Capítulo 1: O Encontro na Noite
A lua cheia pairava alta no céu, iluminando a floresta densa com um brilho prateado. As árvores sussurravam segredos antigos ao vento, enquanto o som distante de corujas ecoava pela noite silenciosa. Helena caminhava apressada pela trilha estreita, o coração batendo forte. Não deveria estar ali àquela hora, mas algo a atraía para aquele lugar como se forças invisíveis a chamassem.
Seu vestido longo se enroscava nos galhos baixos, e ela praguejou baixinho. A aldeia estava a quilômetros de distância, e a floresta era conhecida por suas lendas sombrias — histórias de criaturas que se alimentavam da noite e dos que ousavam atravessar seus domínios.
Foi então que Helena sentiu uma presença. O ar pareceu esfriar, e uma estranha quietude tomou conta do lugar. Parando abruptamente, ela olhou ao redor, tentando discernir alguma forma entre as sombras.
— Você não deveria estar aqui — disse uma voz suave e profunda atrás dela.
Ela se virou rapidamente, o coração disparado. Um homem alto emergiu das sombras, vestindo um manto escuro que se misturava perfeitamente com a noite. Seus olhos, de um azul profundo, brilhavam como se tivessem luz própria. Ele era etéreo, quase irreal.
— Quem é você? — perguntou Helena, tentando disfarçar o medo na voz.
O estranho sorriu levemente, revelando dentes perfeitos, mas seus caninos alongados brilharam sob a luz da lua.
— Sou apenas alguém que conhece os perigos deste lugar. Você corre risco aqui.
Helena sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Algo nele a assustava e, ao mesmo tempo, a atraía de forma inexplicável.
— Por que me vigia? — insistiu ela.
Ele hesitou por um momento, como se ponderasse a resposta.
— Porque você é diferente, Helena.
Seu nome em seus lábios soou íntimo, quase como um sussurro ao vento. Ela recuou um passo.
— Como sabe meu nome?
— Eu te observo há muito tempo — ele confessou, os olhos fixos nos dela. — E esta noite, o destino decidiu que nos encontraríamos.
Helena sentiu seu coração acelerar ainda mais. As lendas falavam de vampiros antigos, caçadores da noite com poderes além da compreensão humana. Seria ele um deles?
Mas em vez de fugir, algo dentro dela a fez permanecer. Talvez fosse o fascínio inexplicável, ou o magnetismo dos olhos daquele estranho.
— Quem... o que você é? — sussurrou.
Ele se aproximou lentamente, até que ela pôde sentir o frio que emanava de sua pele.
— Meu nome é Adrian — ele disse baixinho. — E sou muito mais do que você imagina.
A noite parecia prender a respiração, enquanto o encontro marcava o início de algo que mudaria suas vidas para sempre.