha. - Fuyumi interviu antes que algo mais grave acontecesse.
- Assim espero, faça o contrato corretamente, não quero ter que me encarregar de futuras dores de cabeça. subiu a escada deixando para trás seu filho de punhos fechados com os nós dos dedos quase brancos pela força aplicada.
-Tenha calma, Shouto, você sabe que não deve bater de frente com ele. - relaxou o corpo ao sentir o toque gentil de sua irmã. - Me desculpa ter falado assim. parou de olhar para os degrausvazios e finalmente se virou para a mais velha.
-Não se preocupe com isso, sei que estava apenas tentando ajudar. - realmente a alfa era tão carinhosa quanto sua mãe, uma gentileza pouco vista na sociedade elitista.
- Como é ele? indagação da alfa não entendeu de primeira a O rapaz, onde o conheceu? Como ele é? - a animação alheia até que retirou um pouco do cansaço de seu corpo, mas ainda precisava se trocar.
-Vamos subir! - se direcionou ao próprio quarto sendo seguido pela albina. Fechou a porta e enquanto retirava a gravata e abria alguns botões sentou na cama ao lado da irmã. - Ele é da mesma faculdade...
- Um ômega rico? Como fez para ele aceitar? Se ele não precisa de dinheiro... Ele está apaixonado? Shouto isso vai dar problema, o papai jamais deixará você casar com um ômega. Fuyumi era calma, na maioria das vezes, mas quando desatava a falar chegava a ser engraçado.
-Primeiro: ele é um bolsista teve que a mão para não ser interrompido levantar novamente. Segundo: ele não aceitou; ainda.- vendo que seu irmão iria continuar a explicação resolveu ficar definitivamente calada. - É estranho, por mais que ele pareça ter problemas financeiros, não quis nem mesmo ouvir quando eu comecei a falar sobre valores. No final, tudo que consegui foi uma "pseudo-ajuda", por minha parte, para encontrar outro ômega.
-Não sei bem o que te falar, mas é interessante saber que ainda existem pessoas assim.
- Oh, sim, ele é baixinho, tem o cabelo verde bagunçado como se não houvesse maneira de arrumá-lo, é muito inteligente, um dos melhores alunos, trabalha em uma livraria e mora sozinho em um pequeno apartamento, mas não se engane, o lugar é bastante aconchegante, mesmo eu sendo um lúpus em momento nenhum se sentiu intimidado ou pelo menos não aparentou, pelo contrário, foi bastante claro ao dizer que se negava a entregar um filhote por dinheiro, não conversamos muito, porém sempre que nos falamos posso ver quão esforçado ele é, de fato é interessante.
Um pequeno sorriso cruzou seus lábios, seriaquase imperceptível para alguém que não o conhecesse, entretanto aquilo chamou a atenção de sua irmã, era certo que quando o outro se sentia à vontade conversava mais livremente sobre os assuntos, no entanto nunca o ouviu falar daquela forma nem mesmo de seus amigos.
-Shouto... Você por acaso... não está... - a sobrancelha arqueada do outro já indicava não entender nada da situação, por isso resolveu não se intrometer. Não é nada, descanse bem, ah, qualquer hora gostaria de conhecer o rapaz, qual é mesmo o nome dele?
- Midoriya Izuku.
- Hum, ok, boa noite. - fechou a porta e sorriu, pelo visto seu irmão ainda não tinha percebido; começou a se preocupar, por mais que estivesse feliz pelo mais novo, não deixava de ser preocupante o que seu pai poderei fazer caso descobrisse aquilo. Tentaria ajudar se preciso fosse, porém, por enquanto veria como tudo se desenrolaria.
CONTINUA...
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 60
Comments
Fátima Alfiery
estou confusa. não sei o nome deles. cad hora e um
2024-03-26
0
Louca por Yaoi/BL's 😍
tá um pouco difícil de entender, mais vou continuar lendo, pois é interessante!
2023-12-08
1
Erica Jesus
tem que estar familiarizado com o omegaverso para entender algumas coisas daqui, mas depois que se acostumaram, nem vão dar bola😁
2023-10-05
0